Assumir uma posição de liderança é um marco importante na carreira de qualquer profissional. No entanto, nem sempre o novo líder está preparado para lidar com os desafios dessa posição, principalmente quando falamos sobre habilidades comportamentais.
A transição de uma atuação mais técnica e individual para uma função de gestão representa uma mudança significativa de atuação, já que o foco do trabalho deixa de ser na execução, análise e estratégia e passa a envolver a capacidade de gerenciar, inspirar, motivar e desenvolver pessoas.
Mas o que fazer quando a liderança vem de surpresa para um profissional que, apesar de dominar competências importantes, não está preparado para ser líder? Vem com a gente entender!
De repente na liderança
Assumir uma posição de liderança repentinamente é um desafio significativo para muitos profissionais. Isso porque a função de líder exige um conjunto amplo de competências que vão além do conhecimento técnico. Habilidades como:
- comunicação assertiva;
- inteligência emocional;
- gestão de conflitos;
- ampla visão do negócio e dos processos;
- tomada de decisão sob pressão;
- capacidade de inspirar e engajar equipes.
Mas, quando alguém é promovido sem a preparação adequada, pode se deparar com insegurança, dificuldade para delegar, resistência da equipe e pressão por resultados, além de precisar rapidamente desenvolver uma visão estratégica do negócio.
Esse cenário evidencia a importância do desenvolvimento contínuo e do suporte organizacional para que novos líderes possam se adaptar e desempenhar seu papel de forma eficaz.
A importância das trilhas de treinamento e desenvolvimento
Liderança foi o tema central do segundo episódio do Pod Papo, videocast exclusivo da Alelo focado em temas centrais no desempenho das organizações. Durante o programa, o desenvolvimento e o treinamento contínuo para os líderes foram pontuados como fundamentais para garantir que gestores estejam preparados para enfrentar os desafios de um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e complexo.
Como destacou Cynthia Kitasato, superintendente da Alelo, “a gente só vai conseguir ter o resultado através das pessoas, mas como vamos fazer isso? Investindo nelas!”.
Ela reforça que investir em desenvolvimento não é apenas um custo, mas uma consequência natural para empresas que buscam resultados sustentáveis, já que momentos de troca e aprendizado são essenciais para a evolução do negócio.
Já Anderson Bars, fundador da Escola do Caos, complementa que, segundo pesquisa promovida por eles, realizada com mais de 1.300 líderes e liderados, há um gap médio de 40% entre a percepção dos líderes sobre suas próprias competências e a percepção de seus times, o que evidencia a necessidade de programas de desenvolvimento estruturados e recorrentes.
Bars ainda ressalta que “aprender é responsabilidade do aprendiz”, mas cabe à organização criar caminhos e oportunidades para que o desenvolvimento aconteça de diferentes formas, seja por treinamentos formais, mentorias, projetos desafiadores ou trocas entre pares.
Dados apresentados durante o episódio mostram que empresas que investem em capital humano oferecem, em média, 74 horas de treinamento por colaborador ao ano e crescem o dobro em receita em relação às que priorizam apenas desempenho, de acordo com a McKinsey Global Institute.
Portanto, investir no desenvolvimento da liderança, seja ela mais nova ou mais experiente, potencializa resultados, fortalece o engajamento, a inovação e a capacidade de adaptação das equipes frente às mudanças constantes do mercado.

Apoiar a nova liderança é um dos pilares
Apoiar a nova liderança é um dos pilares fundamentais para o sucesso organizacional e para a construção de ambientes de trabalho mais produtivos.
Quando as empresas investem em programas de acolhimento, mentoria e desenvolvimento para líderes em início de jornada, criam bases sólidas para que esses profissionais possam exercer seu papel com mais confiança, clareza e preparo.
Esse suporte é essencial para acelerar o amadurecimento das competências de liderança e para reduzir erros comuns, fortalecer a cultura organizacional e garantir que as equipes estejam alinhadas e motivadas.
Ao reconhecer que a transição para a liderança é um momento crítico, as organizações demonstram compromisso com o seu próprio crescimento e sustentabilidade das operações, promovendo líderes mais preparados para inspirar, inovar e entregar resultados consistentes.
Líderes despreparados atrapalham a empresa
Uma liderança despreparada impacta negativamente todo o processo organizacional, comprometendo os resultados, o engajamento, a motivação e a retenção dos talentos nas equipes.
Segundo a consultoria McKinsey, 70% das iniciativas de mudança estratégica nas empresas fracassam, principalmente devido à falta de uma liderança eficaz, evidenciando que líderes mal preparados são um dos principais fatores de insucesso em processos de transformação e adaptação organizacional.
Além disso, a EY aponta que 77% das organizações relatam um gap de liderança e que a ausência de programas estruturados para preparar gestores, especialmente na camada intermediária, dificulta a implementação de mudanças e a conexão entre times e alta direção.
Dados reforçam a importância de investir no desenvolvimento de líderes que mostram não é apenas uma questão de aprimoramento individual, mas uma necessidade estratégica para garantir a sustentabilidade, a inovação e o crescimento das organizações em um ambiente de negócios cada vez mais dinâmico e desafiador.
O tema no mercado brasileiro
Líderes ineficazes trazem uma série de impactos negativos profundos e duradouros para as empresas, afetando desde o clima organizacional até os resultados financeiros.
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) mostram que, entre os mais de 53 mil trabalhadores que pediram demissão entre 2023 e 2024, mais de 16% apontaram problemas com a liderança como principal motivo para a saída, evidenciando o papel central do gestor na retenção de talentos.
Entre os principais efeitos de uma liderança ineficaz estão a queda na produtividade e no desempenho coletivo, desmotivação dos colaboradores, aumento do absenteísmo e do turnover, fragmentação dos times e deterioração do bem-estar corporativo.
Além disso, líderes despreparados tendem a falhar na comunicação, na gestão de conflitos e no reconhecimento de bons desempenhos, criando ambientes tóxicos e conflituosos que inibem a inovação e desestimulam a criatividade.
O impacto financeiro também é expressivo: segundo a Leadership IQ líderes ineficazes podem custar até 7% dos lucros das organizações, além de comprometerem a sustentabilidade a longo prazo ao enfraquecerem a cultura organizacional e prejudicarem a reputação da empresa no mercado.
A falta de clareza nas metas, decisões autoritárias e resistência à adaptação mantêm a empresa estagnada, dificultando a evolução e a competitividade. O ciclo de insatisfação e baixa performance pode se perpetuar, tornando a liderança ineficaz um dos maiores riscos para a saúde e o crescimento sustentável do negócio
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