Para expandir o negócio, é preciso se preparar bem ou o sonho pode acabar virando um pesadelo. Fazer um planejamento financeiro, medir a capacidade produtiva e observar a concorrência são iniciativas fundamentais. Assim como saber quais são as barreiras para entrar nesse mercado (como as exigências sanitárias ou questões legais) pode evitar futuros prejuízos.

Uma das preocupações é ter uma equipe capacitada, que produza mais e atenda um número maior de pessoas que procurarão o serviço. Se é um restaurante, um bom exercício é calcular quantos pratos cada garçom consegue servir numa noite, por exemplo. “É preciso fazer conta mesmo – para um aumento de 20%, terei funcionários para atender à nova demanda?”, sugere Bianca Dramali, professora de pesquisa e comportamento do consumidor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) Rio de Janeiro. E se o mercado tiver períodos de pouco movimento, cabe avaliar contratos temporários, em vez dos definitivos.

Bianca também ressalta a importância de definir os responsáveis das novas funções. “Pode até ser a mesma pessoa que vai cuidar de duas ou três atividades, não tem problema, mas cada ação tem que ter um dono.” Ela diz que não dá para abrir uma conta no Instagram e criar um grupo no WhatsApp, por exemplo, sem ter um número suficiente de funcionários responsáveis pela administração das redes sociais. “Independentemente da tecnologia, alguém terá de responder as mensagens, movimentar os grupos e isso tem de ser previamente definido”, alerta.

Atenção à saúde financeira do negócio

A questão contábil é outro aspecto a ser levado em conta. O dono do empreendimento tem de saber de onde virão os recursos monetários para a expansão. “Existem várias possiblidades, uma delas é usar ‘caixa’ própria”, relata Miriam Vale, professora de Fundamentos da Administração do Ibmec São Paulo. Procurar um sócio que tenha propósitos semelhantes ao da companhia é outra opção. “Se os objetivos e valores dessa pessoa não forem congruentes com os do negócio em crescimento, pode haver brigas no momento de montar a estratégia da empresa, mas se forem afinados, aumentam as chances de o ‘casamento’ dar certo”, diz Miriam.

Outras fontes possíveis são os bancos, responsáveis por grande parte dos créditos oferecidos no Brasil, desde que observadas as taxas de juros. Há ainda financiadoras ligadas ao governo, como as incubadoras de startups e de pequenas e médias empresas. “O Cietec, por exemplo, não tem financiamento, mas faz as coisas acontecerem, ajuda a tirar o negócio do papel”, indica a professora do Ibmec SP, referindo-se ao Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia, que é ligado à Universidade de São Paulo (USP).

Parcerias podem ser uma saída para novos canais de venda

Além de capital e de equipe, a expansão também exige refletir se será necessário criar outros canais de venda compatíveis com o negócio e que tragam potenciais clientes. Como fazer, por exemplo, uma mercadoria de São Paulo chegar ao Acre? Buscar distribuidores locais e parcerias estratégicas pode ser um caminho, mais até do que assumir a responsabilidade e internalizar o envio na própria organização, o que é comum.

Miriam dá como exemplo uma marca de instrumentos musicais, em que a compra é feita de maneira indireta por meio de representantes espalhados pelo Brasil inteiro. “Escolher um profissional que tenha um bom relacionamento com a empresa, conheça bem o ramo de atuação e faça parte desse mercado, é garantia de que o produto chegará ao consumidor final”, diz.

A concorrência tampouco pode ser ignorada. Se a ideia é abrir mais uma unidade de uma pizzaria, é interessante observar quantas delas já funcionam no bairro ou região em que o estabelecimento funcionará. Fora isso, é importante observar qual será o diferencial do novo estabelecimento. Pode ser, por exemplo, um preço melhor, uma equipe muito boa ou ingredientes e sabores distintos. “Tem que ter algum tipo de ativo que o concorrente não tenha”, ressalta Miriam.

Quanto aos fornecedores, não depender de um único produtor pode evitar transtornos caso ele suspenda as atividades. Por fim, é essencial estar atento às tendências. “Hoje, as experiências são muito valorizadas, as pessoas não querem ter carro, mas sim usar os compartilhados; não querem casas, mas sim a experiência da estadia. Os modelos de negócios que se darão bem são aqueles que sabem onde estão ‘pisando’ e capazes de interpretar o ambiente”, finaliza a professora do Ibmec SP.

E na sua empresa, já houve alguma expansão? Foi tudo bem? Conte aqui pra gente!

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