O furto de marmita no ambiente de trabalho é um problema mais comum do que se imagina e pode afetar profundamente o clima organizacional. 

Estima-se que mais da metade dos trabalhadores brasileiros leva marmitas diariamente ao trabalho, ou pelo menos três vezes na semana. Por isso, situações como essa geram desconforto entre os profissionais, prejudicam a confiança mútua e podem desencadear conflitos internos. Além disso, furtar é uma ação passível de sanções disciplinares e até demissão por justa causa

Sabia disso? Vem com a gente saber mais sobre todas as questões que o furto de marmitas pode ocasionar e como o RH deve lidar com isso.

O que configura um furto de marmita?

O roubo de marmita no trabalho acontece quando um colaborador pega a comida de outra pessoa de propósito, consome ou leva para si sem autorização. 

Para ser caracterizado como furto, é necessário haver a intenção de se apropriar do que não lhe pertence, ou seja, não se trata de um simples engano ao pegar a marmita errada, mas sim de um ato consciente e desonesto. 

Esse comportamento é considerado ato de improbidade e pode ser enquadrado como falta grave pelo empregador, passível de punições disciplinares, incluindo advertência, suspensão e até demissão por justa causa, conforme previsto no Artigo 482 da CLT

Além disso, a empresa deve ter provas concretas da autoria do ato, como imagens de câmeras de segurança ou testemunhos, para evitar acusações injustas e garantir a correta apuração dos fatos.

O que essa conduta pode ocasionar?

O furto de alimentos, mesmo que de pequeno valor, representa uma quebra de confiança e de ética entre os colaboradores. Esse tipo de atitude pode:

  • Gerar desconforto e desconfiança entre os funcionários, prejudicando o ambiente de trabalho;
  • Provocar discussões, brigas e clima de hostilidade na equipe;
  • Impactar negativamente a moral e o engajamento dos colaboradores, porque demonstra desrespeito às regras e à convivência;
  • Ocasionar prejuízos financeiros e à necessidade de adoção de medidas de controle mais rígidas por parte da empresa;
  • Expor a empresa a riscos de processos trabalhistas, caso não haja uma gestão adequada da situação.

Como o RH deve resolver essa questão?

O RH tem papel fundamental na prevenção e resolução desse tipo de ocorrência. As principais recomendações incluem:

Elaboração de um manual de conduta

É importante que a empresa tenha políticas claras sobre comportamento ético, incluindo a proibição de furtos, e que todos os colaboradores sejam orientados quanto a essas regras.

Adoção de medidas preventivas

Instalar câmeras de segurança em áreas comuns (respeitando a privacidade), fornecer armários individuais e incentivar o uso de etiquetas de identificação nas marmitas.

Canal de denúncias

Disponibilizar um canal confidencial para que funcionários possam relatar furtos ou suspeitas sem medo de retaliação.

Investigação cuidadosa

Ao receber uma denúncia, o RH deve apurar os fatos de forma discreta, respeitando os direitos dos envolvidos e evitando exposições desnecessárias.

Ações educativas

Promover campanhas internas sobre ética e respeito, reforçando a importância do convívio harmonioso e das consequências de atos ilícitos.

Soluções alternativas

Sugerir o uso de benefícios como vale-refeição ou cartões alimentação, reduzindo a necessidade de armazenamento de marmitas nas dependências da empresa.

Quais punições profissionais que furtam marmitas podem sofrer?

A legislação trabalhista prevê diferentes punições para funcionários que cometem furtos no ambiente de trabalho, dependendo da gravidade e da reincidência:

  • Advertência verbal ou escrita: para casos isolados e de menor gravidade, pode ser aplicada como medida educativa.
  • Suspensão: se houver reincidência ou maior gravidade, o funcionário pode ser suspenso por até 30 dias.
  • Demissão por justa causa: em casos comprovados de furto, especialmente se houver dolo, reincidência ou prejuízo relevante, a empresa pode dispensar o colaborador por justa causa.

É essencial que a empresa comprove o ato e respeite o princípio da proporcionalidade na aplicação das punições, evitando decisões precipitadas, garantindo o direito de defesa do colaborador e evitando decisões precipitadas que possam gerar passivos trabalhistas.

Por que é importante ouvir todos os lados?

Entender a motivação de quem furta marmitas no ambiente de trabalho é fundamental para que o RH e a empresa possam lidar de forma adequada com o problema, adotando medidas que vão além da simples punição. 

Em alguns casos, o furto de marmita pode estar relacionado a questões pessoais, como dificuldades financeiras, problemas emocionais ou até mesmo conflitos interpessoais e sensação de injustiça na equipe

Compreender as razões por trás desse comportamento permite que a organização ofereça suporte, orientação ou encaminhamento adequado ao colaborador, evitando que situações semelhantes se repitam e promovendo um ambiente mais saudável e empático. 

Além de entender as motivações por trás do furto, é essencial considerar a percepção de quem foi prejudicado e da equipe, caso o problema acabe virando um ruído interno. 

Uma abordagem equilibrada, que combine apoio e orientação com políticas claras de conduta, garante que as soluções sejam justas e eficazes a longo prazo. Dessa forma, a empresa resolve um problema pontual e promove relações mais equilibradas entre os times.

Benefícios corporativos podem ser uma solução estratégica

O Vale-Refeição e o Vale-Alimentação, por exemplo, são benefícios que podem reduzir a necessidade de levar comida de casa, atuando na “raiz” da insegurança alimentar e minimizando situações de vulnerabilidade que levam a comportamentos inadequados, como o furto.

Para isso, a empresa deve mapear a necessidade de oferecer ou aumentar o valor do vale a partir de:

  1. Pesquisas e feedbacks: realizar pesquisas anônimas com os colaboradores para entender suas dificuldades financeiras, hábitos alimentares e se o valor atual do benefício é suficiente.
  2. Análise de dados: verificar a frequência de ocorrências de furtos e correlacioná-las com possíveis insatisfações ou carências dos funcionários.
  3. Benchmarking: comparar os benefícios oferecidos pela empresa com os do mercado, garantindo que estejam competitivos e alinhados com as necessidades dos colaboradores.
  4. Diálogo com líderes: conversar com gestores para identificar se há profissionais que estejam enfrentando dificuldades pessoais ou financeiras, permitindo um direcionamento mais assertivo.

Impacto no clima interno

  • Melhoria na satisfação: oferecer benefícios adequados demonstra que a empresa se preocupa com o bem-estar dos colaboradores, aumentando o engajamento e a lealdade.
  • Redução de conflitos: ao diminuir a ocorrência de furtos, é possível evitar um clima de desconfiança e tensão entre os colegas.
  • Reforço da cultura organizacional: mostra que a empresa busca soluções humanizadas, no lugar de punições, fortalece valores como empatia e justiça.

Empatia e humanização

O furto de marmitas, embora pareça um problema isolado, reflete questões mais profundas no ambiente corporativo, como desigualdade, falta de diálogo ou dificuldades financeiras. 

Por isso, uma abordagem humanizada, combinando benefícios corporativos, políticas claras e escuta ativa nas empresas são soluções para resolver a situação e fortalecer a confiança e o respeito entre os colaboradores.

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Ações como pesquisa de clima, revisão de benefícios e treinamentos de conscientização previnem conflitos, mas também promovem um ambiente mais justo e produtivo.

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