De acordo com o dicionário, saúde é um “estado de boa disposição física e psíquica”, e também um sinônimo de bem-estar. Mas será que é só isso? Ou melhor, será que todos nós entendemos a saúde dessa forma? Afinal, o bem-estar vai além da nossa disposição: ele vem através de um conjunto de fatores de todas as áreas da vida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) explica um pouco melhor essa complexidade na sua definição de saúde: “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades.” Ou seja, não depende só de nós, infelizmente – a vida social influencia completamente na forma com que nos sentimos. Não estar doente ajuda (muito) também, claro.

Fato é que, quando se fala em saúde, logo vêm alguns clichês na mente: um casal esportista e sarado em um lindo dia de sol, fazendo exercícios juntos, bem hidratados e sorridentes. Eles provavelmente não precisam trabalhar, se alimentam com uma dieta eterna de alface e frutas e moram num apartamento de 300m² com um labrador de lencinho.

Não tem a ver com trabalho ou vida perfeita, nada disso. O erro aqui é pensar que saúde se resume a ser fitness ou não, a fazer dieta ou não. Esses itens acabam virando o foco quando os projetos de vida mais saudável se iniciam, e aí muita gente acaba negligenciando o principal: a cabeça. Afinal, ‘mente sã, corpo são’.

Outro erro bem comum é cair em armadilhas que falam que são fitness, mas não passam de balela. Ou melhor, fake news. Por exemplo, trocar o pão por tapioca na dieta. ‘Ah, mas a tapioca não tem glúten.’ Verdade, não tem, e por isso é uma ótima opção pra quem é celíaco. Mas ela não tem fibras nem proteínas, o que faz com dê na mesma que escolher um pão branco. Por isso, prefira um pão integral – cuidado com o que escolher de recheio, hein?

Uma armadilha que muita gente cai também é a de extinguir do cardápio a dupla dinâmica dos lares brasileiros: o arroz com feijão. Isso porque, em tese, o teor de carboidratos desses ingredientes em conjunto seria prejudicial a quem está de dieta. A gente já adianta aqui: é mito. Não tem nada de ruim no arroz e feijão nosso de cada dia, muito pelo contrário. Essa mistura, além de muita brasilidade, traz uma combinação completa de aminoácidos essenciais, além de ter boas quantidades de fibras, vitaminas e minerais

Portanto, pare e pense bem nos seus hábitos: você realmente sabe o que é saúde? Você está levando uma vida saudável de verdade? Enquanto você reflete por aí, a gente traz as palavras de alguns especialistas sobre a questão.

“Ter saúde, no ponto de vista nutricional, é fazer o hemograma e os resultados estarem em ordem, como colesterol, glicemia, hormônios, vitaminas e minerais. Isso é sinal de que a pessoa tem hábitos saudáveis que promovem a saúde.

É possível ter uma dieta saudável sem abrir mão das suas guloseimas favoritas. Em uma alimentação saudável, nada é proibido, desde que haja equilíbrio entre os nutrientes.  Mas é claro que, quanto mais “excessos”, mais lento será o resultado.

Uma das maiores armadilhas com relação a isso é justamente ter pressa em obter resultados. Por exemplo: uma pessoa engordou 10kg em 1 ano e quer perder 10kg em uma semana. Se culpar cada vez que “sai da dieta” gera um sentimento de frustação e culpa, que consequentemente podem desenvolver uma compulsão alimentar. Outra armadilha é acreditar que a dieta do vizinho, do amigo, do irmão ou do colega da academia vai funcionar pra você. A dieta deve ser individual e de acordo com a necessidade e rotina de cada um.”

Renata Tseng, Nutricionista.

“Ser saudável no ponto de vista físico não é ter um corpo magro, definido, sem gorduras e impecável. Não está ligado à estética, mas sim em ter um corpo funcional e ativo, capaz de realizar atividades (sejam elas intensas ou cotidianas) com nenhum ou mínimo risco de lesão ou limitações.

Um corpo saudável requer atividades físicas regulares, variedade de estímulos para o corpo, boa qualidade de sono, alimentação balanceada, meditação e outros cuidados que envolvam cuidados com o corpo e mente.

Geralmente os objetivos de perda de peso estão muito mais ligados a questões mentais, além de físicas. Por trás de um sobrepeso pode existir uma compulsão; por trás de uma necessidade de estar magro pode existir um princípio de bulimia ou o inverso; preocupação excessiva com estética e definição pode esconder depressão, solidão ou carência afetiva. Esses males tornam uma prática que deveria ser saudável ao corpo e mente em uma obsessão, que pode gerar quadros de lesão pelo excesso de esforço ou por foco na quantidade de treino ao invés preocupar-se com a qualidade dele, muitas vezes sozinho e sem acompanhamento de um profissional. Vivemos em um mundo imediatista, então é necessário compreender que ao invés de apenas focar na perda de peso e no corpo, deve-se objetivar uma mudança completa de hábitos que promovam uma saúde integral e, por consequência, que beneficiem o corpo e o peso.”

Jaqueline Dutra – Personal Trainer e Preparadora Física da Mahamudra.

Pensou bem por aí? Para seguir no caminho da saúde total, é preciso repensar seus hábitos de vida por completo. Não deixe também te contar com a ajuda de profissionais da área, como nutricionistas, nutrólogos e personal trainers. Ser saudável tem jeito, basta estar disposto a mudar sua rotina.

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