Expandir, desenvolver novos produtos e serviços, contratar talentos, aperfeiçoar a gestão. Esses são alguns dos benefícios do networking. A acadêmica Saras Sarasvathy, percorreu 17 estados americanos para entender qual o denominador comum entre empreendedores de sucesso e observou que, ao contrário da lógica normalmente ensinada nas escolas, segundo a qual partimos de um objetivo futuro e dele construímos os meios para chegar lá, a maior parte dos empreendedores pesquisados utiliza um processo diferente.

Seguindo a lógica conhecida como “effectuation” (ou abordagem efetiva), eles entendem que é preciso conhecer primeiro os meios que têm disponíveis para, então, construir e clarear o fim a que se pretende chegar.

De acordo com Saras, o sucesso nos negócios tem menos relação com “identificar oportunidades” e escrever planos de negócios e mais com “criar oportunidades” a partir de pilares como quem você é: no que acredita, quais suas paixões, do que gosta e ousa realizar, e quem conhece; e rede de apoio, ou seja, buscar parceiros e juntar-se a pessoas com habilidades e conhecimentos complementares aos seus.

Planejamento e consistência

Cláudia Danienne Marchi, especialista em gente e gestão, e sócia-fundadora da Degoothi Consulting, o networking abre portas mesmo que a intenção inicial não seja a captura de negócios.

“Muitas vezes, em uma conversa despretensiosa com um contato, é possível identificar oportunidades de crescer e aprimorar serviços. De acordo com ela, ao ouvir pontos de vista diferentes, dá para ter uma visão mais ampla do negócio, o que gera inovação.

Mas para isso, é necessário um planejamento consistente e objetivos claros sobre as direções da empresa. Isso demanda consistência, frequência e estratégia para ter as pessoas certas em sua rede.

Comece fazendo uma lista de pessoas que já conhece e que podem te ajudar e, depois, faça uma das que quer conhecer. Pesquise sobre elas, faça contato, mostre-se aberto a ajudar e não deixe a aproximação esfriar. Veja a seguir como construir essa rede de contatos:

1. Estabeleça parceria

A premissa do networking é a reciprocidade, como explica Hugo Capobianco, especialista em carreira da consultoria LHH. Segundo ele, apenas colecionar novos em sua rede não traz os benefícios esperados, é preciso construir uma relação de troca.

“Quando se está buscando uma parceria, o outro lado também precisa se sentir beneficiado de alguma maneira”, explica. Isso quer dizer que trata-se de uma uma via de mão dupla: deve haver troca de informações, conhecimentos e indicações.

2. Seja constante

Procurar alguém quando apenas precisa de informações deixa o contato vulnerável e pode prejudicar a imagem do profissional. É preciso dar sequência aos contatos. O recomendado é, de tempos em tempos, conversar com as pessoas mais importantes de sua rede apenas para saber como estão as coisas.

Nesse sentido, as redes sociais podem ajudar muito. Crie uma rotina inteligente: comente, compartilhe, parabenize, publique. O networking é mais eficiente quando construímos boas relações.

3. Diversifique sua rede

Segundo Cláudia, quanto mais diversa for a rede, melhor. Ou seja, estabeleça contatos com pessoas de segmentos, temas, culturas e contextos diferentes do seu. “Relacionar-se apenas com profissionais com perfis semelhantes, não traz inovação e pode tornar o processo robotizado”, diz.

4. Preste atenção na aproximação

A maneira de se aproximar é outro ponto importante. “É preciso humildade e empatia para estabelecer bons contatos”, diz Cláudia. Segundo ela, o ideal é sempre se apresentar no início e perguntar como a pessoa está, além de evitar textos muito longos. A objetividade é essencial, principalmente, no primeiro contato. Nesse sentido, é necessário prestar atenção em como realizar o primeiro contato, pois a aproximação nunca deve ser a mesma, segundo o livro “O mundo (quase) secreto das startups”:

De primeiro nível: pessoas realmente próximas, como amigos pessoais, pares, chefes ou colegas de trabalho com quem teve uma boa relação.

Abordagem: pode ser informal, por meio de uma ligação ou mensagem para almoçar ou, até, para um happy hour virtual.

De segundo nível: profissionais não tão próximos, mas com quem teve alguma relação de trabalho, como fornecedores e clientes.

Abordagem: um pouco mais formal – pode ser com o envio de um e-mail para um café, no qual você pode lembrar quando e onde trabalharam juntos.

De terceiro nível: pessoas que não conhece, mas são interessantes para o seu mercado e segmento.

Abordagem: o primeiro passo neste caso, é verificar se vocês têm algum contato em comum que possa apresentá-los. Caso não haja ninguém, recorra ao contato via e-mail ou LinkedIn e apresente-se. É interessante encontrar algo em comum entre vocês: interesses profissionais, abordagem e princípios da empresa, por exemplo.

 

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