Manter uma constante atualização é fundamental para o bom desempenho de carreira — e também para pensar em eventuais movimentos. Com inúmeros formatos de aprendizagem disponíveis, pode ser confuso escolher a melhor opção para o momento em que você está vivendo.
Por isso, o Blog da Alelo ouviu especialistas sobre qual a melhor hora para fazer uma graduação, pós-graduação, MBA ou curso de extensão. Confira a seguir.
Segundo Alexandre Benedetti, diretor da Talenses, consultoria de RH de São Paulo, há de se colocar as opções na mesa antes de se escolher o caminho. “Nada deve ser feito por impulso. Fazer uma pós-graduação, um curso ou um MBA só porque está há muito tempo sem estudar pode não fazer sentido para a carreira”, afirma.
Há alguns critérios que devem ser levados em conta antes de decidir. Por exemplo, quando a busca por educação prevê uma guinada drástica de carreira, fazer uma outra graduação pode ser a única solução. “Imagine um administrador de empresas que resolve que tudo o que mais quer é ser veterinário. Não há outra forma, a não ser voltar para a faculdade e cursar uma nova graduação”, diz Alexandre.
Além disso, uma nova graduação pode ser indispensável quando o profissional precisa de um registro da profissão para ganhar mais espaço – como CRM, Crea e OAB. “Por exemplo, um profissional de marketing que atua na área jurídica e precisa de registro na OAB para alavancar a carreira só tem a graduação como opção”, afirma.
Porém, Alexandre defende que dedicar-se quatro ou mais anos em um novo curso só é indicado nesses casos extremos. “Em situações onde as áreas são relacionadas, uma pós-graduação pode ser uma opção melhor por ser mais ágil e econômica”, afirma o diretor da Talenses.
Conhecimento técnico
Segundo consultores, quem busca uma transição de carreira que demanda conhecimento técnico deve apostar em uma pós-graduação. “O papel desse formato de ensino é aprofundar o nível de conhecimento em uma determinada vertente. Estamos falando, por exemplo, de um profissional generalista de engenharia que quer se especializar em privatizações”, diz Alexandre.
A dica aqui é primeiro fazer uma reflexão de onde se deseja chegar para depois traçar a rota a ser percorrida. Antes de investir tempo e dinheiro em um curso de pós-graduação, é necessário pensar no campo de atuação que almeja e entender se há demanda e se a rotina está enquadrada em suas expectativas.
Uma das vantagens desse formato é a amplitude do público, afinal não é preciso ter experiência para fazer um curso de pós-graduação e ao mesmo tempo não há limitações de idade – o que amplia o leque de opções. Mas um ponto importante é fazer um filtro de instituições. Segundo o Ministério da Educação, há cerca de 4 mil cursos de pós-graduação no país, volume que cresceu 23% nos últimos três anos. “Conversar com ex-alunos e pesquisar sobre a instituição são conselhos mandatórios antes de escolher a pós-graduação”, diz o diretor.
Mudanças mais rápidas
Em casos em que a vontade de aprimorar os conhecimentos visa a simples atualização com resultados imediatos, os cursos de extensão podem ser uma boa saída. Afinal, a duração dessa modalidade é menor – e consequentemente gera respostas mais rápidas com um investimento mais acessível. Muitas vezes, os cursos oferecidos em plataformas on-line podem servir como porta de entrada para essa modalidade de educação.
Há ainda a opção dos MBA’s. A sigla em inglês remete a um mestrado em administração de negócios e a modalidade é indicada para profissionais que buscam conceitos amplos e uma visão mais generalista.
Segundo Tiago Mitraud, diretor executivo da Fundação Estudar, instituição fundada pelos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que fornece bolsas de estudo, esta é a opção que deve ser analisada com mais cautela. “Houve uma banalização dos MBA’s oferecidos no Brasil e muitas instituições acabaram distorcendo a essência desse formato”, afirma.
Apenas duas instituições brasileiras aparecem ranqueadas em estudos internacionais de qualidade: Fundação Dom Cabral e Insper. “É complicado encontrar cursos no Brasil que sigam a proposta inicial dessa modalidade e muitas vezes os interessados acabam buscando instituições fora do país”, diz Thiago.
Para ele, há um perfil mais definido de quem se enquadra nesse tipo de ensino. “Essa opção é voltada para profissionais jovens, de até 30 anos, que buscam ampliar a visão de negócios e ter uma carreira mais generalista. Os processos seletivos são rígidos e demandam profissionais com domínio fluente em inglês e realizações importantes na carreira”, diz.
Mesmo quem se enquadra nos critérios deve analisar os próximos passos. Um MBA fora do Brasil pode custar até R$ 500 mil e demanda tempo integral de dedicação de dois anos.
“Temos notado que muitos profissionais optam por fazer cursos de pós-graduação que não demandam tempo integral para não despender tempo na carreira. Alguns avaliam que dois anos fora do mercado de trabalho podem colocar a carreira em risco”, diz.
Uma opção para fugir desse risco é apostar na educação executiva, que demanda menos tempo de dedicação e também segue a linha generalista.
Além disso, na contramão da opinião de alguns especialistas, obviamente existem cursos bem orquestrados por acadêmicos com experiência sólida em ensino (e empreendedores nesse campo), interessantes para ter contato com boas práticas de mercado ministradas por profissionais com liderança madura e destaque em seus campos de atuação. Cabe ao aluno analisar atentamente a grade curricular, entender se as disciplinas têm chances de aplicação prática em seu dia a dia e contexto no trabalho, verificar a nota do curso no MEC, bem como a qualificação e experiência dos professores da instituição de sua preferência antes tomar sua decisão.