O encontro “Inteligência Artificial e Acessibilidade” dialogou sobre o uso da tecnologia a favor de um ambiente de trabalho mais acessível

Com o tema “Inteligência Artificial e Acessibilidade”, uma das palestras de abertura do CONARH 50 anos debateu como a tecnologia vem sendo utilizada a favor da promoção da acessibilidade no ambiente de trabalho.

Mediadora da conversa, top woman in Tech 2024, sócia Gupy e especialista em empregabilidade, Jhenyffer Coutinho explicou já no início aos presentes que dados como da Future Jobs colocam que:

“70% das empresas do mundo pretendem utilizar inteligência artificial para maximizar a acessibilidade”.

 

Autonomia e segurança

Em sua primeira participação, Thierry Cintra Marcondes, conselheiro e professor da Wylinka, descreveu todas as informações visuais e sentimentos com o objetivo de incluir pessoas que precisam de mais acessibilidade. Marcondes, que trabalha com acessibilidade e inovação, é PCD e possui grau de surdez elevado.

Segundo ele, incluir é possibilitar que as pessoas participem de todo o âmbito da vida pública e privada com autonomia e segurança. “Autonomia é quando a pessoa consegue realizar tarefas sem o auxílio de outras. Uma pessoa com autonomia está incluída em todas as esferas, tem equidade e possibilidade de se desenvolver e se capacitar, tendo mais voz, sendo um consumidor e cidadão mais consciente, com a segurança de que não será lesada, enganada ou psicologicamente abusada”, argumentou. 

Marcondes afirmou ainda que a acessibilidade garante segurança para todos, especialmente para deficientes que precisam se locomover, utilizar transportes públicos e privados, com a certeza de que chegarão em segurança ao seu destino. “Quanto mais acessível o ambiente, melhor a experiência do usuário”, considerou.

 

Inteligência é a capacidade de atingir um objetivo

CEO na Everymind e professor da FIAP (Faculdade de Informática e Administração Paulista), Gustavo Rodrigues explicou que a IA costuma assustar as pessoas, mas que, é preciso ter em mente o que é inteligência, o que, segundo ele, é a capacidade de atingir um objetivo.

“Ela pode ser percebida a partir da efetividade ou versatilidade das pessoas ou tecnologias. Quando falamos de tecnologia, podemos notar inteligência em um carro autônomo, mas ele não desempenha tarefas específicas, como ir em determinado local e encontrar uma caixa específica. Com isso, notamos que tecnologias possuem inteligências mais gerais, enquanto nós temos inteligências específicas”, argumenta Gustavo.

Rodrigues continua: “A IA nada mais é do que a capacidade que as máquinas que operamos possuem de maximizar a nossa produtividade e auxiliar com tarefas que exigem inteligências mais gerais”.

 

Acessibilidade além dos PCDs

Marcondes explicou que a Inteligência Artificial pode contribuir com a acessibilidade no ambiente de trabalho de algumas maneiras, e trouxe alguns exemplos ao público presente. Ele citou como exemplo o caderno laranja do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que facilita a leitura do Chat GPT, e que acertou mais questões do caderno de acessibilidade do que do caderno comum distribuído aos participantes. 

“A acessibilidade é boa para todos, não só para PCDs. Por exemplo, alguns idosos não conseguem abrir encomendas compradas pela internet, assim como pessoas com questões motoras e fraqueza muscular”, argumentou.

Gustavo Rodrigues colocou, ainda, que ao se pensar a Inteligência Artificial como algo mais específico, ela é aplicada onde pode ser mais assertiva. “A IA é treinada por nós, então a informação que fornecemos é o que faz com que a inteligência seja efetiva e consiga acumular mais repertório”, explicou.

Rodrigues apontou ainda a carência de políticas públicas voltadas para acessibilidade, entre elas a necessidade de mais pesquisas nesse campo, que personalizem tecnologias que sejam acessíveis para todos.

 

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