O Brasil já é o 4º colocado em consumo de alimentos saudáveis no ranking global e movimenta US$ 35 bilhões por ano, de acordo com a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor.

O estudo aponta ainda que para 28% dos brasileiros consumir alimentos nutricionalmente ricos é muito importante e 22% da população opta por comprar alimentos naturais e sem conservantes.

Mas afinal, como esse nicho tão significativo pode ajudar a ampliar a receita de estabelecimentos comerciais? O primeiro passo é entender que há cinco frentes que podem ser incorporadas em restaurantes:
1 – alimentação sem glúten,
2 – vegetariana,
3 – vegana,
4 – orgânica e;
5 – fitness.

Segundo Carlos Conceição, consultor do setor de alimentação, o consumidor precisa ser comunicado sobre a mudança. Cartazes, faixas, ilhas separadas e prateleiras destacadas podem ser formas de chamar a atenção para as novidades.

“Nada impede que um restaurante siga sua atividade do dia a dia e ainda incorpore uma frente mais saudável no cardápio. Isso sequer precisa ser produzido localmente. O leque de produtos saudáveis é extenso e encontrar bons fornecedores pode significar aumento de receita”, explica.

Em um restaurante, por exemplo, é possível fazer uma ilha de salada apenas com alimentos orgânicos e ter uma geladeira com marmitas fitness para viagem.

Dicas do Sebrae para empreender em alimentação saudável

Segundo o Sebrae, os empreendedores que estão pensando em investir no mercado de alimentação natural devem prestar atenção nos alimentos sem glúten, que atendem tanto pessoas que sofrem da doença celíaca quanto quem segue dietas que restringem o consumo da proteína.

Para se ter uma ideia, segundo o Conselho Nacional de Saúde (CNS), há dois milhões de pessoas no Brasil afetadas pela doença. O público das dietas é constante.

O cuidado, nesse caso, é na hora de preparação dos alimentos. O uso da cozinha deve ser avaliado, pois o pó da farinha de trigo no ar, o uso comum de utensílios e equipamentos, a limpeza inadequada são as principais causas de contaminação, que pode causar danos à saúde de celíacos.

Nas frentes dos alimentos orgânicos, já são mais de 15 mil propriedades certificadas e em processo de transição – 75% pertencentes a agricultores familiares no Brasil. Buscar os fornecedores corretos é o segredo desse negócio.

Vegetarianos: público promissor

Uma pesquisa do Ibope apontou que mais de 15 milhões de pessoas se declaram vegetarianas no Brasil. “Além disso, há também as pessoas que não se declaram vegetarianas, mas são favoráveis a uma alimentação mais saudável”, diz Conceição.

Para o consultor, o segredo está em encontrar fornecedores de alimentos mais saudáveis e fazer testes no estabelecimento. “Não recomendo a produção local, nem alto investimento em um primeiro momento. Acredito que é possível fazer um teste e ver se os clientes se animam com a novidade”, finaliza.

Que tal atualizar o cardápio com um bowl de salada com proteínas vegetais como lentilha, ervilha, grão de bico, tofu. Ou incrementar com queijos como gorgonzola combinado com frutas como figo e melancia. Indo além, as chamadas carnes vegetais (plant-based) prometem reconciliar o amor dos vegetarianos pela proteína. Trata-se de alternativas para substituir proteínas animais utilizando “carne” de Jaca temperada, shimeji, “sangue de beterraba”, dentre outros ingredientes. Uma série de produtos industrializados vêm surgindo nessa linha e o sabor surpreende. Tais produtos alternativos promovem saúde ambiental e agradam quem tem razões ideológicas para não comer carne.

A adesão ao vegetarianismo-casual também é crescente no mundo todo. Os chamados “Flexitarians” ou “flexitarianos” em tradução livre, comem de vez em quando carne e peixe, estão atentos à pegada de carbono, ao impacto na saúde e são adeptos de fontes alternativas de proteínas. Para atender bem os flexitarianos, inclua no cardápio opções como espetinho de peixe assado, frutos do mar, nuggets de frango orgânico, bebidas ou sobremesas feitas com leite de amêndoas, dentre outras criações.

Por que os alimentos saudáveis estão atraindo o interesse do público?

É natural que a demanda por alimentos saudáveis esteja em plena ascensão. A cada dia mais pessoas tomam consciência da importância nutricional. São famílias inteiras buscando nutrição de qualidade para seus filhos, soma-se a lista os estabelecimentos comerciais em busca de produtos frescos e mais saborosos. Além disso, há o interesse legítimo em minimizar impacto no meio ambiente, nesse aspecto a agricultura orgânica cumpre inúmeros quesitos porque é mais saudável, possui baixos níveis de nitrato, maiores índices de selênio e vitamina C, seu cultivo, transporte e armazenamento é livre de produtos químicos sintéticos, irradiação e fumigantes (controle de pragas por meio de tratamento químico).

Na pecuária e avicultura os orgânicos abandonaram a utilização de hormônios e antibióticos em animais, além de adoção da criação sem confinamento. Há ainda, como já citado, outro fator crucial na demanda crescente advinda de clientes com restrições alimentares e alérgicas ou por razões ideológicas, como os vegetarianos e veganos.

E em seu estabelecimento, já pensou em aderir aos alimentos saudáveis e garantir aos clientes a procedência de seus ingredientes, mais sabor e valor nutricional?

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