Em meio a momentos de crise e dificuldades, pensar positivo é uma boa maneira de se manter confiante e seguir, apesar dos desafios. Mas, como tudo nessa vida, quando vem em excesso, pode fazer mal.
A chamada positividade tóxica, quando nos forçamos (e forçamos os outros) a ver o lado positivo de tudo e a sempre demonstrar otimismo e felicidade, pode trazer consequências negativas tanto para a saúde mental de todas as pessoas envolvidas quanto para a empresa que tenta impor esse comportamento em seus colaboradores.
Normalmente, quem tem uma postura de positividade excessiva acredita que está sendo útil e ajudando a engajar e motivar quem está ao redor. Mas, em verdade, ao fazer isso a pessoa está desconsiderando que emoções negativas também são legítimas e verdadeiras e que as suprimir não é saudável.
Isso porque dar tempo para as pessoas assimilarem os sentimentos negativos e as frustrações também é importante, até mesmo para aprendermos a lidar com as adversidades e a não repetir erros.
Prejuízo ao engajamento
No trabalho, tentar impor esse otimismo a todos pode resultar em uma queda na confiança dos colaboradores nos gestores e, como consequência, reduzir os níveis de engajamento e produtividade.
Além disso, a positividade tóxica faz mal também para quem tenta manter o otimismo o tempo inteiro. O esforço para esconder qualquer sinal de tristeza ou frustração pode causar um esgotamento mental que se reflete em cansaço e em consequências físicas, como dores de cabeça ou musculares.
Para os gestores, o otimismo em excesso também pode prejudicar a tomada de decisões. Isso porque, embora o pensamento positivo permita às pessoas terem mais coragem e a adotarem medidas mais inovadoras ou difíceis, seu excesso pode fazer com que os riscos sejam subestimados ou desconsiderados.
Com a crença de que tudo irá dar certo, aumenta-se o risco de erros de cálculo no orçamento, por exemplo, ou de definir um prazo sem considerar os possíveis percalços e, portanto, acabar não conseguindo fazer o trabalho no tempo estipulado.
Assim, é importante não cair na armadilha da positividade tóxica, muito incentivada pelas redes sociais, e não levar esse comportamento para o ambiente profissional.
Para isso, é importante que gestores busquem adotar uma abordagem mais empática, que não invalide os sentimentos de quem está passando por um momento difícil. Manter um diálogo aberto e gentil, no qual todas as partes tenham a oportunidade de serem ouvidas, é essencial. Permitir que as pessoas expressem suas frustrações não significa necessariamente que elas estejam vendo o copo meio vazio, em vez de meio cheio, mas apenas que se está permitindo a todos entenderem suas emoções.