Para alcançar a chamada inovação da mobilidade, o caminho vai bem além das iniciativas das companhias tradicionais do setor automotivo. Além das fabricantes de veículos, que apostam em carros elétricos, autônomos e combustíveis alternativos, inúmeras startups mergulham nesse universo em busca de soluções que ajudem a acelerar a transformação do setor.

O Vale do Silício, nos Estados Unidos, é considerado o berço dessa inovação. Afinal, 68% do investimento em autotech do mundo vem do país e cerca de 80% deste total está na Califórnia. Estivemos presentes em várias empresas instaladas no pólo tecnológico americano para entender mais sobre as iniciativas e replicar as boas práticas por aqui.

Entre os locais visitados, a BMW iVentures, aceleradora da montadora alemã BMW focada em investimentos de projetos voltados para área de mobilidade, foi uma das que chamou mais atenção. O local tornou-se uma fábrica de ideias para tópicos como direção autônoma, carro digital e cloud, e-mobilidade, inteligência artificial, dados e segurança, indústria 4.0, vida digital dos consumidores e serviços de energia.

No local, as empresas com ideias promissoras voltadas à mobilidade têm os processos acelerados, como a JustPark, que ajuda a determinar locais onde há vagas para estacionar. Outras iniciativas de destaque são Turo, Ridecell,Moovit, Blackmore, May Mobility e Nauto.

Segundo Samantha Huang, associada da BMW iVentures, a iniciativa da aceleradora visa aproximar startups para se adequar às novas realidades do setor automotivo. Manter as vantagens competitivas e trazer inovações para suas cadeias de suprimentos são os principais objetivos. A executiva acredita que os veículos serão commodities no futuro, mas provavelmente ainda haverá espaço no mercado para marcas que focam seus negócios nas relações mais emocionais.

Durante nossa visita no Vale do Silício, conhecemos também a Awesm Ventures, aceleradora com um fundo de investimento de US$ 30 milhões. Tommaso Di Bartolo, um dos fundadores da Awesm Ventures, defendeu que as indústrias estão sofrendo disrupções, e, nesse contexto, não é a capacidade de investir que vai mantê-las vivas. Para ele, o fator de sucesso é a inovação.

Por isso, ele deu dicas de como formular uma ideia para que ela seja selecionada para ser acelerada. Segundo ele, três passos principais devem ser levados em conta em uma apresentação: defender e atualizar o produto primário, digitalizar algo que já tem e, por último, investir em soluções que possam parecer absurdas agora, mas que vão fazer sentido no futuro. Para ele, há três possibilidades básicas que qualificam inovação: melhoria de um produto que já existe, criação de um produto revolucionário ou colaboração com startups.

O executivo defende que os carros elétricos são uma boa fonte de inovação, talvez a tendência mais palpável no momento. Para se ter ideia, um carro elétrico, atualmente, gera cerca de 500 Gb de dados e em um futuro próximo gerará 50 Tb. Esta lacuna vai abrigar inúmeras possibilidades de inovação.

Os executivos do Vale do Silício são altamente competitivos e buscam ser os primeiros em tudo. Mas uma coisa entre eles é consenso: unir forças é essencial para agilizar a mudança do conceito de mobilidade. Essa, aliás, é um dos nossos objetivos.

Contamos hoje com o carro compartilhado, por exemplo, que desenvolvemos em parcerias como a Ford e a Serttel, empresa do setor de soluções tecnológicas para gerenciamento de trânsito, segurança e mobilidade urbana.

Lançamos o Alelo Mobilidade, produto multimodal para pagamento das despesas com deslocamento, em parceiros como Easy Táxi, Urbano, Zazcar, bike compartilhadas e muito mais. E você, também acredita que as parcerias são uma boa forma de acelerar a inovação? Compartilhe sua experiência com a gente.

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