Você já parou para pensar qual é a relação dos brasileiros com a tecnologia e como isso impacta o ambiente corporativo?
No Brasil, a revolução tecnológica provoca sentimentos contraditórios: quando é sobre utilizar a tecnologia para entretenimento e lazer, muitos amam, mas muitos brasileiros veem com desconfiança ou temor a chegada das inovações ao mercado de trabalho!
Para refletirmos juntos sobre a relação dos brasileiros com a tecnologia e como os profissionais de RH podem agir neste sentido, preparamos um texto completo sobre o assunto!
Vamos nessa?
O fascínio dos brasileiros pela tecnologia
De fato, o Brasil é reconhecido por sua alta taxa de adoção de novas tecnologias. De acordo com estudos recentes, o país lidera em uso de redes sociais e é um dos maiores mercados para smartphones no mundo.
Esse fascínio pode ser atribuído à capacidade da tecnologia de facilitar a vida cotidiana, ou também por servir como uma distração para entretenimento e lazer graças às redes sociais, jogos disponíveis para celulares e computadores, etc.
A 35ª edição da Pesquisa Anual do Centro de Tecnologia de Informação Aplicada (FGVcia) sobre o Mercado Brasileiro de TI e Uso nas Empresas, divulgada pela FGVcia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV EAESP), identificou diversos números relacionados à tecnologia nas residências brasileiras.
De acordo com os dados, o Brasil conta com 480 milhões de dispositivos digitais em uso, incluindo computadores, notebooks, tablets e smartphones, tanto no âmbito corporativo quanto no doméstico. Isso equivale a 2,2 dispositivos digitais por habitante, com dados apurados em maio deste ano.
O levantamento também aponta que existem 1,2 smartphones por habitante, totalizando 258 milhões de aparelhos inteligentes em operação no país. Quando somados notebooks e tablets, o número chega a 384 milhões de dispositivos portáteis, o que representa 1,8 por pessoa. Um dado curioso é que, no Brasil, para cada televisão vendida, três celulares são adquiridos.
Em relação aos computadores, o país possui 222 milhões de equipamentos (incluindo desktops, notebooks e tablets) em uso, atingindo uma média de 1 computador por habitante (102% per capita).
Outra pesquisa, realizada pelo site de tecnologia ElectronicsHub, revelou que o Brasil está entre os países que mais passam tempo conectados a telas. De acordo com o estudo, os brasileiros passam, em média, 9 horas e 32 minutos por dia utilizando celulares e outros dispositivos eletrônicos.
O medo da tecnologia e o ambiente corporativo
Por outro lado, a mesma tecnologia que fascina gera inseguranças. Entre as maiores preocupações estão o desemprego causado pela automação por conta da inteligência artificial e os impactos psicológicos do uso excessivo de dispositivos digitais.
A pesquisa Monitor de Inteligência Artificial 2024, da Ipsos, revelou que metade dos profissionais brasileiros (50%) temem ser substituídos pela tecnologia em seus empregos nos próximos cinco anos.
Esse índice coloca o Brasil acima da média global, que é de 36%, posicionando o país entre os dez com maior preocupação nesse aspecto. As gerações Z (nascidos a partir de 1995) e Millennials (nascidos entre 1980 e 1995) são as mais apreensivas quanto a essa possibilidade.
Além disso, a hiperconectividade e o excesso de informações também preocupam os brasileiros. De acordo com um estudo do National Bureau of Economic Research (NBER), muitos problemas de saúde mental, como angústia e estresse, estão ligados a um maior tempo de tela da população.
Como o RH pode trabalhar essa relação paradoxal dos brasileiros com a tecnologia?
E não podemos deixar de lembrar que a área dos Recursos Humanos (RH) tem um papel fundamental em mediar a relação dos brasileiros com a tecnologia no ambiente corporativo.
Assim, é possível fazer uma integração que maximize os benefícios que as inovações podem trazer e minimize os receios dos colaboradores.
Para isso, o RH pode investir em ações que combinem educação, suporte e valorização do colaborador a fim de transformar a relação com a tecnologia em um diferencial competitivo, criando um ambiente de trabalho mais preparado, eficiente e acolhedor.
Essa abordagem contribui para que os colaboradores enxerguem a tecnologia como uma aliada, e não como uma ameaça.
Além disso, o RH pode promover mais conscientização entre a equipe sobre os impactos psicológicos do uso excessivo das telas.
Ou seja, promover ações relacionadas à tecnologia só traz vantagens para a produtividade e bem-estar da equipe!
Entre as estratégias que podem ser adotadas são:
Educação e conscientização
Que tal considerar treinamentos regulares? Isso porque ao oferecer workshops e cursos para familiarizar os colaboradores com novas tecnologias pode reduzir a resistência e aumentar a confiança da equipe no uso de ferramentas digitais.
Vale a pena também promover conversas e aulas que ensinem habilidades básicas e avançadas, dependendo do nível de conhecimento dos colaboradores.
Por meio dessas discussões, fica mais fácil explicar ao time como as inovações não visam substituir pessoas, mas sim apoiar suas atividades, tornando-as mais eficientes, e menos repetitivas e cansativas.
Valorização da equipe
Outro ponto fundamental é sempre reforçar sobre a importância das habilidades humanas, que continuam insubstituíveis e essenciais no ambiente corporativo.
Para isso, pode-se criar programas de recompensa e/ou ações que valorizem os colaboradores.
Plano de carreira
O equilíbrio é essencial em todos os âmbitos da nossa vida e não é diferente na relação com a tecnologia. Combinar as inovações para o crescimento dos colaboradores é uma realidade a ser trabalhada.
Isso porque é um grande diferencial mostrar à sua equipe como a tecnologia pode abrir novas oportunidades de crescimento – pessoal e profissional – e aprendizado dentro da sua empresa.
Implementação das mudanças
Na hora de transformar a companhia em um espaço mais tecnológico, é importante fazer um planejamento gradual para implementar as tecnologias de forma progressiva, permitindo que os profissionais tenham tempo para se adaptar.
Ainda, o RH pode adequar tecnologias às diferentes necessidades e habilidades dos colaboradores para que todos possam usá-las de maneira eficaz.
Se necessário, vale disponibilizar suporte técnico e treinamento individualizado para quem tem mais dificuldade com inovações tecnológicas.
Liderança conscientizada e inspiradora
Para que esta transformação seja bem-sucedida, engaje líderes para que eles sejam os primeiros exemplos no uso da tecnologia e reforcem seus benefícios.
Com ajuda de uma gestão consciente, é possível construir um ambiente que valorize o aprendizado contínuo e o uso exploratório de novas tecnologias. Assim, cria-se uma cultura organizacional que foca em inovação e no bem-estar dos colaboradores!
A tecnologia nos Recursos Humanos
Trabalhar a tecnologia e os avanços tecnológicos, como a inteligência artificial, tornou-se uma agenda para os profissionais de RH!
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