A Alelo abriu um programa de mentoria reversa e convidou alguns jovens em início de carreira para conversarem com executivos da empresa. O objetivo foi promover a troca de informações entre diferentes gerações e este post é um resumo desta experiência.
Fui um dos primeiros convidados a participar. Meu nome é Weverton, tenho 23 anos e trabalho com suporte comercial dos produtos benefícios, Frota e Mobilidade. Minha mentorada, pasmem, foi Soraya Bahde, Diretora de RH na Alelo.
No programa, os millennials foram os mentores e o time da geração Z e Baby Boomers os mentorados. A primeira coisa que fiz, quando soube, foi criar um mapa mental para preencher a cada encontro. Os assuntos eram os mais diversos e o debate sempre produtivo. De cara, uma reflexão foi arrebatadora: idade não significa nada. Alguém com vivências diferentes das minhas, de uma “geração diferente” tinha muito em comum comigo, era alguém tão ligada em tecnologia quanto eu e tinha uma visão do novo parecida com a minha. Conclui que comportamento e pensamento, influenciam muito mais o enquadramento dentro de uma geração, do que a época de nascimento.
Assuntos abordados na mentoria reversa
Os temas abordados eram de domínio público, de modo que dava para conversar de forma igualitária com segurança. “Por que não conversamos com mais frequência com gestores da liderança, expondo nossas dúvidas e dilemas com mais facilidade?” – lembro de ter me perguntado em pensamento.
Conforme transcorreram nossos encontros vi o quanto aquela troca tinha valor. A transição de uma gestão tradicional para uma liderança inspiradora inconfundivelmente deve passar pela desconstrução da imagem da hierarquia convencional. Criar um ambiente benéfico para confiança e colaboração no mínimo reflete em mais agilidade, por exemplo, ao reportar falhas e mudanças de rumo sem receio, eliminamos a angústia que antecede este momento, até porque, erros são naturais quando se está buscando fazer diferente e melhor.
A exposição de opiniões de forma transparente normalmente leva a conflitos de ideias. Mas quando ambos os lados são verdadeiros em suas convicções e praticam escuta ativa, esta via de mão dupla de visões sobre determinado assunto enriquece nosso ponto de vista de uma forma inédita.
Conclusões graças a mentoria reversa
Posso afirmar que passei a observar de forma diferente a alta gestão depois dessa experiência. Percebi que minha opinião é relevante para eles. O mentoring me permitiu verificar que precisamos nos empoderar e dar autoridade a nossos pares para que a gente não se coloque numa posição de irrelevância, afinal a empresa também é reflexo dos seus funcionários.
A proximidade da gestão com seus colaboradores permite acreditar na mudança do status quo. Acredito que somos ilhas de conhecimento. A gente enriquece diariamente com nossos aprendizados e ao longo do tempo, criamos conexões com as outras pessoas, possibilitando amadurecimento e crescimento contínuo. Depois da experiência, tornou-se meu dever manter o caminho aberto para relacionamentos que retroalimentem o questionamento constante. Agora ainda mais, dou boas-vindas a ideias que coloquem à prova minhas convicções. A mentoria reversa me permitiu contribuir e questionar os modelos atuais, pude fornecer insights construtivos e sentir que atuei como agente da mudança que desejo.
Outra percepção que tive com a mentoria reversa foi ‘como a carreira depende de diversos fatores’. Dessa forma, desapeguei ao pensamento de uma trajetória idealizada e dei lugar para a importância dos valores que acredito. Eles me parecem ser a melhor forma de encontrar a realização profissional em um mundo cada vez mais instável. Tudo pode mudar, o digital pode revolucionar, mas o que você é, ninguém será capaz de substituir.
Por fim, levar sua visão de mundo e experiências aos tomadores de decisão, independentemente do cargo, além de ser um desafio, é uma experiência enriquecedora que recomendo a qualquer colega. Saí com a certeza de que vale a pena acreditar que nossas ideias carregam o valor da mudança para construir um mundo melhor.
