A relação entre funcionários e seus superiores hierárquicos é um dos pilares mais importantes para a felicidade da equipe e o sucesso de qualquer organização.
Segundo o CEO da Gallup, Jon Clifton, no relatório State of the Global Workplace 2024, da Gallup, “41% dos funcionários relatam sentir ‘muito estresse’. No entanto, o estresse varia significativamente dependendo da forma como as organizações são administradas. Aqueles que trabalham em empresas com más práticas de gestão (desengajados ativamente) têm quase 60% mais chances de relatar estresse do que aqueles que trabalham em empresas com boas práticas de gestão (engajados). De fato, funcionários que vivenciam ‘muito estresse’ relatam essa condição aproximadamente 30% mais frequentemente do que os desempregados”.
Ainda de acordo com Clifton, “um quarto dos líderes se sente esgotado frequentemente ou sempre, e dois terços sentem isso pelo menos às vezes. Muitos estão tentando lidar com essa questão, mas frequentemente de maneira ineficaz”.
O fato é que, quando chefes conseguem promover ambiente de confiança, comunicação aberta e reconhecimento, eles aumentam a felicidade dos funcionários, impulsionam a produtividade e a inovação.
No entanto, nem todas as lideranças seguem esse caminho. No dia a dia, o efeito da falta de empatia dos gestores impacta significativamente o engajamento e a produtividade das equipes e, em situações extremas, como durante crises ou perante desastres naturais, isso pode ter um impacto devastador.
Neste texto, vamos explorar como diferentes estilos de liderança afetam a felicidade e a produtividade no trabalho, com base em dados e pesquisas recentes. Bora lá?
A influência da felicidade no ambiente corporativo
De acordo com uma pesquisa realizada pela cientista e pesquisadora Juliana Sawaia, Fundação Dom Cabral, e publicada pela Infomoney, 70% da felicidade no trabalho depende do chefe direto.
“A liderança direta é o centro das relações de trabalho, pois é a figura que traduz para os funcionários as práticas da empresa e está constantemente em contato com eles.”
A pesquisa feita no setor privado, que envolveu 250 profissionais de diferentes níveis hierárquicos e regiões do Brasil, identificou que o reconhecimento, a segurança psicológica e o apoio ao desenvolvimento individual são fatores muito importantes para a percepção positiva dos colaboradores sobre o trabalho.
Esses aspectos têm mais peso para a felicidade no trabalho do que outros fatores como salário ou pressão por resultados. O estudo reforça que quando os líderes reconhecem e incentivam suas equipes comunicam uma visão clara do futuro e tratam os liderados como indivíduos, a felicidade no ambiente de trabalho tende a ser maior.
Além disso, outro levantamento realizado pela Robert Half, em parceria com a The School of Life, aponta que, no estudo sobre saúde mental e ambiente de trabalho, “falta de plano de carreira” (47,74%), “falta de propósito” (46,45%) e “relacionamentos tóxicos” (39,95%) são questões mais graves do que um salário insuficiente ou pressão por resultados. Isso corrobora a importância do papel do líder em proporcionar um ambiente de trabalho saudável e com propósito.
Lideranças que inspiram engajamento
Estudos apontam que empresas com bons líderes têm equipes mais engajadas, inovadoras e resilientes. Isso porque um gestor eficaz:
- Incentiva a comunicação aberta: ouvir e dar espaço para que os colaboradores expressem opiniões e ideias cria um ambiente de confiança.
- Reconhece os esforços da equipe: feedback positivo e reconhecimento são fundamentais para aumentar a satisfação no trabalho.
- Investe no crescimento dos profissionais: oferecer treinamentos, oportunidades de promoção e um plano de carreira claro aumenta a motivação dos funcionários.
- Demonstra empatia e compreensão: líderes que levam em consideração o bem-estar de suas equipes têm melhores resultados no longo prazo.
Quando a liderança falha: impacto negativo no ambiente de trabalho
O outro lado da moeda são líderes que desconsideram o bem-estar dos seus colaboradores, o que pode gerar um clima organizacional prejudicial.
A falta de feedback positivo ou reconhecimento pode levar à desmotivação, uma vez que os avanços dos profissionais passam despercebidos.
Quando líderes controlam cada detalhe do trabalho de suas equipes, cria um ambiente de pressão e ansiedade, reduzindo a criatividade e a autonomia dos colaboradores.
Outro problema recorrente é o excesso de cobrança sem suporte adequado. Quando as demandas são desproporcionais e não são acompanhadas dos recursos necessários, os funcionários enfrentam burnout e a organização sofre com altos índices de turnover.
Além disso, a falta de flexibilidade em situações críticas é um problema grave. Durante crises, como enchentes e desastres naturais, a exigência de presença física sem avaliação de riscos compromete o bem-estar dos colaboradores.
Situações como essa ilustram como a insensibilidade dos líderes pode gerar ressentimento e diminuir a moral dos trabalhadores.

Caminhos para uma liderança mais humanizada
Se uma empresa deseja manter seus profissionais motivados e produtivos, precisa investir em uma gestão mais humanizada.
Um dos primeiros passos é a capacitação de líderes, por meio de programas de treinamento que ensinam boas práticas de liderança e empatia. Criar canais de feedback também é essencial, pois proporciona espaços onde os colaboradores possam relatar problemas e sugerir melhorias.
A promoção da saúde mental deve ser uma prioridade dentro das organizações. Políticas de bem-estar, como programas de apoio psicológico e flexibilização da jornada de trabalho, ajudam a reduzir os níveis de estresse e aumentam a satisfação dos funcionários. Além disso, cultivar uma cultura de reconhecimento é uma estratégia poderosa. Pequenas ações, como elogios e premiação por bom desempenho, fazem uma grande diferença na motivação da equipe.
Dicas para promover uma liderança humanizada
- Praticar a escuta ativa e a empatia.
- Promover a flexibilidade no trabalho, especialmente em situações de crise.
- Reconhecer e celebrar as conquistas dos colaboradores.
- Destaque que uma liderança humanizada não só melhora o bem-estar dos funcionários, mas também aumenta a produtividade e a retenção de talentos.
Colaboradores felizes, empresas bem-sucedidas
A qualidade da relação entre gestores e colaboradores é determinante para a felicidade e o sucesso profissional dentro das organizações. Empresas que investem em lideranças empáticas, flexíveis e que reconhecem o esforço de seus colaboradores tendem a ser mais produtivas e inovadoras.
Por outro lado, a falta de empatia e boas práticas de gestão pode levar a altos níveis de estresse, baixa produtividade e um ambiente de trabalho insustentável.
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