Para estudar a diversidade no ambiente de trabalho, foi feito um levantamento realizado pela consultoria de recrutamento Talenses, de São Paulo, com 38 companhias brasileiras, sendo 92% delas com mais de 100 funcionários e 66% multinacionais, apontou que mais da metade (58%) não possuem um comitê de diversidade e pluralidade.
Ainda que grande parte das empresas não tenha grupos específicos para discutir diversidade, que engloba questões como pessoas com deficiência, raça e etnia, LGBTQIA (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, queer, intersexo, e assexual), equidade de gênero e nível socioeconômico, é notável que o assunto está cada vez mais em destaque — nas empresas e na sociedade — e pode interferir diretamente na última linha do balanço.
Além da indiscutível questão social, é comprovado que as iniciativas de diversidade mexem com a parte financeira. Um estudo da consultoria americana McKinsey, com mil empresas em 12 países, mostrou que companhias preocupadas com a diversidade de gênero são 21% mais lucrativas que outras. Quando a questão envolve raça, etnia e outras diferenças culturais, esse número sobe para 33%.
Diversidade no ambiente de trabalho
Para Ricardo Sales, sócio da consultoria Mais Diversidade, pesquisador da USP e um dos especialistas mais renomados no assunto, a qualidade do trabalho em empresas que têm políticas sérias e comprometidas de diversidade é inegavelmente maior. “O respeito e o acolhimento já deveriam ser argumentos suficientes, mas para quem não se convence, os números e resultados podem ajudar. Um estudo da consultoria americana OutNow estima, baseado em produtividade, turnover e processos judiciais, que a homofobia custa US$ 405 milhões à economia brasileira anualmente”, diz.
O primeiro passo para ter uma empresa com população mais diversa é a formação de comitês para tratar do assunto nas empresas. Uma dica é inserir nesses núcleos de discussão pessoas pertencentes aos chamados grupos diversos – e de preferência colocá-los como líderes para que as necessidades sejam realmente compreendidas. “É fundamental ter aliados da causa para a multiplicação da informação com seriedade, respeito e comprometimento de forma genuína. Grupos de afinidade permitem aprendizado, diagnóstico da situação e possibilitam a proposição de soluções”, diz Ricardo.
Ele lembra que é relevante a formalização desses grupos no sistema de governança e gestão das empresas para que se tenha garantido que proposições e planos sejam considerados de forma institucional – e não apenas para cumprir agenda.
Outro ponto positivo para as empresas que apostam de verdade na questão da diversidade é a inovação. Um estudo com 170 empresas realizado pelo Hay Group no Brasil revelou que 76% dos funcionários das empresas que se preocupam com a diversidade reconhecem que têm espaço para expor suas ideias e inovar no trabalho. Já nas empresas que não têm a diversidade como pauta da agenda, esse número cai para 55%.
Além disso, nas empresas onde o ambiente de diversidade é reconhecido, os funcionários estão 17% mais engajados e dispostos a ir além de suas responsabilidades formais do que nas empresas em que esse ambiente não é incentivado. “A diversidade no ambiente de trabalho traz ganhos inegáveis para as empresas, do ponto de vista social, de inovação e também financeiro. Este é um assunto urgente e não dá mais fugir dessa realidade”, finaliza Ricardo sobre a diversidade.
Diversidade no ambiente de trabalho
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