Você sabia que as feiras existem na cidade de São Paulo desde 1915? Hoje em dia, as feiras orgânicas ganham espaço e o coração dos consumidores.
Seja no sol escaldante ou com chuva e vendo frio, todo dia é dia de feira, principalmente sábado e domingo. Existem aqueles que chegam ao raiar do dia, tão logo o as barracas são montadas, para escolher o melhor entre o melhor. Há, também, quem chega no finzinho para aproveitar a “xepa”. Mas, é claro, tem quem só apareça para tomar um caldo de cana e comer um pastel. A feira é um acontecimento democrático, que contempla diversos perfis de consumo e oferece uma enorme possibilidade de escolhas ao consumidor.
O feirante é a alma das feiras, uma figura tradicional na sociedade ocidental, cuja existência remonta a idade média (ou antes!), dedicado e criativo, a direcionar a atenção dos transeuntes por meio de seus anúncios verbais. Dia 25/08 é dia do feirante!
Na cidade de São Paulo, a prefeitura afirma que as feiras livres existem tradicionalmente desde meados do século XVII. Se em 1915 havia sete feiras, atualmente são mais de 800 que acontecem da Zona Norte até a Zona Sul. Ou seja, em qualquer dia, você pode encontrar mais de 100 ruas interditadas para abastecer as casas da cidade.
Feiras tradicionais
Uma das mais tradicionais da cidade de São Paulo é a da Liberdade, criada em 1975. Na saída da estação do metrô há, além de arte e artesanato, barracas que oferecem guiozas, yakissobas, takoyaki, entre outras comidas típicas da culinária oriental.
Já na feira da Praça da República, além dos tradicionais pastéis, são servidos pratos da culinária baiana, como acarajé, vatapá, e de sobremesa: bolos, pavês, mousses, espetinhos de morango, tortas, entre outras delícias do açúcar.
E no bairro do Pari acontece a Feira da Kantuta, que é conhecida como sinônimo da cultura e da comida boliviana em São Paulo. Todo domingo, das 11h às 19h, é possível encontrar barracas com malhas de lã de lhama, potes de barro, flautas de pã e pratos típicos: anticucho (coração de boi no espeto), api (suco de milho roxo) e salsipapas (salsicha, cebola, batata e banana da terra).
Já os cariocas, sempre inventivos, criaram a “pré-xepa”. Um dos segredos mais bem guardados das feiras da cidade! A xepa, todo mundo sabe, é o final da feira onde você consegue adquirir produtos muito mais baratos, mas na pré-xepa você compra produtos de qualidade por preços muito bons. Acontece a partir das 12 horas e é possível fazer pechinchas, nas feiras de bairros de Copacabana, Ipanema e Leblon.
Quem ostenta, na cidade maravilhosa, o título de maior feira, é a Feira da Glória, que acontece aos domingos no Largo Paula Candido e se estende pela região, ali pertinho da famosa Marina da Glória. Além de seus personagens pitorescos, é ponto de referência de cultura (como música e poesia) e faz parte da famosa vida boêmia do Rio de Janeiro.
Como encontrar uma feira orgânica
Com a pandemia, muita gente decidiu que era o momento de se dedicar ao feitio da sua própria comida e passou a escolher os melhores ingredientes para cozinhar a sua refeição. Com isso, as feiras orgânicas passaram a ser um local desejado para fazer as compras de hortifrúti semanal.
Para ajudar a população a encontrar a feira orgânica mais próxima da sua casa, o IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) criou o Mapa de Feiras Orgânicas. Trata-se de uma ferramenta de busca com o objetivo de estimular a alimentação saudável em todo o Brasil. A plataforma ainda tem como objetivo mostrar que os produtos orgânicos podem ser mais acessíveis aos consumidores.
Segundo o IDEC, a ideia do Mapa é encurtar o caminho do consumidor até o produtor para ampliar o acesso aos alimentos orgânicos. Com base em uma pesquisa realizada pelo Idec em 2012, muitos consumidores prefeririam orgânicos se eles fossem mais baratos e se houvesse mais canais de comercialização próximos de suas residências. Já em um levantamento realizado durante todo o ano de 2016, pelo Instituto Terra Mater e o Instituto Kairós, o preço de uma cesta de 17 produtos orgânicos estava, em média, cerca de 50% mais barato nas feiras do que nos supermercados, a depender do horário em que a compra é feita.
Veja que tipo de produtores você pode encontrar no mapa:
Feiras Orgânicas ou Agroecológicas: feiras são os espaços mais antigos de comercialização de produtos em alguns municípios. São uma ótima alternativa da compra direta com o produtor, pois diminuem intermediários no processo (fato que muitas vezes reflete no preço), estimulam a autonomia do produtor e valorizam a produção local de alimentos.
Grupos de Consumo Responsável: iniciativas de consumidores organizados que se aproximam de produtores e, juntos, propõem comprar produtos de uma forma diferente da que ocorre no mercado tradicional, pois agregam preocupações com as questões sociais, ambientais e de saúde, da produção até o consumo. O propósito desses grupos é fomentar o consumo diretamente do produtor, seja simplesmente através da aquisição de cestas de alimentos orgânicos ou do financiamento dos produtores. Este último arranjo é conhecido como Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA).
Comércios Parceiros de Orgânicos: são iniciativas que ocorrem diretamente entre consumidor e agricultor ou com apenas um intermediário. Essa relação deve ser transparente e justa, com preços que possam cobrir as despesas operacionais.
Acesse o mapa para encontrar a feira mais próxima da sua residência ou do seu estabelecimento.