Muito tem sido falado sobre a síndrome de burnout e os riscos que o excesso de trabalho podem provocar na saúde das pessoas. Mas uma outra síndrome, a do boreout (do inglês bored, que significa tédio) também pode gerar consequências sérias, apesar de ser provocada por motivos diferentes, e precisa de atenção.
O termo surgiu com os suíços Philippe Rothlin e Peter Werder no livro Boreout! Overcoming Workplace Demotivation (“Entediado! Superando a desmotivação no trabalho”, em tradução livre), e tem sido cada vez mais alvo de estudos por psicólogos. A síndrome é caracterizada pela sensação de ter poucas tarefas e desafios no trabalho, gerando o sentimento de tédio constante.
Ainda que pareça totalmente diferente da síndrome de burnout, a síndrome de boreout pode trazer consequências semelhantes como depressão, baixa autoestima e outros efeitos para a saúde mental. Por isso, é importante ficar atento aos sinais e buscar ajuda o quanto antes.
O que fazer?
A síndrome de boreout se manifesta quando as tarefas diárias e as metas são concluídas de forma rápida, seja por serem poucas ou por serem fáceis. Sem gerar desafios e propósitos para o colaborador, ele acaba ficando desanimado e desmotivado, com a sensação de que sua capacidade não é totalmente reconhecida e aproveitada pela empresa.
A principal medida a tomar quando se identifica esses sintomas é buscar a ajuda profissional. Assim, é possível identificar os reais motivos da desmotivação (se é a falta de desafios ou alguma outra questão pessoal) e formas de evitar que ela evolua para algo mais sério.
Outro passo essencial é conversar com o seu gestor sobre as tarefas desenvolvidas no dia a dia e as expectativas em relação ao trabalho. Assumir novas responsabilidades e desafios, ou até mesmo obter uma mudança de setor podem ser formas eficientes para combater esse desânimo.
Aqui é importante também que as empresas tenham um canal aberto de diálogo com os colaboradores, demonstrando que a saúde mental e satisfação de todos importam.
De toda forma, não se cobre demais e entenda também que buscar ajuda pode ser essencial para solucionar o problema e ganhar qualidade de vida. Além disso, lembre-se que o ócio pode ser um aliado, e não um motivo de culpa. Se desligar do trabalho no fim do dia, fazer atividades prazerosas também pode ser uma oportunidade de descansar a cabeça e tomar fôlego para as tarefas futuras.