Com congestionamentos demorados, massificação de grandes cidades e mudanças no consumo da nova geração, a indústria automotiva tem buscado recursos para se reinventar. Na atual conjuntura socioeconômica, a mobilidade urbana vem sendo pautada por meios de transporte compartilhados e veículos sustentáveis.

O conceito se baseia no uso distribuído de um veículo. Ou seja, ter mais de uma pessoa usufruindo de um mesmo carro, gerando menos volume em circulação, como acontece com o Uber, o Cabify e o 99, serviços já consolidados no Brasil. Mas a mobilidade compartilhada vai muito além de pagar para motoristas te levarem de um lugar para outro confortavelmente.

Os últimos meses foram de plena aceleração de mudanças na sociedade. Por conta das medidas de distanciamento social, o transporte público teve queda no uso, visto que a aglomeração dos usuários acaba elevando as chances de contaminação. O aumento de profissionais em home office e a flexibilização dos horários de trabalho ajudou a diminuir com o fluxo de pessoas em ônibus, metrô e ruas.

Soma-se a isso o fator da sustentabilidade, que dentro de políticas futuras deve ser cada vez mais incentivada, favorecendo o equilíbrio entre sociedade e natureza para que tenhamos um planeta mais saudável nos próximos anos. Mudanças climáticas como o aquecimento global já vêm tendo impacto direto nos rumos dos planos de governo ao redor do mundo.

Mais preocupada com questões ambientais e sociais, a nova geração não quer ter posse de um veículo, quer apenas utilizá-lo quando necessário.
A bicicleta e a caminhada são apontadas como principais meios de locomoção, pois além de não serem poluentes, são formas seguras em relação ao distanciamento imposto pelo Covid-19, favorecem o bem-estar pessoal e a prática de exercícios. As duas maneiras entram como formas prioritárias de deslocamento em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Não é por acaso que cidades como Amsterdã e Copenhague são referência em práticas inovadoras de planejamento urbano. Ambas possuem mais bicicletas do que carros em circulação, com ciclovias bem estruturas, pontes expressas para ciclistas, estacionamentos e pontos de compartilhamento de bikes, entre outras medidas que tornam o acesso mais fácil.

O planejamento urbano precisa incluir estratégias e serviços que garantam eficiência nos modos de transporte, criando uma cidade mais amiga do pedestre e a partir de então abrindo os caminhos para a mudança de comportamento, fazendo com que não seja mais visto como necessidade ter um ou mais carros na garagem. Nesta linha vanguardista, alguns dos principais serviços de bicicletas compartilhadas em atuação em território nacional já aceitam o Alelo Mobilidade. Saiba mais aqui.

Pequeno dicionário da mobilidade

A economia compartilhada traz um monte de termos em inglês para o mercado. E para você não ficar refém dos anglicismos, eis aqui um glossário de modalidades de serviços em ascensão:

Kick Scooter Sharing: compartilhamento de patinetes.

Free Floating Carsharing: compartilhamento de carros sem um ponto fixo de retirada e devolução. Ou seja, é no esquema “pegue, use, largue” onde quer que você esteja.

Station-Based Carsharing: compartilhamento de carros com estações fixas de retirada e devolução.

Peer-to-peer Carsharing: compartilhamento de carros ponto a ponto, no qual proprietários de carros particulares disponibilizam o veículo para aluguel por curtos períodos de tempo.

Moped Sharing: compartilhamento de scooters elétricas.

Ride Pooling: a famosa carona, que agora ficou bem mais fácil por meio de aplicativos para celular que conecta pessoas à motoristas que estejam indo para o mesmo local/cidade/direção.

De carona com a tecnologia

A tecnologia — somada à logística — vem ajudando a aproximar pessoas e serviços de meios de transporte compartilhados, acessados facilmente por meio de aplicativos de celular. É a partir da conectividade e de recursos como big data (análise de dados) que se encontram soluções para tornar as cidades mais inteligentes e, consequentemente, eficientes.

Partindo de iniciativas inovadoras que garantam acesso, fluidez, agilidade, economia (de tempo e dinheiro) e integração nos deslocamentos, a indústria começa a se reinventar. Meios eficientes de pagamento automático de pedágio e estacionamento como a Veloe  – empresa da família Alelo -, veículos elétricos, carros autônomos — movidos a inteligência artificial — , internet das coisas e serviços de mobilidade compartilhada são apontados como tendência para os próximos anos.
Estima-se que 40% do trânsito nas grandes cidades seja gerado pela simples busca por um estacionamento.

Para obterem sucesso em suas estratégias, tais recursos precisam ser utilizados de forma integrada, conforme manda o conceito de Mobility as a Service (MaaS), que vislumbra a oferta de serviços de locomoção por meio de um só sistema de nuvem. Ou seja, a gestão de transportes e as ofertas de locomoção se concentram num só app.

A digitalização entra como principal motor de transformações nos meios de transporte. Desta maneira se otimiza a experiência dos usuários, criando viagens dinâmicas e planejadas, com pagamentos flexíveis e fácil transação.
Um bom exemplo de uso de MaaS é o aplicativo criado pela Prefeitura de Madri, que integra todos os sistemas de transporte multiusuário (BiciMAD, Car2Go, Emov, eCooltra e Obike), filtrando rotas mais rápidas, econômicas, ecológicas e saudáveis.

Outro sistema utilizado em cidades europeias que tem dado o que falar é o Whim, conecta o usuário com meios de transporte variados, o público, a bike e o carro compartilhado, mediante três planos de pagamento.
Com iniciativas e startups do tipo, a mobilidade urbana está em constante reinvenção. Abaixo você encontra algumas iniciativas de meios de transporte compartilhados ativos no Brasil para rever suas práticas a partir de agora!

Cittamobi: visando aproximar e facilitar a vida de usuários do transporte público, o aplicativo faz uso de dados para informar horário dos veículos em tempo real, as previsões de chegada, as melhores rotas para o dia a dia, além de outros serviços digitais e ferramentas de conveniência.

Tembici: criada por três estudantes da USP, a empresa expandiu tanto que hoje está em 14 cidades do Brasil, Buenos Aires e Santiago, tornando-se líder de micromobilidade na América Latina. Oferece bicicletas compartilhadas que são facilmente desbloqueadas por um app.

Turbi: a Turbi conta com estações de carros compartilhados espalhadas por São Paulo, com custo de R$ 8 a R$ 35 por hora. Para utilizá-los basta instalar o app, se cadastrar, desbloquear o veículo escolhido e dirigir por aí.

Scoo: a startup brasileira oferece três veículos diferentes para aluguel, sendo convencional, elétrica ou patinete. Usando o app é possível localizar o veículo e destravá-lo por meio de um código QR. Na hora de devolver basta consultar no mapa do aplicativo o local mais próximo para estacioná-la.

Riba Share: criada em 2018, a startup em São Paulo oferece scooters sustentáveis compartilhadas a partir de R$ 5,90. O sistema é semelhante aos demais. Por meio do app o usuário encontra a motocicleta mais próxima, desbloqueia, pega o capacete no baú e vai até onde precisa ir.

Lady Driver: com o objetivo de oferecer caronas seguras e confortáveis para o público feminino, o aplicativo faz a ponte entre motoristas e passageiras mulheres. Está entre os apps de mobilidade mais buscados no Brasil segundo pesquisa da agência SEMrush.

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