Muito se fala sobre a Geração Z no mercado de trabalho e os desafios que a contratação de profissionais mais jovens tem representado para as empresas. Mas e os trabalhadores 50+, eles perderam espaço apenas nas discussões ou as oportunidades também diminuíram?
Em 2024, mais de 13,4 milhões de trabalhadores dessa faixa etária estavam ativos em diferentes ocupações no país, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
O que isso significa? Que o mercado brasileiro está passando por uma transformação significativa, com o crescimento, ano após ano, da presença e valorização dos profissionais com mais de 50 anos.
Esse movimento é um reflexo de mudanças demográficas e da percepção, por parte das empresas, do valor estratégico que a experiência e a maturidade podem agregar aos negócios.
Bora falar sobre isso?
Benefícios da contratação de profissionais 50+
Contar com colaboradores que estão há mais tempo no mercado é uma decisão que vai além da responsabilidade social: trata-se de um investimento em competências sólidas e diferenciais competitivos.
Esses profissionais trazem consigo anos de experiência, maturidade emocional e uma rede de relacionamentos consolidada, o que pode agregar valor imediato às equipes. Eles também costumam ter habilidades mais refinadas de resolução de problemas, capacidade de liderança e uma visão estratégica apurada, fruto de décadas no mercado.
Outro aspecto relevante é a menor rotatividade, já que colaboradores 50+ tendem a valorizar a estabilidade, comprometendo-se com os objetivos da empresa a longo prazo e trabalhando para crescer com a organização.
A contratação de pessoas dessa faixa etária também contribui para um ambiente de trabalho mais diversificado e inclusivo, enriquecendo a troca de conhecimentos entre as gerações.
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O que dizem os dados sobre os 50+ no mercado
O cenário de empregabilidade para profissionais acima de 50 anos é positivo e têm demonstrado crescimento no país.
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, de 2023 para 2024, o número de empregos formais para pessoas com mais de 50 anos cresceu 8,8%, com quase 700 mil novos postos de trabalho. Esse crescimento foi três vezes maior do que o registrado para profissionais de até 49 anos, cuja alta foi de 2,9%.
Em 2024, a faixa etária de 50 a 59 anos acumulou saldo positivo de 418,6 mil vagas formais, segundo informações da RAIS, publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Além disso, a busca por oportunidades também aumentou. Só no estado de São Paulo, foram registradas mais de 181 mil buscas por vagas para profissionais 50+ em 2024, segundo o Banco Nacional de Empregos (BNE). Esses dados refletem tanto a necessidade quanto o interesse crescente desse público em permanecer ativo e contribuir para o mercado.
Qual é a importância da diversidade geracional?
A diversidade geracional é um dos pilares de ambientes inovadores e produtivos. Empresas que promovem a integração entre diferentes faixas etárias colhem benefícios como:
- Inovação e criatividade: a troca de experiências entre gerações estimula soluções criativas e abordagens inovadoras para problemas complexos.
- Aumento da produtividade: equipes multigeracionais combinam agilidade e entusiasmo dos mais jovens com a visão estratégica dos mais experientes, acelerando o desenvolvimento de projetos.
- Flexibilidade e adaptação: a convivência de diferentes perfis torna a empresa mais resiliente e aberta a mudanças.
- Mentoria e aprendizado mútuo: o compartilhamento de conhecimentos técnicos e comportamentais fortalece o crescimento coletivo e individual.
- Retenção de talentos: ambientes inclusivos e que valorizam todas as idades aumentam o engajamento e reduzem a rotatividade.

Como fomentar uma cultura mais diversa
Para a diversidade geracional ser efetiva, é fundamental adotar práticas que promovam inclusão e combatam o etarismo, fazendo da contratação desses profissionais, uma escolha ainda mais assertiva para toda a equipe. Algumas estratégias recomendadas incluem:
- Recrutamento inclusivo: reformule processos seletivos para eliminar vieses etários, utilizando, por exemplo, ferramentas de recrutamento às cegas onde informações pessoais dos candidatos, como: nome, idade, gênero, etnia, foto e, em alguns casos, até mesmo o nome da instituição de ensino, são ocultadas durante as primeiras etapas.
- Treinamento e educação: invista em treinamentos sobre preconceitos, estereótipos e colaboração intergeracional, promovendo a conscientização de líderes e equipes.
- Mentoria reversa: incentive programas em que jovens ensinam sobre novas tecnologias e profissionais mais velhos compartilham experiências de liderança e gestão.
- Ambiente de respeito e colaboração: estabeleça políticas claras contra o etarismo e promova a integração por meio de equipes diversas e projetos intergeracionais.
- Comunicação acessível: adapte canais e estilos de comunicação para englobar todas as gerações, garantindo que todos se sintam ouvidos e valorizados.
- Metas e responsabilidade: defina objetivos mensuráveis de diversidade e inclua essas métricas nos relatórios de desempenho organizacional.
Vale a pena investir em grupos de afinidade?
Investir em grupos de afinidade voltados para profissionais 50+ é uma estratégia que traz retornos concretos para as organizações, indo além da contratação de profissionais mais experientes e de números que comprovam um quadro mais diverso.
Segundo a pesquisa “Diversidade, Equidade e Inclusão nas Organizações Brasileiras”, realizada pela consultoria Talenses Group e Instituto Ethos, 81% das empresas brasileiras já implementaram essa iniciativa para tratar de temas de diversidade, e 25% delas contam com grupos específicos para profissionais 50+.
Eles funcionam como espaços seguros de troca, onde colaboradores podem compartilhar experiências, debater desafios comuns e fortalecer o sentimento de pertencimento.
Além de combater o etarismo e estimular a troca de conhecimento entre gerações, os grupos de afinidade ampliam a diversidade de ideias, favorecendo a inovação e a solução criativa de problemas.
Empresas que investem nessas iniciativas também observam maior engajamento e satisfação dos profissionais 50+, fatores que impactam positivamente a retenção e a produtividade. Com a criação desses grupos, o ambiente organizacional se torna mais acolhedor e preparado para integrar diferentes perfis, tornando o processo de contratação desses profissionais mais eficiente e sustentável.
A atuação de profissionais mais experientes e com mais tempo de mercado é uma tendência crescente e estratégica para empresas que desejam inovar, fortalecer sua cultura e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Valorizar a experiência, promover a diversidade geracional e criar ambientes inclusivos são passos fundamentais para transformar o potencial desse público em resultados concretos para os negócios.
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