Culinária étnica ou regional, produtos locais ou sazonais, orgânicos e saudáveis. As opções são muitas na hora de pensar em comidas para serem comercializadas. Mas você já se perguntou que tipo de comida dá mais dinheiro?
Para definir sua estratégia é preciso antes pensar qual tipo de público quer atingir, como será seu negócio e quais os maiores desafios de onde você irá atuar.
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Afinal, vender papinha de criança na porta de uma universidade, por exemplo, pode não ser a melhor opção. Assim como vender fast food na porta de uma academia.
Por isso, é preciso entender o público e as necessidades dele, visto que isso fará toda a diferença para o seu negócio deslanchar.
Alimentos saudáveis e orgânicos
- Sem Glúten – Segundo o Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, o número de celíacos (pessoas com doença autoimune de intolerância ao glúten) gira em torno de 2 milhões de pessoas no Brasil, mas a maioria delas encontra-se sem diagnóstico. Todas estas pessoas precisam de uma dieta sem glúten. Fora outros tipos de restrições alimentares devido a condições de saúde, como as alergias alimentares. Por isso, pensar em cardápios especiais pode ser uma estratégia muito boa, mas é preciso ter cuidado pois o manuseio e preparo das receitas deve respeitar um rígido controle de qualidade, conforme as necessidades de cada pessoa. Consulte sempre um especialista.
- Alimentação vegetariana – Com base no estudo da Sociedade Vegetariana Brasileira, pelo menos 14% da população brasileira é exclusivamente vegetariana. Isso quer dizer que é um mercado em expansão para investir. Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Curitiba, Recife e Rio de Janeiro o número sobe para 16%. Outro ponto a ser considerado é que pessoas que não se consideram vegetarianas também consomem este tipo de produto. Sendo assim, essa porcentagem pode ser ainda maior.
- Alimentação vegana – Diferentemente do vegetariano, a pessoa vegana não consome nenhum ingrediente/produto de origem animal. De acordo com um estudo da Allied Market Research, esse mercado deve alcançar US$ 36,3 bilhões até 2030, quase o dobro de 2020 (US$ 19,7 bilhões).
- Alimentação fitness – Em busca de uma vida mais saudável, muita gente tem optado por consumir produtos deste segmento. O Brasil Food Trends 2020 diz que o crescimento médio do setor é de 12,3% ao ano. Alimentos saudáveis, aliados à prática de exercícios físicos, têm sido a meta de muita gente que quer melhorar a qualidade da saúde. Vale a pena investir.
- Alimentação orgânica – A Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis) diz que “em 2022, o crescimento do mercado de orgânicos no Brasil foi de 6%, fechando em 6,9 bilhões. A estimativa de crescimento para 2023 é entre 10 e 15%.” A busca de alimentos sem agrotóxicos e a preservação do meio ambiente são o principal incentivo para quem busca alimentos deste tipo. O mercado de orgânicos ainda é pequeno e a falta de fornecedores faz com que os produtos sejam um pouco mais caros do que os “convencionais”. Então é bom fazer uma boa pesquisa de possíveis fornecedores na sua região.
Comida étnica e regional
De acordo com o Sebrae, alimentos de outras culturas têm sido bem aceitos no paladar brasileiro. Sabendo disso, é possível investir, por exemplo, nas cozinhas oriental, árabe e mexicana.
- Cozinha Oriental – Quando falamos em cozinha oriental, pode-se pensar em tailandesa, chinesa ou japonesa. Neste tipo de cozinha, é preciso ter mais cuidado com os alimentos (a maioria são frutos do mar), pois grande parte deles são frescos e podem estragar com facilidade. Então saber a procedência dos alimentos é importante. Higiene e armazenamento também precisam ser levados em conta.
- Cozinha Árabe – Além de bons ingredientes, é preciso entender que neste tipo de culinária, o investimento em panelas e utensílios diferentes dos utilizados na cozinha brasileira é fundamental para o sucesso no preparo dos pratos. A cozinha árabe utiliza ingredientes coloridos e temperos únicos na preparação dos alimentos que têm sabores marcantes e inesquecíveis.
- Cozinha Mexicana – Quem quer investir em cozinha mexicana pode pensar em franquias e food trucks, que são alternativas de mercado para investir neste segmento. A cozinha mexicana é lembrada por ter comidas apimentadas, o que pode ser um desafio para os paladares mais sensíveis. Todavia, a picância pode ser o atrativo principal para mais clientes. Lembre-se de que investir em um ambiente temático contribuirá com o sucesso do negócio.
Produtos locais e sazonais
O Brasil é grande e cada região tem seus ingredientes especiais e receitas típicas. Por exemplo, o pinhão é comum na região sul do país, o açaí é do norte brasileiro, o queijo faz a fama de Minas Gerais, o pequi enaltece pratos goianos e o dendê faz a alegria dos baianos.
Por isso, investir em alimentos regionais e “da época” pode ser interessante para o seu negócio, pois além de ter um prato diferente no cardápio de vez em quando, isso pode favorecer sua parceria com produtores e fornecedores locais.
Os alimentos sazonais também são mais saborosos e saudáveis, além de serem mais baratos, visto que existe uma oferta maior deles no período de safra.
Respeitando a sazonalidade dos alimentos, eles não precisam de tanto agrotóxico para serem produzidos, por isso, proporcionam mais sabor e menos agressão ao meio ambiente.
Mas não basta ter o alimento “da época”, é preciso adaptá-lo à sua equipe e à cozinha, ao orçamento e claro, ao paladar do seu público, que é quem irá consumi-lo. Ter qualidade é mais importante do que variedade.
Ah, e ter pratos fixos no cardápio fará toda diferença! Afinal, é por esses pratos fixos que seu negócio ficará conhecido e fará com que os clientes retornem. Em um desses retornos, eles serão surpreendidos pelos pratos sazonais. É aquele gostinho de quero mais que fica na memória.