Iniciativas sociais receberam, em 2022, cerca de R$ 4,8 bilhões em investimentos – apenas 10% desse total via leis de incentivo, revelando por meio do Censo GIFE um cenário de transformação no papel das organizações privadas diante da responsabilidade social.

A importância desse compromisso foi o tema da palestra “Responsabilidade social: o papel das organizações na transformação do Brasil”, realizada no terceiro dia do CONARH 2025. Participaram do debate Giuliano Amaral, Co-Founder e CEO da Mileto; Luis Fernando Guggenberger, Diretor Presidente do Instituto Ultra; e, de forma remota, Gisele Abrahão, Founder & CEO da GVA Plataforma Impactos Positivos.

Gisele abriu o painel com uma análise direta. “A transformação do Brasil passa por quem gera impacto social e ambiental positivo.”

Educação que impulsiona

Entre os caminhos apontados para essa nova fase, a Mileto, empresa liderada por Giuliano, tem direcionado investimentos ao setor da educação. Para ele, o mercado de trabalho brasileiro terá dias melhores quando o ensino médio técnico for mais valorizado.

Giuliano Amaral, Co-Founder e CEO da Mileto

Nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 41% dos estudantes estão matriculados em instituições técnicas, contra apenas 13% no Brasil. Para Giuliano, o número evidencia um problema grave: a exclusão educacional, que se reflete diretamente no mercado de trabalho. “Quando o país concentra a formação profissional no ensino universitário, gera exclusão.”

Abrir as portas das corporações para estagiários de nível técnico é, segundo ele, essencial para potencializar talentos e iniciar carreiras. O tema, inclusive, deve estar no radar dos Recursos Humanos (RH): “É fundamental o RH conhecer esse passo do governo de ampliar o ensino técnico no ensino médio.”

Negócios que dependem da educação

Outro ponto central foi a valorização da educação dentro do mundo corporativo. Dados do Censo GIFE mostram que mais de 70% das organizações priorizam a educação na hora da contratação.

Para Luis Fernando, do Instituto Ultra, esse número reforça que investir em educação básica é também garantir o futuro das empresas.

Luis Fernando Guggenberger, Diretor Presidente do Instituto Ultra

Impacto como estratégia comercial

Na visão de Gisele, as empresas vivem hoje um momento de transição. O modelo tradicional, focado apenas no lucro, dá lugar a práticas em que o impacto social e ambiental passa a integrar a própria estratégia de negócios.

Gisele Abrahão, Founder & CEO da GVA Plataforma Impactos Positivos.

Um exemplo desse movimento é o Prêmio Impactos Positivos, promovido pela GVA, hub fundado por Gisele. A iniciativa já mobilizou mais de 130 mil pessoas e mapeou cerca de 700 negócios, muitos deles voltados à educação, cultura, inclusão digital, cidadania e direitos humanos.

Apesar do avanço, empreendedores do setor ainda enfrentam entraves para crescer, como a falta de capital (48%) e de redes de parceria (35%). Para Gisele, apoiar esse ecossistema é um passo decisivo: “Se queremos um Brasil mais justo e regenerativo, precisamos investir em impacto.”

Fique por dentro! No blog da Alelo você encontra outros destaques e tendências debatidas no CONARH 2025.”

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