Em uma entrevista de emprego, você pergunta qual o hobby do candidato? Tocar um instrumento musical, fazer fotos, artesanato ou dança, por exemplo, são habilidades que podem ser consideradas “mad skills”, e podem sim ser um critério de escolha.
Na tradução livre do inglês, mad skills são habilidades excepcionais, ou “fora do comum”. Agora você deve estar pensando: como saber se estas habilidades podem ajudar na escolha do candidato ideal para a vaga?
É sobre isso que a gente vai falar neste texto. Bora lá descobrir?
Enquanto as soft skills abrangem habilidades socioemocionais indispensáveis para o cultivo de boas relações interpessoais, as mad skills, ou “habilidades fora de série”, em português, envolvem a realização de hobbies e outras atividades que tornam cada profissional diferente e especial de alguma maneira.
Analisar as mad skills já é comum em entrevistas de emprego na Europa e Estados Unidos. O conceito, aos poucos, tem ganhado espaço no Brasil.
Um artigo de Müller Gomes, publicado no site da Robert Half, maior empresa de recrutamento especializado no mundo, mostra alguns exemplos de mad skills que podem ser observadas pelo RH no momento da entrevista, como:
Na Alelo, a alelover Roziene de Fátima Xavier Oliveira, 42 anos, consultora comercial, atualmente na Central de Retenção, é apaixonada em marcenaria.
É importante deixar claro que mad skills não são impostas pela empresa. Essas habilidades são escolhas de cada indivíduo, algo que goste de fazer, que vá além do profissional.
O RH pode até solicitar que a mad skill esteja no currículo, porém a melhor forma de identificá-la é durante a entrevista. Aproximadamente 66% dos recrutadores valorizam essas habilidades. Esses dados são do mais recente Índice de Confiança da Robert Half.
Conforme os dados do Índice de Confiança Robert Half, esportes (futebol, skate, corridas, etc.), viagens e contato com culturas diferentes, gastronomia, artes (música, escrita, pintura, etc.) e voluntariado representam as ações mais praticadas.
“Alguém que faça teatro, por exemplo, pode ter facilidade para conduzir reuniões e apresentações. Um corredor de rua talvez apresente persistência e foco acima da média. Um fotógrafo amador tende a buscar soluções com mais criatividade e sensibilidade”, destaca Amanda.
Sim! O RH, ao identificar interesses em comum, pode ser um mediador para ajudar no desenvolvimento das mad skills dentro do ambiente corporativo.
Mas como?
Ao conversar com os colaboradores e identificar, por exemplo, que um número grande de funcionários gosta de leitura, pode-se incentivar a criação de um clube do livro interno.
Se as habilidades forem musicais, por que não colaborar para um espaço onde se possa tocar e cantar durante todo o ano, e ainda permitir uma apresentação em datas especiais ao longo do ano?
Caso o interesse seja esporte, o RH pode verificar a disponibilidade de um espaço para a prática, ou quem sabe fazer parcerias com academias e clubes para que os colaboradores possam melhorar ainda mais esta habilidade?
Essas histórias podem ser compartilhadas internamente, como incentivo para que mais pessoas descubram quais são suas mad skills e as coloquem em prática.
No caso da Rosiane, ela quis criar um espaço harmonioso para trabalhar. A marcenaria ajudou nisso. E sabe quais peças ela mais gosta de produzir?
Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, publicou um artigo no site da empresa que mostra como os hobbies podem melhorar a saúde mental, a criatividade, o autoconhecimento, o autocontrole e a sociabilidade. Bora entender!
A mad skill em marcenaria ajuda a Roziene no dia a dia de trabalho na Alelo. “Me ajuda na concentração, a analisar prós e contras, a fazer uma coisa de cada vez. Se eu parafusar um lado, e for fazer outra demanda urgente e esquecer de parafusar do outro, a prateleira ou peça não terá equilíbrio, podendo cair ou até mesmo perder a madeira furando no local errado. Ou seja, dependendo da atenção/ação podemos perder o cliente”, explica.
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