Se o seu salário acaba antes do final do mês, talvez você precise fazer ou melhorar o seu orçamento pessoal.
Quando se faz um bom orçamento, é possível fazer um planejamento financeiro adequado e evitar perrengues com o seu dinheiro.
Neste texto, a gente vai te explicar o que é o orçamento pessoal e como fazê-lo da forma correta.
O que é orçamento pessoal?
Cassius Leal, CEO da Advys, explica: “um orçamento pessoal é um planejamento financeiro que envolve o controle e projeção de todas as receitas e despesas de um indivíduo ou família em um determinado período, geralmente mensal. A importância de ter um orçamento pessoal reside na capacidade de controlar melhor as finanças, evitar gastos desnecessários, identificar oportunidades de economia e assegurar que as metas financeiras sejam alcançadas”.
Principais componentes do orçamento pessoal
“Primeiro, a gente precisa classificar nossas despesas, como: carro, educação, alimentação (de casa), alimentação (fora de casa), entre outros. Precisamos alocar as despesas em cada classificação. Abasteci o carro hoje? Despesa de carro. Almocei com minha família no shopping, alimentação fora. Assim podemos construir uma trajetória para aonde o dinheiro está indo”, conta Euripedes Junior, professor de Economia na UNIALFA em Goiânia (GO).
Cassius explica que os principais componentes de um orçamento pessoal incluem:
- Receitas: salários, rendimentos de investimentos (CDB, Fundos, etc.), aluguéis, entre outras fontes de renda;
- Despesas fixas: aluguel ou prestação da casa, contas de serviços públicos, seguros, internet, tv a cabo, assinaturas, plano de saúde, etc.;
- Despesas variáveis: alimentação, transporte, entretenimento, vestuário, viagens;
- Poupança e investimentos: valores destinados à poupança, investimentos (CDB, Fundos, Ações, Cripto) ou fundo de emergência;
- Dívidas: pagamentos de empréstimos, cartões de crédito e outras obrigações financeiras.
Orçamento pessoal ajuda no planejamento financeiro
“O orçamento pessoal fornece uma visão clara das finanças e permite identificar onde o dinheiro está sendo gasto e onde podem ser feitas economias. Isso é essencial para evitar endividamento e criar uma base sólida para o futuro financeiro”, diz Cassius.
Euripedes complementa dizendo que quando se fala de planejamento financeiro, fala-se de metas e acompanhamento dessas metas. “Quero juntar R$ 1.000 reais por mês. Essa é uma meta e agora precisamos fazer com que sobre dinheiro para essa meta. O que vou fazer para reduzir essas despesas? Sem o controle do orçamento, é impossível termos uma dimensão aprofundada.”
“Ele [orçamento pessoal] ajuda a estabelecer prioridades financeiras, definir metas (como economizar para uma viagem ou quitar uma dívida) e mostrar quando as despesas ultrapassam as receitas”, finaliza Cassius.
Mantenha orçamento pessoal atualizado
Cassius orienta: “É fundamental manter o orçamento pessoal atualizado. A vida financeira de uma pessoa está em constante mudança, com variações na renda, novas despesas ou alterações nas já existentes. Alguns sinais que indicam a necessidade de atualização do orçamento incluem mudanças na renda, aumento de despesas, mudanças nos objetivos financeiros ou a ocorrência de despesas imprevistas. Atualizar regularmente o orçamento ajuda a manter o controle financeiro e a ajustar os planos conforme necessário”.
“Nossa vida é muito dinâmica. Tem mês que surgem despesas novas e em outros, você encerra algumas despesas. Por ser muito dinâmico, é preciso ser feito mensalmente, até porque, o orçamento se torna um indicador de tendências, isto é, estou indo para a direção que estabeleci como meta?”, diz o professor de Goiânia.
“O orçamento fornece uma visão detalhada de onde o dinheiro está sendo gasto. Isso permite identificar áreas onde é possível cortar gastos e redirecionar esses fundos para metas específicas, como poupar para uma emergência, investir ou pagar dívidas. Ao definir limites de gastos para diferentes categorias, é mais fácil manter-se dentro do planejado e monitorar o progresso em direção às metas financeiras”, explica o CEO da Advys.
Passos básicos para elaborar um orçamento pessoal
“Anote todas as suas despesas e as classifique. Faça um comparativo com os meses anteriores e faça uma análise horizontal (qual peso determinada conta tem no orçamento total)”, diz Euripedes.
