Hoje falaremos sobre acessibilidade. Você sabia que existe uma lei para assegurar a participação de pessoas com deficiência (PcDs) no mercado de trabalho?

É a Lei nº 8.213, de 24 de Julho de 1991, que diz que empresas com 100 ou mais colaboradores são obrigadas a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com pessoas com deficiência, habilitadas ou beneficiários reabilitados.

Esta é uma parte importante da luta por inclusão social, sendo discutida neste Setembro Verde.

Mas não basta contratar PcDs sem pensar na adaptação do local de trabalho e ferramentas necessárias ao desempenho pleno das atividades.

Imagina só o tanto de complicação na vida de uma pessoa com necessidades especiais, que chega num local sem preparo algum?

Neste post, o Everton Dias dos Santos, Analista de Dados da equipe de Estabelecimentos Comerciais da Alelo, nos traz seu relato pessoal sobre o tema. E aproveitamos para destacar alguns pontos importantes para que sua empresa seja inclusiva e respeitosa.

Vamos lá?

Eu sorrio porque sou feliz!

“Olá, eu sou o Everton, tenho 37 anos e nasci com displasia degenerativa do quadril. Aos 11 anos descobri no campo de futebol que não seria mais possível jogar bola, dado a essa limitação motora, o que não me deixou triste porque eu não era tão bom assim (risos).

Convivo com a diferença de tamanho das pernas desde os 13 anos, mas a pior diferença mesmo é a do mercado de trabalho. Há alguns anos trabalhei em uma grande empresa e no meu departamento não existia nenhuma adaptação de refeitório para pessoa com deficiência, sendo assim, para almoçar eu tinha que descer do 12° andar, ir até a rua e andar 350 metros até chegar no outro prédio que possuía um refeitório.

Dava vontade de fazer jejum para evitar essas caminhadas.

Eu sou uma pessoa sorridente, bem-humorada e quando se é uma pessoa com deficiência, isso causa uma sensação incontrolável nas outras pessoas em dizer:

“Nossa como eu te admiro! Com tudo que te falta, você vive sorrindo.”

“Como você é feliz! isso é impressionante.”

São frases reais que ouvi ao longo da minha vida profissional. As outras pessoas não se dão conta de como nos diminuem para tentar nos “elogiar”.

Eu sorrio porque sou feliz. Não me coloco como menos que ninguém, claro, só não me chame para apostar uma corrida que eu não vou (risos).

Já na Alelo, foi o primeiro lugar em que nunca fui constrangido por situações citadas acima. As instalações da empresa são totalmente adaptadas, a empresa toma todo cuidado para nós irmos confortáveis até o escritório e aqui nós temos voz.

A Alelo faz com que a pessoa com deficiência não se sinta como uma exceção e sim, parte da empresa. A atenção que é dada a nós através de agendas, lives, materiais e trocas com colegas é algo que o mercado precisa olhar. As pessoas com deficiência na Alelo são mais do que um percentual, uma cota. São profissionais capazes de tudo.

Falo por mim. Em menos de 1 ano, recebi meu primeiro baldinho* (já quero receber outro). O seu trabalho e suas entregas são seus parâmetros aqui na Alelo.

Sou feliz e respeitado, espero que no futuro empresas como a nossa não sejam exceções.

Fica aqui meu agradecimento a Alelo por nos ouvir e agir.”

Everton Dias dos Santos, Analista de Dados da equipe de Estabelecimentos Comerciais da Alelo

*O Baldinho que o Everton menciona diz respeito a um encontro mensal no qual as diretorias se reúnem para reconhecer os talentos da casa com um “baldinho”, representando um prêmio por mérito ou promoção de cargo. Nem precisa dizer que é um momento muito aguardado por todos, além de super emocionante!

Como adequar sua empresa para acolher PcDs

A adequação de espaços de trabalho para PcDs também é um direito assegurado pela Lei n 13.146 de 6 de julho de 2015, Art.3, que diz:

  • Toda pessoa com deficiência tem o direito ao trabalho por sua livre escolha e aceitação, em ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos, com oportunidades iguais aos demais;
  • Sendo obrigatório que a pessoa jurídica de direito público, privado ou de qualquer outra natureza, garanta ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos.

Do refeitório aos formatos de reunião online, tudo deve ser pensado para que a pessoa com deficiência se sinta parte do time, plenamente capaz de desempenhar seu papel em pé de igualdade com os demais colaboradores.

Confira algumas dicas a seguir.

Acessibilidade: eliminando barreiras

  • Acesso da rua ao escritório, e em todas as dependências: garantir elevadores, rampas de acesso e transporte facilitado;
  • Espaço de circulação: planejar corredores e portas amplas;
  • Segurança: cuidar para que o mobiliário não tenha quinas ou materiais soltos que possam apresentar riscos de quedas, como tapetes;
  • Adaptação de banheiros: instalar barras de apoio, pias mais baixas, além manter a constante limpeza dos espaços;
  • Campanhas internas contra o capacitismo: promover a conscientização e acolhimentos de todos da companhia.

Aqui você encontra dicas sobre acessibilidade arquitetônica.

Antes do retorno ao trabalho presencial, o escritório da Alelo passou por uma reforma que contou com a visita dos colaboradores com deficiências para que palpitassem sobre as mudanças. Assim, houve a certeza de que tudo estaria apropriado às suas necessidades.

Escritório novo da Alelo, todo colorido, com luz natural e plantas

Mas acessibilidade não se trata apenas das barreiras físicas. Existem muitas barreiras digitais também. Por isso, não se esqueça dos recursos tecnológicos que sua empresa utiliza.

Acessibilidade digital

Acessibilidade Digital é a eliminação de barreiras na Web. Ou seja, ao navegar pela internet, todos devem conseguir perceber, entender e interagir de maneira efetiva com os sites e portais.

Alguns dos recursos possíveis:

  • Leitores de tela para pessoas cegas: para isso, suas imagens devem conter alt text;
  • Ampliação de tela e alto contraste para pessoas com baixa visão;
  • Mouses e teclados adaptados para pessoas com deficiência física;
  • Tradutores de Língua Portuguesa para Libras para pessoas surdas: aqui no blog e também no site da Alelo, você encontra o HandTalk. Um tradutor da linguagem escrita, para libras.

E claro que campanhas internas de conscientização são importantíssimas. Sejam palestras, treinamentos ou troca de conhecimento sobre a causa. Assim é possível quebrar preconceitos, acabar com as falas capacitistas, e finalmente, deixar tudo pronto para receber estes colegas de braços abertos.

Como o Everton tão bem diz: “espero que no futuro empresas como a nossa não sejam exceções”. E você, como está fazendo a diferença em sua empresa?

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