“O importante é ter metas para caminharmos em direção a uma empresa mais diversa” – Mariana Bonsignori
Na última Arena Bench, do CONARH 2024, Mariana Bonsignori, Coordenadora de Gente da Alelo, falou sobre diversidade e inclusão e contou um pouco da jornada dentro da Alelo.
“A nossa jornada começou em 2019. Iniciamos um programa, o ‘Todes pela diversidade’, que temos até hoje, mas que foi sendo estruturado ao longo dos anos. Procuramos legitimar as nossas pessoas, formando quatro grupos de afinidade: etnia, gênero, PCD e LGBT”, disse Mariana.
A profissional contou que foram formados squads com líderes de cada grupo e que cada colaborador pôde se inscrever em um determinado núcleo, onde escolhiam o líder.
A iniciativa foi dando certo. “Levamos esse temas dos grupos de afinidade para fora e isso gerou empatia e conhecimento sobre as causas. Em 2022, tivemos nossas primeiras mentoras temáticas e também happy house entre os grupos”, comentou.
A Coordenadora de Gente da Alelo contou que foi percebido que nos grupos PCDs e de mulheres precisavam de melhorias voltadas para a carreira. A partir disso, o time faz um match entre mentores e mentorados atingindo o resultado ideal.
“Começamos a ter reconhecimento externo. Nós recebemos prêmios por conta dos nossos indicadores serem transparentes”, explicou.
Sabe o que é melhor? Cada grupo passou a ter sua própria identidade. Legal, né? E a Alelo faz um censo a cada dois anos para identificar os perfis dentro da equipe, observando onde há falhas e estabelecendo metas de diversidade.
O grupo mais recente é o Gerações, que surgiu da necessidade de contratar pessoas com mais de 50 anos. Em 2023, passou a ter mentorias para pessoas negras.
Em 2024, foi lançada a mentoria para o público LGBT e uma segunda edição de mentoria de mulheres. O grupo Ser é o de mulheres e o Pertencer é de PCDs.
“Temos que ter sponsors e tem que ser uma pessoa que defende a diversidade. Na Alelo, escolhemos as lideranças para propagar essa ideia. Isso envolve buscar aliados e recursos para o grupo. Por exemplo: temos homens no grupo de mulheres, porque é importante trazer para o diálogo também”, explicou Mariana.
O ideal é que os grupos se reúnam a cada 15 dias. Os encontros devem ter sensibilização e letramento, reconexão com encontros anteriores e planejamento das próximas reuniões. Ao todo durante uma hora. “O importante é ter metas para caminharmos em direção a uma empresa mais diversa”, afirmou.
Case Afrolelos
“O líder do Afrolelos na época sentia que precisava de comitês no grupo para ter mais engajamento”, contou. Entre os comitês do Afrolelos, apresentado pela Coordenadora de Gente, estão:
Onboarding: convidar novos colaboradores para o grupo Afrolelos e promover o engajamento de pessoas que já estão na empresa.
Mulheres pretas: mapear oportunidades de desenvolvimento de carreira das mulheres pretas, promovendo rede de apoio.
Interseccionalidade: apoiar, ouvir e entender pessoas pretas dos demais grupos de afinidade e promover a compreensão mútua das lutas.
Banco de currículos: criar acervo de CVs de pessoas pretas.
Sensibilização da liderança: compilar temas discutidos e levar para a sensibilização dos líderes da Alelo.
Indicadores: compilar os indicadores de contratações, turnover e promoções.
Comunicação: realizar as comunicações que o grupo entende ser necessário.
Mariana afirma que o respeito faz a diferença e é inegociável. “Perguntamos muito nos times e nas comunicações se todos os grupos estão representados para ter as pessoas por perto e que elas se conectem com as ações.”
A Alelo ganhou o prêmio “Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial” por promover ações antirracistas.
Uma curiosidade: o CONARH 2024 fez uma pesquisa e constatou que 33% do público do evento era negro; 78% composto por mulheres e 85% faziam parte do RH.