Os passos básicos, segundo Cassius, para elaborar um orçamento pessoal são:
- Registrar a renda: anotar todas as fontes de renda mensais;
- Listar as despesas fixas: identificar todas as despesas que não variam de mês para mês, como: aluguel, prestações e contas de serviços. Aqui vale ressaltar que não precisam ser aquelas com valor fixo, mas sim aquelas que devem ser pagas mensalmente, como: contas de luz, água, internet, etc.;
- Anotar as despesas variáveis: listar despesas que podem variar mensalmente, como: alimentação, transporte e lazer;
- Determinar a poupança e investimentos: definir quanto será reservado para poupança, investimentos e fundo de emergência. O ideal é sempre economizar e investir pelo menos 10% da renda;
- Calcular o saldo: subtrair as despesas totais (fixas e variáveis) da renda total. O saldo deve ser positivo; caso contrário, é necessário ajustar as despesas ou aumentar a receita, o que é normalmente difícil, então a melhor solução é cortar gastos desnecessários ou supérfluos;
- Monitorar e ajustar: revisar o orçamento regularmente e ajustar conforme necessário para manter o equilíbrio financeiro.
Exemplo:
- Renda mensal familiar: R$ 5.000
- Despesas fixas: R$ 2.000 (aluguel, contas de luz, internet, seguros)
- Despesas variáveis: R$ 1.500 (alimentação, transporte, lazer)
- Poupança/investimentos: R$ 500
- Saldo: R$ 1.000 (para ajustes ou objetivos específicos)
Ferramentas para criar e manter um orçamento pessoal
Existem várias ferramentas, segundo Cassius, que podem ser utilizadas para criar e manter um orçamento pessoal. Veja as mais comuns:
- Planilhas: ferramentas como Excel ou Google Sheets permitem criar e personalizar um orçamento detalhado;
- Aplicativos de finanças pessoais: apps como Mobills, Organizze, etc. oferecem recursos para monitorar receitas e despesas, definir metas e receber alertas;
- Softwares de contabilidade: programas como Omie ou Conta Azul ajudam a gerenciar as finanças de forma abrangente;
- Métodos tradicionais: cadernos ou planners específicos para controle financeiro também podem ser eficazes para algumas pessoas.
Orçamento pessoal e segurança financeira a longo prazo
“Um orçamento pessoal bem gerenciado ajuda a garantir que as finanças estejam sempre sob controle, permitindo que se faça um planejamento adequado para o futuro. Isso inclui criar um fundo de emergência, poupar para a aposentadoria, pagar dívidas de forma eficiente e investir para crescimento patrimonial e para viagens familiares. A longo prazo, isso resulta em maior estabilidade financeira e menos preocupações com imprevistos”, orienta o CEO da Advys.
Orçamento pessoal e grandes despesas
“Ninguém acorda hoje e diz: vou comprar um carro, vai lá na concessionária e tira o carro. Para a compra de bens de alto valor. a pessoa demora alguns dias ou meses, até tomar a decisão. Com o orçamento familiar [visível], fica bem mais fácil, porque a pessoa terá dados, evidências sobre a situação financeira dela e isso ajudará a tomar a melhor decisão”, explica Euripedes.
“Um orçamento pessoal permite planejar antecipadamente grandes despesas, alocando uma parte da renda mensal para essas metas específicas. Isso pode ser feito criando uma categoria de poupança específica no orçamento, em que mensalmente se deposita um valor destinado a uma grande compra (um carro, uma casa ou viagem). Essa abordagem evita endividamento e garante que o dinheiro necessário esteja disponível quando for preciso”, complementa Cassius.
O orçamento pessoal pode ser utilizado para planejar a aposentadoria?
“Definitivamente sim! O orçamento pessoal é uma ferramenta essencial para o planejamento da aposentadoria. Ao incluir contribuições regulares para fundos de aposentadoria e previdência privada, ou investimentos de longo prazo no orçamento, é possível assegurar que haverá recursos suficientes para manter o padrão de vida desejado após a aposentadoria. Além disso, um orçamento bem planejado permite ajustar as contribuições ao longo do tempo, conforme as circunstâncias financeiras mudam, garantindo assim a tão sonhada tranquilidade financeira na aposentadoria”, diz o CEO da Advys.
Por fim, Cassius ainda diz que “é importante lembrar que um orçamento pessoal não deve ser visto como algo rígido e imutável, mas sim como uma ferramenta dinâmica que deve ser ajustada conforme necessário. Além disso, envolver todos os membros da família no processo de elaboração e revisão do orçamento pode aumentar o comprometimento e o sucesso do planejamento financeiro. O orçamento deve refletir as prioridades e valores de cada pessoa, garantindo que todas as metas financeiras sejam alcançáveis e realistas. E por último, é fundamental criar o hábito de economizar, mesmo que esteja endividado, é fundamental separar parte da renda para reduzir o endividamento e aumentar a poupança”.
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