A pandemia demandou muitas transformações da sociedade. O mercado de trabalho é um exemplo disso. Por conta da necessidade de distanciamento social, as empresas e os colaboradores tiveram de reaprender como exercer suas atividades. As mudanças estão em toda a cadeia, começando pelo momento da contratação.
O blog da Alelo ouviu especialistas de RH e fez uma lista de oito pontos que precisam ser observados antes de contratar um novo funcionário para atender às demandas atuais.
Segundo Felipe Sobral, diretor de marketing da Kenoby, software de recrutamento e seleção, questões como tecnologia, uso de algoritmos e experiência do colaborador são protagonistas nesse momento.
“Uma das principais tendências de RH, atualmente, pois tudo muda muito rápido, é cuidar da experiência do colaborador, fazendo com que ele tenha momentos positivos em diversas passagens pela organização. Essa experiência começa pelo recrutamento e seleção e não pode ter fim”, diz Felipe.
Confira os outros pilares a seguir:
Tecnologia como aliada
O uso da tecnologia não é mais opcional. Quem tem uma empresa ou trabalha em RH precisa estar ciente que o processo mais rápido de contratação é fundamental. Na disputa por um colaborador acima da média, por exemplo, vence a organização que agir mais rapidamente e oferecer as melhores condições.
Nos últimos meses, o recrutamento passou a ser realizado de maneira remota como maneira de preservar a saúde das pessoas e aderir ao isolamento. Pode parecer algo simples, afinal, basta fazer a entrevista online, não é mesmo? Mas, na verdade, essa transição de ambiente de recrutamento requer adaptação e preparo da empresa.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial tem sido usada para a triagem de candidatos, agilizando os processos seletivos e reduzindo custos de contratação. Por meio de algoritmos, é possível fazer uma eliminação prévia de perfis de profissionais que estão muito distantes do procurado pela empresa. Também é viável aderir a plataformas e testes de competências feitos online, já trazendo para uma segunda fase os candidatos mais alinhados à vaga, sem necessidade de interação direta com a equipe de recrutamento.
Proteção de dados
A LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) traz uma preocupação maior em relação aos dados dos profissionais que participam de processos seletivos, ampliando a necessidade de tratamento e de armazenamento correto de currículos, além de cuidados especiais na hora de checar as informações de histórico e de escolaridade fornecidas pelos candidatos. O vazamento dessas informações pode alcançar não conformidades e até mesmo a aplicação de multas. Por isso, é fundamental criar políticas e práticas que contemplem isso.
Saúde mental e trabalho
Esse tema precisa ser uma política interna dentro das empresas e prioridade para gestores, e não somente estar no radar do RH. Pois o principal ativo das empresas são as pessoas, e elas precisam estar bem. Segundo o Ministério da Saúde, 86,5% dos brasileiros se sentem ansiosos durante a pandemia. O momento não é fácil e muita gente está adoecendo. É importante que as empresas prestem atenção em como está o psicológico dos colaboradores e se atentem a isso na hora de novas contratações.
Informalidade
Os nativos digitais ocupam uma parcela cada vez maior do quadro de funcionários e trazem necessidades e abordagens diferentes das gerações anteriores. Eles prezam por ambientes informais e nos quais podem se sentir à vontade, características que se refletem também no processo seletivo.
Além disso, essas pessoas têm mais intimidade com softwares e aplicativos, com adaptação imediata em testes e entrevistas online. As organizações que não têm familiaridade com essas soluções, ou que insistem em uma postura excessivamente formal, podem perder a oportunidade de contar com funcionários mais jovens, com ideias inovadoras e propostas alinhadas à realidade atual.
Recrutamento Data Driven
Vem como um recurso importante em diversas atividades internas, funcionando como um pilar para estratégias em vários setores. Dentro do recrutamento e seleção, pode revelar elementos relevantes para o RH, como aspectos sobre os melhores profissionais e o que tem funcionado no processo. O departamento pode coletar diversas informações para entender o perfil de empregado ideal e aplicar isso nas próximas escolhas. Além disso, esses dados permitem que a organização concentre recursos no que realmente funciona e elimine gargalos.
Análise de competências interpessoais
As seleções mais bem-sucedidas consideram não só os conhecimentos técnicos dos candidatos, mas também a capacidade de se relacionar com os colegas e o alinhamento com a cultura organizacional. A avaliação dessas habilidades está cada vez mais presente nos processos seletivos, dando uma visão mais completa do candidato e entendendo se ele realmente tem condições de exercer a função.
Em suma, mais do que observar os feitos profissionais e as habilidades técnicas dos candidatos, é essencial prestar atenção nos comportamentos dos futuros contratados.
Recrutamento Social
Também conhecido como social hiring, surge como resposta às mudanças nas dinâmicas entre empresa e empregado. O colaborador é visto com a mesma importância de um cliente e passa a ser alvo das mesmas técnicas de abordagem. Dentro das estratégias de marketing, há o uso das redes sociais para falar sobre produtos e atrair novos consumidores. Esses canais também podem ser usados para passar valores da marca e as vantagens de se trabalhar na empresa, chamando a atenção de pessoas que buscam por uma nova oportunidade e se identificam com a cultura organizacional.