Criar uma experiência sólida para os funcionários é uma prioridade para os líderes de RH em 2021. De acordo com a consultoria Gartner, 28% dos líderes de RH e 46% dos líderes de Diversidade e Inclusão acreditam que a experiência do funcionário é crucial para o crescimento de uma empresa.

E de fato, as empresas que mais crescem são as que tratam, com atenção, a gestão de talentos. É o que aponta estudo feito pela consultoria Oxford Economics, com mais de 2,7 mil executivos. Não à toa, uma pesquisa feita pelo LinkedIn mostra que as companhias estão começando a trabalhar para os funcionários, e não apenas o contrário.

Os dados mostram que 77% das equipes de recursos humanos desenvolvem ações pensando na experiência dos funcionários para aumentar a retenção e fortalecer a marca empregadora. “Nenhuma empresa vai para frente sem as pessoas. E se elas tiverem uma experiência ruim, vão passar isso aos clientes”, diz Maria Candida Baumer Azevedo, sócia da People & Results, especializada em carreira e cultura empresarial.

Segundo ela, entende-se como experiência todas as interações do funcionário ao longo de sua história com a companhia – desde o primeiro contato como candidato, passando pelo desenvolvimento e crescimento, até o seu possível desligamento.

“É preciso pensar em todo esse caminho”, explica. Isso quer dizer que não se trata apenas de oferecer um bom salário, é preciso cuidar de toda a trajetória do profissional, pensando em aspectos como bem-estar, aprendizado, respeito, propósito e qualidade de vida.

Isso porque os profissionais querem empregos que se ajustem ao seu estilo de vida, que ofereça oportunidades de crescimento e os conecte a um significado e propósito maiores. “As pessoas, hoje, não querem apenas dinheiro, querem realizações e felicidade”, explica.

Por onde começar para proporcionar uma experiência positiva aos colaboradores

A experiência do empregado está ligada aos valores que a empresa pratica no dia a dia e a como as pessoas são tratadas. O primeiro passo é contar com valores bem consolidados para nortear as ações e a postura dos funcionários.

Tendo isso definido, é importante conscientizar os líderes sobre o assunto, pois são eles que estão em contato direto com os profissionais. Analise se a empresa conta com as pessoas certas na liderança, ou seja, que conseguem influenciar e ouvir, genuinamente, as demandas e necessidades do time.  “Os líderes devem ser abertos ao diálogo e agir como facilitadores do crescimento e desenvolvimento das pessoas”, afirma Maria Candida.

Outro ponto importante é trabalhar para que todos tenham a sensação de pertencimento, o orgulho de estar na empresa. Para isso, é essencial mostrar a importância do papel de cada um para o atingimento de metas. Além disso, é preciso contar com uma comunicação clara e transparente, explicando o porquê de cada decisão.

Como medir a satisfação

As pesquisas internas são a melhor forma de verificar se os funcionários estão tendo uma boa experiência na empresa, segundo Tatiana Iwai, professora e pesquisadora de comportamento organizacional e liderança do Insper. Ela explica que há três ferramentas principais. A primeira é a pesquisa anual de clima, geralmente quantitativa e com respostas fechadas sobre todas as dimensões da empresa – das possibilidades de crescimento, até a relação com o líder.

Outra possibilidade é a chamada pesquisa pulse para medições rápidas e mais frequentes (semanais ou mensais), relacionadas a uma questão específica. “Essa ferramenta pode ser usada, por exemplo, depois de implementar uma ação nova de treinamento para saber o que os funcionários estão achando ou para medir qual o sentimento num momento de crise, como o que estamos vivendo”, explica Tatiana.

Ela recomenda, também, análises qualitativas, que podem ser feitas por meio de grupos focais, metodologia que reúne participantes em uma entrevista para que eles exponham suas percepções sobre determinado assunto.

Porém, mais importante do que aplicar essas pesquisas, é disponibilizá-las para toda a empresa conhecer os resultados  e criar planos de ação para resolver as questões identificadas. “Sem isso, perde-se o engajamento dos profissionais e a credibilidade das ações”, completa.

Ou seja, para que a experiência do colaborador seja completa é importante que ele participe de todos os momentos, desde o apontamento dos problemas, passando pela construção da solução até a celebração da melhoria.

 

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