Apesar da geração recorde de empregos formais e da baixa taxa de desemprego, que em 2025 está em torno de 6,2%, a menor desde 2012, empresas de diversos segmentos relatam dificuldades para encontrar talentos.
Essa queixa é relatada em diferentes proporções tanto na busca por preencher vagas operacionais quanto para as altamente qualificadas. E é essa crescente escassez de profissionais qualificados que torna a retenção de talentos uma preocupação estratégica para as organizações brasileiras.
Afinal, diante de um “apagão da mão de obra”, onde a demanda por profissionais supera a oferta, as empresas precisam elaborar novas abordagens para atrair, desenvolver e, principalmente, manter seus colaboradores mais valiosos. Bora falar mais sobre isso?
Por que encontrar talentos qualificados virou um desafio?
Fatores econômicos, sociais e tecnológicos pesam na hora de encontrar pessoas com a qualificação desejada.
Atualmente, há uma lacuna entre as habilidades exigidas pelo mercado, especialmente em áreas como a de tecnologia, e a disponibilidade de profissionais qualificados e com expertise nessas áreas.
Segundo pesquisas recentes, 81% das empresas brasileiras relatam dificuldade em contratar profissionais capacitados, colocando o Brasil entre os países com maior escassez global de talentos.
A rápida transformação digital, mudanças demográficas e a competição global por talentos aumentam ainda mais essa dificuldade. Além da necessidade de conhecimentos técnicos sofisticados, as empresas buscam habilidades comportamentais, de comunicação e de adaptação, o que restringe ainda mais o número de candidatos adequados.
Essa lacuna impacta diretamente a produtividade, inovação e até mesmo a sustentabilidade dos negócios em um mercado cada vez mais competitivo.
Faltam pessoas ou profissionais qualificados?
Camilo Zanette, diretor da Croma Consultoria de Recursos Humanos, explica que, na prática, o que vivenciamos é uma escassez de talentos qualificados. Ou seja, há disponibilidade de pessoas no mercado para preencherem as vagas abertas, mas não é a mão de obra especializada ou com as habilidades que as empresas procuram.
Segundo os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, divulgados em junho de 2025, o número de profissionais desempregados no Brasil é de aproximadamente 6,8 milhões de pessoas. Diante desse número, Zanette explica que:
“A raiz desse descompasso está na defasagem educacional e na dificuldade de adaptação das instituições de ensino às demandas do mercado. A educação básica tem mostrado queda constante em indicadores como o IDEB, e hoje menos de 10% dos alunos do ensino médio saem com proficiência adequada em matemática e português. O reflexo disso é um mercado com muita gente procurando emprego, mas sem as competências técnicas e comportamentais necessárias, especialmente nas novas gerações, que enfrentam um modelo educacional cada vez mais distante da realidade do trabalho.”
Existem setores mais críticos?
Segundo o estudo Escassez de Talentos, da ManpowerGroup, no Brasil diferentes áreas e setores enfrentam os desafios da falta de mão de obra qualificada, indo desde posições mais operacionais relacionadas ao trabalho em indústrias, na área de transportes, logística e varejo, até cargos estratégicos em áreas da saúde e voltadas para a comunicação.
Essa escassez também é evidenciada por Camilo, que explica que apesar de o setor da tecnologia ser um dos mais emblemáticos, não é o único que enfrenta desafios durante o recrutamento.
“Setores como contabilidade, fiscal, financeiro e controladoria, onde atuamos diretamente na Croma Recursos Humanos, também enfrentam desafios devido à falta de talentos qualificados. As posições técnicas e de média gestão são, hoje, as mais difíceis de preencher com qualidade. Isso se agrava pelo desalinhamento entre o que o mercado exige e o que é oferecido em cursos técnicos e superiores. Profissões ligadas à transformação digital, à governança e ao compliance, por exemplo, demandam habilidades que muitos profissionais ainda não desenvolveram.”
Ele ainda traz um recorte geracional da situação, afirmando que a Geração Z, que está cada vez mais presente no mercado, possui um perfil mais imediatista e digital, mas carece de preparo técnico e maturidade emocional, o que amplia o desafio para os profissionais de RH.
Como contornar a escassez de talentos qualificados?
Zanette explica que, a curto prazo, é essencial apostar em programas de capacitação interna, mentorias, e no mapeamento de soft skills, que têm ganhado protagonismo na escolha de talentos.
“Empresas que investem em formação contínua e onboarding estruturado têm conseguido reduzir turnover e acelerar a curva de desempenho. Por exemplo, estratégias de hunting mais consultivas, que avaliam fit cultural e potencial de desenvolvimento, indo além da formação acadêmica, podem auxiliar os RHs a serem mais assertivos. Benefícios personalizados e planos de carreira claros são fundamentais para atrair e reter talentos, especialmente entre as gerações mais novas, que valorizam propósito e qualidade de vida tanto quanto remuneração.”
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Existe alguma solução a longo prazo?
Camilo explica que o apagão de mão de obra só será superado com investimento em educação de base e técnica.
“O Fórum Econômico Mundial já apontou que até 2027, mais de 40% das habilidades atuais serão substituídas por novas, exigindo requalificação contínua. O setor privado precisa atuar em parceria com o público para formar essa nova força de trabalho, enquanto adapta seus modelos de aprendizagem. Por isso, estimular a educação corporativa, e atuar em programas como jovem aprendiz é tão estratégico. A médio e longo prazo, só conseguiremos um mercado mais sustentável se houver uma reforma profunda na educação, acompanhada de políticas públicas eficazes e incentivo à inclusão produtiva das novas gerações.”
Como empresas podem reter talentos qualificados?
A oferta de benefícios corporativos, aliada a planos de carreira estruturados e programas contínuos de treinamento interno, é peça-chave para atrair, reter e engajar os melhores talentos no mercado.
Benefícios como flexibilidade, saúde, vale-alimentação, cultura e bem-estar impactam diretamente a satisfação, o senso de pertencimento e o comprometimento dos colaboradores, fatores que se refletem em menor turnover e maior produtividade.
Já os planos de carreira claros maximizam o engajamento ao possibilitarem crescimento e trajetórias profissionais na empresa, aumentando o vínculo e a motivação dos colaboradores.
Da mesma forma, os treinamentos internos fortalecem os talentos disponíveis, promovendo atualização, melhora na qualidade das entregas e desenvolvimento de habilidades essenciais para o negócio, o que contribui para uma equipe mais inovadora, autônoma e fiel à organização.
Invista em benefícios corporativos
A busca por soluções efetivas para evitar a saída de talentos vai além da remuneração: envolve oferecer um ambiente de trabalho saudável, oportunidades de crescimento, flexibilidade e alinhamento de valores. Neste contexto, explorar estratégias sólidas de retenção é fundamental para garantir a sustentabilidade dos negócios e a competitividade no mercado brasileiro. Por isso, investir em um pacote inteligente e flexível de benefícios corporativos virou diferencial estratégico para conquistar profissionais qualificados e fazê-los permanecer, indo muito além do salário.
Empresas que buscam excelência nesse aspecto podem contar a Alelo, que oferece soluções amplas, personalizáveis e flexíveis, como o Alelo Pod, que pode ser utilizado para alimentação, mobilidade, saúde, bem-estar e auxílios para home office, adaptáveis ao perfil de cada equipe e à nova realidade do trabalho.
Escolher a Alelo possibilita atrair e reter os melhores talentos, impulsionar o engajamento, criar um ambiente propício para o desenvolvimento profissional de toda a equipe e com a segurança que só uma empresa líder de mercado pode oferecer!
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