O desempenho dos funcionários tem relação direta com o sucesso da empresa, como aponta o último estudo Workforce, feito pela consultoria Oxford Economics com mais de 2,7 mil executivos.

Segundo a pesquisa, as companhias que mais crescem são as que tratam, com atenção, a gestão de talentos. Nesse sentido, o primeiro passo é estruturar bem o processo de recrutamento e seleção para atrair os melhores profissionais.

Parte dessa seleção está ligada em oferecer uma boa experiência ao candidato, mostrando que a empresa se preocupa com seu time, e tem um ambiente que favorece a produtividade e a qualidade de vida, por exemplo.

Há dois pilares importantes nessa ação: o candidato e o recrutador. Porém, muito se fala apenas sobre o que os profissionais devem ou não fazer durante uma entrevista de emprego.

É essencial também entender o papel do entrevistador e as posturas que devem ser evitadas, de acordo com Nathalia Paes, gerente de desenvolvimento de negócios do InfoJobs, empresa de tecnologia para recrutamentos.

Segundo ela, esses profissionais devem ficar atentos a todos os detalhes da ação, desde o momento da divulgação da vaga, até a contratação do novo colaborador. “Apesar de parecer uma tarefa simples para o RH, muitos deslizes são cometidos nesta etapa”, diz.

Os principais erros   

Rafael Souto, presidente da Produtive, consultoria de planejamento e transição de carreira, explica que o primeiro passo é ter em mente exatamente o que a empresa precisa em termos técnicos e comportamentais.

Quais habilidades são essenciais para o cargo? O candidato precisa ter experiência em atendimento ao público? O trabalho exige atuação em equipe? A proatividade conta pontos para a vaga?

“Além disso, o recrutador deve fugir de vieses, deixando de lado preconceitos e achismos, como estudar na faculdade X é melhor do que na Y ou para essa vaga o ideal é contratar um homem. Para ele, formular os questionamentos certos é uma das principais etapas de uma entrevista bem-sucedida.

A seguir, veja algumas perguntas proibidas num processo de recrutamento e seleção:

1. Questões que ultrapassam o limite profissional

Elimine perguntas como “Qual é sua orientação sexual?” “Qual a sua religião?” “Você planeja ter filhos?” “Sua vida social é agitada?” “Você tem dívidas?” “Casou-se jovem por qual motivo?”

2. Abordagens constrangedoras

Fazer perguntas que causam constrangimento, como “Pelo o que estou vendo você não tem a menor condição de trabalhar aqui, mas decidi te dar uma chance” ou “Como você, que trabalhou numa empresa de segunda linha, quer trabalhar aqui agora?

3. Perguntas que desqualificam o candidato

Desqualificar o candidato é outro erro. Questões como “Você já tem XX anos e nunca foi gerente?” “Na sua idade eu já tinha pós-graduação e mestrado” podem colocar tudo a perder.

Por outro lado, o candidato também deve estar bem preparado para a conversa. O processo de seleção é, sim, uma oportunidade de tirar todas as dúvidas em relação à posição, e hora de mostrar ao recrutador o quanto pode contribuir com a empresa, mas é preciso cuidado com algumas perguntas.

Questionar sobre remuneração na primeira etapa do processo seletivo é um dos erros, assim como falar mal de pessoas e da própria empresa ou trazer informações sigilosas de projetos executados.

Pesquise a legislação se for entrevistar fora do Brasil

Nos EUA, por exemplo, a legislação é rígida sobre quais questões são permitidas para fazer aos candidatos. Dentre elas, perguntar sobre histórico salarial em alguns Estados é proibido porque prejudica a igualdade salarial entre homens e mulheres. A recomendação, nesse caso, é estabelecer de antemão a faixa salarial para a posição e informar o candidato durante o processo de seleção para confirmar o alinhamento de expectativas.

Não é permitido questionar se inglês é a primeira língua (idioma nativo), qual é o país de origem do candidato (ilegal por ter conotação discriminatória de acordo com o capítulo VII dos Ato de Direitos Civis de 1964), se o candidato mora de aluguel ou é dono de um imóvel, qual é o nome de registro para casos de utilização de nome social, qual sua idade ou ano de graduação na faculdade, quando começou a trabalhar – e qualquer outra pergunta capaz de fornecer estimativa sobre a idade do candidato. Para posições cujo trabalho exige idade mínima, por exemplo, trabalhar em um bar, a pergunta deve ser precisa: “você tem menos de 18 anos?”.

Se planeja constituir família, está grávida ou tem filhos, também são proibidas pois informações pessoais do tipo não devem pautar decisões a respeito de contratações. Como está sua saúde, teve doenças no passado, fez operações? – Também não são perguntas que se faça, bem como se o candidato bebe socialmente, usou ou usa drogas ilegais, já que o tratamento para dependência química é protegido pelo Americans with Disabilities Act de 1990. Perguntar ofende sim quando a dúvida do entrevistador é se a pessoa evita beber por razões espirituais ou filosóficas, sendo a questão classificada como discriminação religiosa.

Confira também algumas questões que o candidato deve evitar na entrevista de emprego:

-Quando poderei tirar férias?

-Quando terei reajuste no salário?

-Já consegui o emprego?

É importante lembrar que os empregadores querem ver que o candidato está interessado o suficiente para ouvir mais sobre o cargo ou sobre a empresa, mas questionamentos que denotam apenas a questão financeira e as folgas não são bem vistos. Além disso, fica a critério do entrevistador avisar se houve match (em tradução livre uma combinação bem-sucedida) com o candidato e isso não costuma acontecer durante a entrevista.

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