Depois de toda ansiedade enfrentada com portas fechadas ou restrições, a retomada de uma quase normalidade transferiu esse sentimento à volta ao trabalho. Os estabelecimentos se prepararam para receber o público novamente, mas quem prepara os colaboradores? Pode parecer uma certa normalidade, mas a verdade é que todos precisamos de uma atenção para essa retomada (até mesmo porque não temos a garantia de que ela é permanente).
Assim, é importante que os proprietários de estabelecimentos comerciais pensem para além dos protocolos de segurança. É preciso entender esse momento e estar pronto para lidar com eventuais questões que os colaboradores possam trazer.
O ponto de partida é pensar no treinamento, afinal a automatização de protocolos sanitários já fazia parte das cozinhas e salões de bares e restaurantes muito antes da pandemia. Uma equipe bem treinada e alinhada conseguirá manter as regras de segurança preservando todo ecossistema do estabelecimento, dos clientes e funcionários. Quanto melhor treinada uma equipe, mais fácil e previsível serão as questões a surgir.
Estabelecendo a relação de confiança
Em casa, os colaboradores precisam dormir tranquilos. É importante que eles não tenham medo do dia a dia do trabalho ou de eventuais imprevistos. Para isso, é necessário comunicação clara, inclusiva e constante. O colaborador precisa saber o que está sendo feito para a preservação de sua saúde e de seu emprego.
Quantas vezes cada um de nós foi trabalhar gripado? Geralmente, só faltamos ao nosso trabalho quando estamos sem conseguir levantar da cama ou à beira de ser internados (ou, claro, sem poder sair da cama do hospital). O que não deveria ser normal, acaba sendo uma prática comum. Se em tempos “normais” isso já era um problema para quem lida com alimentação (afinal um funcionário doente pode causar um estrago na clientela, o que pode causar problemas em efeito dominó), atualmente é prenúncio de um pesadelo.
Assim, não fica difícil imaginar que um colaborador que esconde um sintoma, pode, por medo de perder o trabalho, contaminar toda a equipe, ou mesmo, muitos consumidores, causando a escalada de problemas a serem resolvidos. Em um momento de retomada, é essencial que os colaboradores sejam parte importante desse processo, não apenas como partícipes, mas como agentes ativos e responsáveis. Isso apenas é possível se eles sentirem respaldados e cuidados.
O cliente nem sempre tem razão
Nem todo treinamento da equipe será suficiente se os clientes não fizerem sua parte. Infelizmente, alguns consumidores acreditam que sua posição importa em carta branca para agir de forma rude ou, até mesmo, contrária às normas. Da mesma forma que os colaboradores dos estabelecimentos acabam sendo coniventes (ou mesmo vítimas passivas) de comportamentos inadequados dos clientes por medo de contrariá-los e colocar sua posição em risco.
Neste caso, o responsável pelo estabelecimento precisa agir diante um pilar: a segurança coletiva e as normas sanitárias são para todos e, portanto, o cliente que desrespeitar não tem razão. Cabe àquele que está na posição de gerência a ação energética quando houver necessidade, fazendo [de forma cuidadosa e diplomática] com que seja respeitada a segurança de todos os clientes e colaboradores.
Assim, em um momento de tantas inseguranças, o mínimo que pode ser feito é aumentar a segurança dos colaboradores, não apenas nas questões sanitárias, mas ao afastar seus medos que agem como acessórios à situação atual. Sabendo que têm respaldo, as ações dos colaboradores estarão dentro também dos protocolos de segurança.