Em uma entrevista de emprego, você pergunta qual o hobby do candidato? Tocar um instrumento musical, fazer fotos, artesanato ou dança, por exemplo, são habilidades que podem ser consideradas “mad skills”, e podem sim ser um critério de escolha.
Na tradução livre do inglês, mad skills são habilidades excepcionais, ou “fora do comum”. Agora você deve estar pensando: como saber se estas habilidades podem ajudar na escolha do candidato ideal para a vaga?
É sobre isso que a gente vai falar neste texto. Bora lá descobrir?
Como as mad skills podem ajudar no recrutamento?
Enquanto as soft skills abrangem habilidades socioemocionais indispensáveis para o cultivo de boas relações interpessoais, as mad skills, ou “habilidades fora de série”, em português, envolvem a realização de hobbies e outras atividades que tornam cada profissional diferente e especial de alguma maneira.
Analisar as mad skills já é comum em entrevistas de emprego na Europa e Estados Unidos. O conceito, aos poucos, tem ganhado espaço no Brasil.
Um artigo de Müller Gomes, publicado no site da Robert Half, maior empresa de recrutamento especializado no mundo, mostra alguns exemplos de mad skills que podem ser observadas pelo RH no momento da entrevista, como:
- Tocar um instrumento musical – criatividade, disciplina e habilidades motoras finas;
- Praticar esportes coletivos – trabalho em equipe, liderança e habilidades de comunicação;
- Fotografia – habilidades de observação, criatividade e atenção aos detalhes;
- Falar outros idiomas – adaptabilidade, habilidades de comunicação e abertura para novas culturas;
- Artesanato – habilidades manuais, criatividade e atenção aos detalhes;
- Voluntariado – empatia, habilidades de liderança e trabalho em equipe;
- Programação de computadores – habilidades técnicas, pensamento lógico e resolução de problemas;
- Jardinagem – habilidades práticas, paciência e perseverança;
- Escrita criativa – habilidades de comunicação, criatividade e pensamento crítico;
- Dança – disciplina, trabalho em equipe e habilidades motoras.
Na Alelo, a alelover Roziene de Fátima Xavier Oliveira, 42 anos, consultora comercial, atualmente na Central de Retenção, é apaixonada em marcenaria.
É importante deixar claro que mad skills não são impostas pela empresa. Essas habilidades são escolhas de cada indivíduo, algo que goste de fazer, que vá além do profissional.
O RH pode até solicitar que a mad skill esteja no currículo, porém a melhor forma de identificá-la é durante a entrevista. Aproximadamente 66% dos recrutadores valorizam essas habilidades. Esses dados são do mais recente Índice de Confiança da Robert Half.
Conforme os dados do Índice de Confiança Robert Half, esportes (futebol, skate, corridas, etc.), viagens e contato com culturas diferentes, gastronomia, artes (música, escrita, pintura, etc.) e voluntariado representam as ações mais praticadas.
“Alguém que faça teatro, por exemplo, pode ter facilidade para conduzir reuniões e apresentações. Um corredor de rua talvez apresente persistência e foco acima da média. Um fotógrafo amador tende a buscar soluções com mais criatividade e sensibilidade”, destaca Amanda.
É possível ajudar a desenvolver mad skills na empresa?
Sim! O RH, ao identificar interesses em comum, pode ser um mediador para ajudar no desenvolvimento das mad skills dentro do ambiente corporativo.
Mas como?
Ao conversar com os colaboradores e identificar, por exemplo, que um número grande de funcionários gosta de leitura, pode-se incentivar a criação de um clube do livro interno.
Se as habilidades forem musicais, por que não colaborar para um espaço onde se possa tocar e cantar durante todo o ano, e ainda permitir uma apresentação em datas especiais ao longo do ano?
Caso o interesse seja esporte, o RH pode verificar a disponibilidade de um espaço para a prática, ou quem sabe fazer parcerias com academias e clubes para que os colaboradores possam melhorar ainda mais esta habilidade?
Essas histórias podem ser compartilhadas internamente, como incentivo para que mais pessoas descubram quais são suas mad skills e as coloquem em prática.
No caso da Rosiane, ela quis criar um espaço harmonioso para trabalhar. A marcenaria ajudou nisso. E sabe quais peças ela mais gosta de produzir?
Melhorando a produtividade
Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, publicou um artigo no site da empresa que mostra como os hobbies podem melhorar a saúde mental, a criatividade, o autoconhecimento, o autocontrole e a sociabilidade. Bora entender!
- saúde mental – atividades prazerosas, se feitas regularmente e sem pressão, relaxam, distraem e reduzem o estresse, garantindo pensamentos e emoções mais positivas;
- criatividade – conviver com pessoas e situações fora do trabalho é uma ótima maneira de desenvolver ideias, soluções e perspectivas diversas daquelas que circulam dentro da empresa;
- autoconhecimento – os momentos reservados a um hobby são uma oportunidade para explorar e manejar nossos pontos fracos e pontos fortes, sem o temor do julgamento de um chefe ou de colegas;
- autocontrole – embora sejam uma válvula de escape dos problemas do dia a dia, os passatempos acabam exigindo paciência, persistência, foco, humildade, entre outras qualidades que melhoram a gestão das emoções;
- sociabilidade – é comum que hobbies e até esportes individuais acabem reunindo os praticantes em algum momento (cursos, eventos, competições etc.), favorecendo as interações e o aprimoramento das habilidades sociais.
A mad skill em marcenaria ajuda a Roziene no dia a dia de trabalho na Alelo. “Me ajuda na concentração, a analisar prós e contras, a fazer uma coisa de cada vez. Se eu parafusar um lado, e for fazer outra demanda urgente e esquecer de parafusar do outro, a prateleira ou peça não terá equilíbrio, podendo cair ou até mesmo perder a madeira furando no local errado. Ou seja, dependendo da atenção/ação podemos perder o cliente”, explica.
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