Seja para parar naquela baita subida, enfrentar o trânsito nas marginais, realizar os percursos mais básicos e até para fugir de um acidente, todo motorista conhece bem a importância dos freios. Mas será que damos a devida atenção a esse sistema primordial para nossa segurança? Afinal, como saber a hora certa de fazer a manutenção, o jeito certo de acionar, entender as diferenças das novas tecnologias e até mesmo como eles podem influenciar no gasto de combustível? Aqui, listamos tudo o que você precisa saber para ter uma direção segura quando falamos de freios. Confira:

O que compõe o sistema de freio?

O sistema de freio vai muito além do pedal ao lado do acelerador. Todos os dispositivos usados para diminuir a velocidade do carro por meio do atrito fazem parte desse complexo sistema. Os componentes são pastilhas, discos, lonas, sistemas de fluido, flexíveis, cilindro mestre, haste e sistema de servo freio. A complexidade é ainda maior com a tecnologia ABS, que passou a ser obrigatória em todos os carros feitos no Brasil desde 2014. Nesse sistema, há sensores nas rodas para monitorar a rotação. O sistema de freio tem componentes mecânicos, hidráulicos e elétricos. Qualquer problema em um desses componentes pode significar o não funcionamento dos freios.

Quando fazer a manutenção dos freios?

Segundo Gerson Burin, coordenador técnico do Centro de Experimentação e Segurança Viária (CESVI), o ideal é que a manutenção do sistema de freio seja feita de forma preventiva.

“A cada 10 mil, ou no máximo 15 mil quilômetros, vale a pena levar o carro em uma oficina de confiança, ou mesmo na revisão programada nas concessionárias (em caso de período de garantia), e pedir para dar uma olhadinha em todos os componentes do sistema”, diz.

Normalmente nessa hora é realizada a troca das pastilhas de freio, que tem a durabilidade variável de acordo com o perfil do motorista e trajeto onde o veículo anda a maior parte do tempo (vias sinuosas tendem a demandar maior atrito dos freios). Para os mais esquecidos, é bom ficar atento aos sinais de desgaste. “Ruídos na hora da frenagem significam que algo não vai bem. Em casos mais extremos, os volantes podem apresentar trepidações e as frenagens de emergência podem ser comprometidas”, diz Burin. Outra dica importante é trocar o fluido de freio, que transfere força às pastilhas, permitindo que o carro pare. A dica é trocar a cada 12 meses ou 15 mil quilômetros rodados — o que vier primeiro.

O uso do freio gasta mais combustível?

Sabe aquela ladeira em que você deixa o carro desengatado para tentar economizar combustível ou o tradicional caminho para a praia onde o freio é seu maior aliado? Cuidado, pois o tiro pode sair pela culatra. “O freio pode apresentar ineficiência se estiver superaquecido. Em trechos longos de uso, há e desgaste excessivo das pastilhas e o peso do carro impulsiona o uso de combustível”, diz Burin. Ou seja, o melhor é manter o carro engrenado.

Qual a distância correta para se frear com segurança?

Não é possível estabelecer uma distância padrão para uma frenagem segura. Existem inúmeros fatores que devem ser levados em conta para isso, como tipo de aderência do solo, estado dos pneus, carga do veículo e velocidade desenvolvida. “Obviamente, um carro com um passageiro demanda menos espaço do que um caminhão carregado para frear. Ou seja, quanto mais inércia, mais espaço de frenagem”, diz Burin. A recomendação é que o motorista use o bom senso e respeite a sinalização, afinal cada limite de velocidade foi estudado para garantir segurança naquele trecho.

Qual a diferença entre freios tradicionais e a tecnologia ABS?

A diferença é a tecnologia de cada sistema. Em uma frenagem de emergência ou pânico, é comum que o motorista tenha o reflexo de pressionar o freio com grande força. Sem o ABS, isso vai travar as rodas e a perda de dirigibilidade do carro, aumentando a chance de acidentes. Com o ABS o motorista pode pisar forte no freio, seguro de que o carro continuará capaz de desviar de um obstáculo até mesmo em situação crítica, como duas rodas em um piso molhado e as outras duas do outro lado em piso seco. Com a tecnologia, o sistema administra a frenagem gradual, sem travar as rodas e tem uma aderência maior no solo. “Mas é importante lembrar que os pneus são os melhores amigos dos freios. Sem boa qualidade, nada feito”, afirma o coordenador do CESVI.
Confira as dicas de César Urnhani sobre este tópico, no Siga a Dica. http://www.cartao-alelo-auto.com.br/sigaadica/usuarios/freios-abs.

Como usar o freio em situações extremas, como chuva forte e aquaplanagem?

Ninguém quer passar por momentos de pânico, mas é importante saber como agir em situações inesperadas. O conselho para evitar problemas em casos de chuva forte é reduzir a velocidade de forma gradativa e evitar acionar os freios quando estiver passando em poças de água. “O ABS é um item fundamental nessa situação, para evitar aquaplanagem”, diz Burin. Além disso, alguns outros cuidados ajudam: ficar de olho na pressão dos pneus (se os pneus estiverem 30% abaixo do recomendado pelo fabricante, a probabilidade de sofrer aquaplanagem aumenta significativamente), ter a manutenção dos freios em dia e não andar com pneus gastos.

Como o freio de mão deve ser usado corretamente?

Esta é uma ferramenta que só deve ser usada quando o carro estiver parado. Nem pensar em acionar quando o veículo estiver andando, pois o freio de mão é formado por um cabo de aço que ao ser acionado pressiona as lonas do freio traseiro contra as rodas, mantendo-as travadas. Se usado com o carro em movimento pode danificar os pneus e seu próprio sistema. Uma dica importante é usar o freio de mão para segurar o carro em subidas. Ao deixar de usar o equilíbrio entre embreagem e acelerador para pequenas paradas, você desacelera o desgaste dos discos e diminui o consumo de combustível. Pode acreditar: ninguém vai duvidar de suas habilidades por fazer isso!

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