No ambiente corporativo, a sensação de que todas as demandas são urgentes praticamente virou rotina. Dados do relatório Gallup State of the Global Workplace 2025 mostram que 43% dos profissionais na América Latina e Caribe relatam sentir estresse durante grande parte do dia de trabalho. 

Esse índice global é de 40%, chegando a 50% nos Estados Unidos e Canadá. Entre gestores, o estresse é ainda mais acentuado: 46% deles na América Latina afirmam sentir altos níveis de estresse.

Esses números evidenciam o peso das demandas constantes e a pressão por resultados imediatos, que impactam diretamente o desempenho das equipes e o clima organizacional. 

Mas será que toda urgência é real? E quais são os impactos dessa cultura no dia a dia das organizações? Vem com a gente entender!

O que são tarefas urgentes: teoria e prática

Na teoria, tarefas urgentes são aquelas que exigem atenção imediata, geralmente associadas a prazos curtos e consequências claras caso não sejam realizadas a tempo, como resolver um problema crítico para um cliente, corrigir uma falha operacional que pode paralisar o negócio ou fazer ajustes que possam comprometer a segurança dos dados.

Mas, na prática, o conceito de urgência acaba sendo distorcido. E o que deveria ser exceção vira regra, especialmente em ambientes onde a comunicação é falha ou o planejamento é ineficiente. 

Isso faz com que tarefas importantes, mas não urgentes, sejam constantemente adiadas até se tornarem emergências, ou tarefas estratégicas viram urgência apenas por serem importantes para o negócio, não porque não há tempo hábil para fazê-las. 

O resultado: equipes sempre “apagando incêndios”, sem tempo para pensar no longo prazo. Colaboradores que trabalham sob esse tipo de cultura acabam experimentando ambientes de trabalho com baixo engajamento e alto estresse, marcados por desorganização, falta de clareza nas prioridades e sensação constante de pressão.

Por que é importante fazer uma gestão assertiva das tarefas?

A gestão assertiva das tarefas passa por saber diferenciar o que é urgente do que é importante. Ferramentas como a Matriz de Eisenhower ajudam a classificar as atividades em quatro quadrantes: “urgente e importante”, “importante, mas não urgente”, “urgente, mas não importante”, e “nem urgente, nem importante”. Essa clareza permite:

  • Planejamento estratégico, evitando que tudo vire emergência;
  • Redução do estresse e da sobrecarga;
  • Cumprimento de prazos e agendas;
  • Melhor aproveitamento dos talentos da equipe, que podem focar no que realmente traz resultados;
  • Melhoria do clima organizacional, já que a previsibilidade e a autonomia aumentam a satisfação dos colaboradores.

Tudo realmente é urgente?

A resposta para essa reflexão é: não. A cultura de considerar tudo urgente é, na maioria das vezes, reflexo de falhas de comunicação, falta de planejamento e ausência de definição clara de prioridades. 

Quando tudo é tratado como urgente, perde-se a capacidade de distinguir o que realmente impacta os resultados do negócio e as metas da equipe. Como consequência, tarefas estratégicas são deixadas de lado, feitas às pressas e de última hora e os colaboradores entram em um ciclo vicioso de reatividade.

Quais são os impactos do excesso de urgência no desempenho das equipes e no clima organizacional?

O excesso de urgência traz consequências sérias para a gestão de pessoas e para a cultura das empresas:

  • Produtividade em queda: o acúmulo de urgências interrompe o fluxo de trabalho, reduz a eficiência e impede o avanço em projetos importantes
  • Qualidade comprometida: a pressa aumenta o risco de erros, retrabalho e perda de excelência nas entregas.
  • Estresse e burnout: a pressão constante leva ao esgotamento físico e mental, queda de engajamento e aumento da rotatividade. E o fator urgência, aliado ao excesso de trabalho, está intimamente relacionado ao aumento de afastamentos pro questões de saúde mental.
  • Clima organizacional tóxico: o ambiente se torna hostil, com aumento de conflitos e desmotivação.
  • Perda de visão estratégica: o foco no imediato faz a empresa perder oportunidades de inovação e crescimento sustentável quando as equipes estão focadas apenas em entregar o que precisam no menor prazo possível.
  • Diminuição da criatividade e resolução de problemas: a pressa e o excesso de demandas urgentes limitam a capacidade dos colaboradores de pensarem além, de propor novas soluções e de estudar as situações para buscar alternativas mais assertivas para resolvê-las.

O que esse fenômeno diz sobre as empresas?

Quando a urgência vira rotina, a mensagem é clara: há falhas graves de gestão, comunicação e liderança

Empresas que não investem em planejamento, definição de prioridades e desenvolvimento de líderes assertivos tendem a sofrer com alta rotatividade, queda de produtividade e clima organizacional negativo. 

Afinal, mesmo que os profissionais liderem equipes há muito tempo, eles devem se manter em evolução e constante atualização. 🎙️ Falamos sobre isso no segundo episódio do Pod Papo, videocast exclusivo da Alelo para falar sobre mercado, gestão, liderança e cultura organizacional. Confira o programa aqui!

Aprender a organizar prioridades, comunicar expectativas e planejar com inteligência é fundamental para quebrar o ciclo da urgência e construir equipes mais saudáveis, produtivas e inovadoras. O segredo está em equilibrar agilidade com estratégia, transformando a urgência em exceção, não em regra.

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