O aumento dos golpes envolvendo restituições do Simples Nacional tem colocado pequenas e médias empresas brasileiras em alerta.
A cada ano, a Receita Federal intensifica operações para combater fraudes fiscais, como a Operação Retificadora, que em 2024 chegou à terceira etapa, fiscalizando centenas de empresas e recuperando milhões em créditos tributários indevidos.
A sofisticação das quadrilhas e o uso de estratégias cada vez mais elaboradas exigem atenção redobrada dos empresários para evitar prejuízos financeiros, exclusão do regime tributário e exposição de dados sensíveis.
Como funcionam os golpes do Simples Nacional?
Geralmente eles começam com a abordagem de supostos consultores tributários ou até mesmo pessoas se passando por representantes da Receita Federal. Prometendo a recuperação de créditos de PIS, COFINS ou outros tributos, os criminosos solicitam o envio de documentos, informações confidenciais e, em alguns casos, o pagamento antecipado de taxas para liberar uma suposta restituição.
A fraude se concretiza quando os criminosos manipulam declarações no Programa Gerador do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (PGDAS-D), alterando a natureza da receita bruta para criar créditos fictícios e solicitar a devolução de valores que, na prática, não são devidos.
Além disso, há casos em que os fraudadores emitem guias falsas de pagamento (DARFs ou DAS) com códigos de barras ou chaves PIX que direcionam o valor para contas de terceiros.
As consequências para as empresas vão desde multas e exclusão do Simples Nacional até o vazamento de dados sigilosos, o que pode gerar outros tipos de fraudes e prejuízos à reputação do negócio.
Principais iscas utilizadas pelos criminosos
Segundo o advogado e especialista em gestão tributária, Thiago Santana Lira, as quadrilhas manipulam informações fiscais, criando créditos inexistentes e gerando prejuízos para as empresas e para o governo, a partir de:
- Promessas de restituição fácil e rápida: golpistas oferecem recuperar altos valores de impostos pagos a maior, muitas vezes cobrando uma comissão sobre o valor restituído.
- Falsos contatos oficiais: utilizam e-mails, ligações ou mensagens que simulam comunicações da Receita Federal, inclusive com uso de logomarcas e linguagem técnica.
- Guias e boletos falsos: envio de DARFs ou DAS com aparência idêntica à oficial, mas com dados bancários de terceiros, geralmente via e-mail ou até mesmo pelo correio.
- Solicitação de informações sigilosas: pedem acesso a documentos, certificados digitais e dados bancários sob o pretexto de agilizar o processo de restituição.
- Pressão e ameaças: alegam que a empresa pode ser multada ou excluída do Simples Nacional caso não regularize a situação rapidamente, estimulando decisões precipitadas.
Proteja seu estabelecimento de golpes do Simples Nacional
O advogado explica que a melhor forma de proteção é a prevenção, baseada no compliance tributário. Algumas ações recomendadas incluem:
- Auditoria interna: realize auditorias regulares para identificar e corrigir inconsistências nas declarações fiscais.
- Treinamento e capacitação: invista na formação da equipe administrativa sobre legislação tributária e riscos de fraudes.
- Consultoria especializada: conte sempre com a assessoria de advogados e contadores especializados antes de tomar qualquer decisão sobre recuperação de créditos tributários, garantindo a legitimidade de todo o processo.
- Monitoramento contínuo: estabeleça processos para garantir que as informações fiscais estejam sempre corretas e atualizadas.
- Canal oficial de comunicação: utilize o Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN) para verificar notificações e regularizar declarações diretamente com a Receita Federal, evitando intermediários suspeitos.
Como destaca o especialista, “agir em conformidade com as leis, regulamentos e normas protege as empresas de fraudes e as capacita a realizar recuperações legítimas de créditos”. A conscientização e a adoção de práticas seguras são essenciais para evitar prejuízos e manter a saúde financeira e fiscal do negócio.
Outras medidas que também auxiliam na manutenção da segurança na hora de fazer operações relacionadas ao Simples Nacional são:
- Emita guias apenas nos portais oficiais: sempre utilize o Portal e-CAC ou o Portal do Simples Nacional para consultar débitos e emitir boletos. Não pague guias recebidas por e-mail ou WhatsApp sem confirmação.
- Nunca forneça informações confidenciais a terceiros: não compartilhe certificados digitais, senhas, dados bancários com desconhecidos ou consultores sem comprovação de idoneidade.
- Verifique a autenticidade de contatos e documentos: confirme qualquer contato sobre restituição diretamente com a Receita Federal ou seu contador de confiança antes de tomar qualquer providência.
O que é a Operação Retificadora
A Operação Retificadora foi iniciada em outubro de 2022 pela Receita Federal, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, para investigar fraudes na apuração de tributos de empresas optantes pelo Simples Nacional após a identificação de um esquema em que supostos consultores abordavam pequenos e médios empresários, prometendo restituições indevidas de PIS e Cofins por meio da alteração fraudulenta de declarações fiscais.
Na primeira fase, foram cumpridos mandados de busca e apreensão e bloqueados cerca de R$ 40 milhões em bens de um grupo criminoso responsável por um prejuízo estimado em R$ 44 milhões aos cofres públicos.
Desde então, a operação evoluiu para novas etapas: após um período de incentivo à autorregularização, em 2024 iniciou a terceira fase, com ações coercitivas e fiscalização direta sobre empresas que não corrigiram as irregularidades, resultando em autuações e recuperação de mais de R$ 11 milhões em créditos tributários no primeiro lote de fiscalizações.
Atualmente, a Receita Federal segue ampliando as investigações e fiscalizações, com previsão de alcançar cerca de 500 empresas na sequência das ações, buscando garantir a segurança fiscal e de dados desses negócios.
Cuide do seu Simples Nacional
A crescente sofisticação dos golpes envolvendo restituições do Simples Nacional exige a adoção de medidas preventivas e a atenção de empresários e donos de estabelecimentos a qualquer comunicação suspeita.
Por isso, a checagem rigorosa de documentos e a busca por informações apenas em canais oficiais são as melhores formas de proteger seu negócio contra prejuízos financeiros e riscos fiscais.
Em caso de dúvida, consulte sempre um profissional de confiança e não tome decisões precipitadas diante de promessas fáceis ou pressões externas.
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