A liderança feminina no Brasil ainda enfrenta desafios, embora haja um progresso gradual. Segundo dados da consultoria global Grant Thornton, o país conta com 37% de mulheres em cargos de liderança sênior.
Pensando nesse cenário, a Alelo Talk promoveu uma mentoria sobre os desafios das lideranças femininas com a Diretora de Gente e ASG da Alelo, Carolina Ferreira, no estande da empresa no CONARH 2025.
O bate-papo contou com uma série de perguntas do público para a diretora. Vem conferir as principais respostas!
Mentorias de liderança na Alelo
Antes do início da conversa, a Gerente de Gente e ASG da Alelo, Mariana Bonsignori, fez um resgate das últimas mentorias sobre liderança feminina promovidas pela empresa.
A primeira edição foi em 2022, quando cerca de 20 mulheres foram mentoradas. Dessas, 41% receberam reconhecimento. Dentro desses 41%, 11% foram promovidas a cargos de liderança.
“Quando a gente fez a segunda edição em 2024, esse número aumentou bastante. Foram 40 mulheres. Tivemos mentoras que ficaram com mais de uma mentorada, e até seis meses depois, tivemos em torno de 15 reconhecimentos para essas mulheres”, afirmou Mariana.
“A ideia da mentoria surgiu justamente para a gente acelerar a formação das mulheres na companhia. Então, fazemos esse match com mentoras que já são líderes na Alelo, para que elas ajudem mulheres que desejam crescer e se desenvolver na carreira, usando o que a gente tem de estrutura de aprendizagem”, completou Carolina.
Na sequência, o microfone foi aberto ao público para que fossem feitas perguntas à diretora.
1 – Qual foi o maior desafio no início da sua carreira como mulher na liderança?
Carolina respondeu que enfrentou desafios não só por ser mulher, mas também por não ter feito uma “faculdade de primeira linha”.
“Quando iniciei minha carreira, a gente concorria muito com quem tinha estudado em ‘faculdades de primeira linha’. Eu entendi muito cedo que precisava abraçar as oportunidades que surgissem na minha vida. Mesmo tendo estudado com bolsa, em uma faculdade que não era considerada de primeira linha, foi algo importante pra mim”, afirmou.
Ela também destacou a importância de se dedicar ao máximo e aproveitar as oportunidades para conquistar promoções.
“Quem dá o tamanho para o que a gente faz somos nós mesmas. Podem te pedir um projeto simples, mas, se você trouxer dados e mostrar como aquilo pode contribuir, ele pode ganhar proporções que você nem imagina”, comentou.
2 – Em algum momento, você precisou se provar mais por ser mulher?
“Sim, isso acontece muito porque estamos expostas a ambientes historicamente masculinos. Eu vivenciei coisas que vocês também vivenciaram: ser interrompida em uma reunião, não ter o valor reconhecido… O que foi fundamental pra mim foi o posicionamento, mostrar o que eu não tolerava — de forma respeitosa”, comentou.
Ela ainda ressaltou que uma estratégia que adotou foi buscar conversar diretamente com as pessoas e registrar qualquer situação inconveniente nos canais de ética da empresa.
3 – Pode falar um pouco sobre o processo de autoconhecimento?
“Conforme a gente vai amadurecendo, entendemos melhor a importância de buscar o autoconhecimento de forma estruturada. Então, eu faço terapia, coaching, mentorias… Sempre busquei ferramentas que me ajudassem”, comentou.
4 – Você tem alguma dica para mulheres que desejam chegar a posições de liderança?
“A primeira coisa é acreditar. É saber enxergar as oportunidades, entender o que depende de nós e o que o espaço oferece. Essas coisas acontecem quando há uma junção desses dois fatores, e nós temos que estar preparadas para isso”, afirmou.
A diretora ainda recomendou que as mulheres invistam em autoconhecimento para entender qual caminho seguir e se desenvolvam — pessoal e tecnicamente — para que estejam prontas quando a oportunidade chegar.
5 – O que os RHs podem agregar, em paralelo à liderança, para serem mais reconhecidos pelas empresas?
“Primeiro, é preciso olhar para a área de RH de forma mais objetiva: ela precisa gerar resultado, mas não apenas pelo resultado. Esse resultado tem que ser alcançado de forma sustentável e cuidadosa — não pode ser só um número. Muitas vezes, há um clima ruim, as pessoas não se sentem seguras, há um turnover gigante… O resultado é importante, mas não a qualquer custo”, afirmou.
Carolina destacou que a construção de relações de confiança ajuda a criar um ambiente positivo e que essa é uma das principais tendências para o futuro do setor.
“Temos que desaprender algumas coisas, como crenças que nos limitam, e começar a nos autoquestionar, e também questionar o sistema, para trazer uma nova visão”, finalizou.
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