Desde que o novo governo assumiu, em janeiro deste ano, o assunto da reforma previdência é pauta constante nos noticiários. O país se depara com uma discussão que certamente impactará as gerações futuras. Afinal, como será a trajetória dos nossos jovens caso a proposta da reforma da previdência seja aprovada?
Quem já está recebendo benefícios não será impactado pelo novo regime. As mudanças são só para benefícios a serem concedidos depois que a PEC for regulamentada. Por isso, quem está ingressando no mercado de trabalho ou tem poucos anos de mercado provavelmente terá de trabalhar muito mais tempo para ter direito à aposentadoria integral do governo federal.
A PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que vive em constante mudança, prevê idade mínima para se aposentar de 62 anos, para mulheres, e 65 anos, para os homens, com pelo menos 20 anos de contribuição para ter direito a uma aposentadoria parcial — e 40 anos para ter o benefício integral. O projeto ainda precisa ser analisado pela Câmara e pelo Senado para valer.
Na prática, um jovem que começa formalmente no mercado com 20 anos e consegue trabalhar de forma ininterrupta por 40 anos, terá 60 anos quando completar a contribuição previdenciária necessária e ainda assim não poderá receber o benefício integral por conta da idade. Para os especialistas, as dificuldades dos mais jovens passam por falta de emprego formal e mercado de trabalho saturado.
Uma das alternativas para os jovens com condições financeiras favoráveis é apostar na previdência privada. Um levantamento feito pelo buscador de aplicações financeiras Yubb registrou um salto de 14 vezes no volume de consultas sobre os planos privados nos primeiros três meses desse ano.
A questão da previdência já pode até ser considerada um fator para atrair e reter talentos, especialmente os mais jovens. Segundo a consultoria de RH Aon, mais de metade das companhias no Brasil, 56%, já oferecem planos de previdência complementar. O universo da pesquisa ouviu 536 empresas de médio e grande porte do país.
Desse montante analisado pela consultoria, 70% das empresas que oferecem este benefício escolhem viabilizar a contribuição com um percentual fixo do salário dos colaboradores, em média de 5%.
Apesar de ainda não ser possível saber como ficará a nova previdência social, as companhias podem ajudar os trabalhadores, especialmente os mais jovens, a criar reservas para garantir um envelhecimento tranquilo. E na sua empresa, como está essa questão?