Aproveitando o espírito de começo de ano, de promessas e metas novas, pode ser uma boa hora para você pensar em uma guinada na sua carreira. Como escolher com o que pretende trabalhar e trilhar esse caminho não é uma tarefa que acontece do dia para a noite, o início de uma década pode ajudar a pensar: qual carreira você quer ter daqui 10 anos?

A inspiração aqui é se até os ingleses, príncipe Harry e sua esposa Meghan Markle, decidiram abrir mão da realeza para mudar de vida — e de carreira, isso quer dizer que nenhum lugar é confortável o bastante para não comportar uma grande guinada.

A decisão envolve questões como valores, princípios, bens financeiros e não é fácil. Em busca de respostas conversamos com especialistas para entender quais são os caminhos a serem percorridos por quem deseja fazer uma guinada na carreira. O primeiro ponto é ter em mente que idade não deve ser um limitador para uma mudança de escopo — desde que haja planejamento para isso. 

“Não há um limite, mas não se pode ser tão inocente de achar que aos 60 anos de idade, por exemplo, pode-se migrar de contador para jogador de futebol profissional. É preciso analisar bem essa decisão de mudança de carreira e quais os rumos se quer tomar. A hora certa é a hora que você se sente preparado e fez um planejamento para isso”, diz o consultor de carreira Emerson Weslei Dias. 

Segundo Karla Candal, diretora de transição de Carreira da consultoria LHH no Rio de Janeiro, há alguns sinais que podem ajudar a entender a hora certa de mudar de rumo. “Quando começamos a nos sentir mais desambientados, quando passamos a discordar mais do todo do que concordar, quando paramos de influenciar os stakeholders ou até mesmo quando começamos a nos desconectar da visão e dos valores da organização. Esta é a hora de começar a planejar a mudança”, explica.

Qual é o melhor caminho para dar uma guinada na carreira?

A resposta para essa pergunta não é nada óbvia, afinal ela depende dos objetivos de quem vai realizar a mudança. Há muitas formas de definir isso, pois mudar pode ser: de posição hierarquicamente ou lateralmente, de local de trabalho, de função ou até mesmo de área de atuação. Para começar, a dica é fazer um inventário do que não te agrada e tentar endereçar esses pontos.

Para Karla, a guinada na carreira tem que estar alinhada com suas ambições e onde você pretende chegar com essa movimentação, bem como, nas coisas que te motivam. O planejamento é o caminho mais seguro. “Fazer uma nova faculdade, fazer uma nova atividade, cursos, retomar contatos, experimentar algo novo que possibilite ou viabilize novos caminhos podem ser formas de começar essa movimentação. Estamos na era de aprender e reaprender o tempo todo e isso é valorizado”, diz.

É bem verdade que em momentos de retração econômica ou baixo crescimento, é mais difícil fazer uma guinada na carreira. Afinal, há mais mão de obra disponível e qualquer movimentação não planejada pode se tornar desafiadora do ponto de vista financeiro.

“Em contrapartida, recomeçar considerando o fato que o profissional está sem experiência em uma outra área de atuação ou negócio o torna uma mão de obra menos custosa, que pode ser favorável nesse momento de experimentação. Mais uma vez volto para a necessidade de um planejamento, inclusive financeiro e emocional, para suportar os momentos de baixa salarial de todo início”, diz Karla.

Ter uma boa rede de relacionamento dentro da empresa em que se encontra e também fora dela é fundamental para essa movimentação. O networking é um ótimo aliado. Ao decidir qual mudança pretende fazer, inicie conversas com quem já trabalha na área para ter uma visão mais realista, por exemplo. 

Quais são os riscos de se mudar de carreira? 

Segundo Karla, o risco natural da mudança é idealizar uma carreira que na prática pode não ser aquilo que imaginamos e isso gerar mais frustração do que satisfação. Voltar a uma carreira antiga pode custar alto, como desprestígio e salário mais baixo. “Por isso, é fundamental experimentar e conversar com pessoas que já vivenciaram essa transformação, ter muito autoconhecimento, entender bem seu momento pessoal e financeiro e sempre estar alinhado ao seu propósito”, afirma a diretora. 

Para Emerson, todo movimento tem riscos, mas ficar parado também tem. “O risco é parceiro inerente de toda atividade humana, é importante ponderá-lo sempre, mas nunca será possível eliminar todos. Então a hora de começar a mudança é agora”, afirma. 

 A seguir, elaboramos algumas dicas que podem ajudar nesse momento de transição de carreira. Confira:

  1. Reflita se quer mesmo mudar de carreira ou apenas fazer uma transição para outra função, para outro emprego na mesma área em outra empresa
  2. Mapeie prós e contras da mudança de forma realista
  3. Faça uma pesquisa de mercado para entender que seu hobby ou área de interesse podem ser de fato uma carreira com possibilidade de crescimento
  4. Pense em qual tipo de mudança pretende fazer. Há muitas opções como mudar a área de atuação, empreender, migrar para carreira pública, carreira acadêmica ou carreira autônoma
  5. Busque profissionais que estão na carreira escolhida para entender mais detalhes do dia a dia. As redes sociais podem ser boas fontes de contatos
  6. Trace um plano para fazer a mudança e faça um planejamento financeiro contando com uma eventual baixa salarial por um período de médio a longo prazo
  7. Formule um mapa de atuação compilando tudo o que terá de aprender para ser bem-sucedido na transição. Por exemplo: cursos, viagens e participação em eventos
  8. Estabeleça um prazo para fazer a transição e elenque suas prioridades

Agora que você já recebeu essa dose de inspiração, que tal compartilhar com a gente qual seu plano para fazer a mudança?

 Leia também nosso post sobre job rotation que está relacionado ao tema.

 

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