O ambiental ou meio ambiente é um dos pilares mais importantes da sigla ESG, termo que indica quais são as práticas e critérios relacionados à sustentabilidade e à responsabilidade corporativa, uma atitude promovida por empresas que estão com os dois pés no século XXI.
Abreviatura para o termo em inglês Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), o “E” e as outras diretrizes são critérios que ajudam investidores, stakeholders e a própria empresa a tomar decisões mais assertivas sobre a responsabilidade social e ambiental das suas operações.
Neste 5 de junho, quando é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, entenda como a prática visando a proteção e o compromisso ambiental são fatores importantes para as empresas que buscam um lugar no futuro.
Bora lá?
Afinal, o que é ESG?
O termo ESG é visto pela primeira vez em um relatório de 2004, resultado de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado “Who Cares Wins” (Ganha quem se importa).
Nesse documento, foram feitas recomendações amplas e acessíveis para que pudesse ser realizado o ESG.
De olho nas corporações em si, o documento também aponta para a importância de outros atores, responsáveis por apoiar a transformação das empresas.
Enquanto o E aborda questões como impacto ambiental e a sustentabilidade, as outras duas letras da sigla refletem sobre:
- Social: este pilar está relacionado ao impacto social da empresa, seja em sua equipe, clientes, comunidade e sociedade em geral. Aqui, podem existir práticas de trabalho justo, diversidade e inclusão, direitos humanos e segurança do trabalho;
- Governança: terceiro critério refere-se à estrutura de governança da empresa e à forma como ela é administrada, incluindo aspectos como: transparência, responsabilidade corporativa, ética nos negócios, composição do conselho de administração e práticas contábeis, incluindo até mesmo a sociedade em geral.
Crescimento da adoção do ESG pelas empresas
A popularidade e a curiosidade sobre ESG, por parte de empresas e consumidores, pode ser observada pelo aumento de dez vezes na busca pelo termo entre os anos de 2020 e 2022, segundo dados do Google Trends.
A adoção dessas práticas tem ido além de uma suposta curiosidade. Segundo revela o estudo “Panorama ESG 2024″, lançado pela Amcham Brasil, em abril, no Fórum ESG, dos 687 representantes de empresas que foram entrevistados, 71% indicaram estar no estágio inicial (45%) ou avançado (26%) de implementação desta ação.
Como funciona o “E” do ESG?
O componente ambiental nas práticas ESG refere-se às iniciativas e políticas que uma empresa adota para minimizar seu impacto ambiental e promover a sustentabilidade.
O fator de preocupação ambiental precisa estar presente desde a cadeia de operações, que engloba todas as etapas de produção, armazenamento e transporte dos produtos, até o marketing e o próprio respeito à legislação.
A seguir estão algumas das principais atividades e responsabilidades que visam a preservar o meio ambiente, reduzir a pegada ecológica da empresa e garantir a utilização responsável dos recursos naturais:
Gestão de recursos naturais
O uso eficiente de água e energia, sem desperdícios, faz parte de uma gestão consciente dos recursos naturais por parte das gestões empresariais, com a adoção de fontes de energia renovável e a implementação de processos de reciclagem de água.
E essa conscientização sobre a redução de água e energia já faz parte da maioria das empresas nacionais.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) realizado em conjunto com o Instituto FSB, práticas de gestão de resíduos e ações para reduzir o desperdício são adotadas por nove de cada 10 empresas pesquisadas.
A preferência por materiais sustentáveis (recicláveis ou biodegradáveis) e que causam menor impacto ambiental é outra questão importante para a gestão ambiental das empresas.
Redução de emissões
Aqui entram ações como: medição, controle e redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), entre eles: dióxido de carbono, gás de maior abundância na atmosfera, e que é emitido a partir da queima de carvão mineral e de petróleo.
Para isso, é preciso buscar melhorias nos processos de produção, uso de energia limpa e adoção de tecnologias de baixo carbono, o que reduz a emissão de poluentes atmosféricos.
Gestão de resíduos
Mais um ponto importante para empresas preocupadas com a questão ambiental, o desenvolvimento de estratégias para reduzir a geração de resíduos tem como importantes ferramentas a promoção da reciclagem e a reutilização de materiais.
Também faz parte dessa prática o descarte seguro de resíduos perigosos e não perigosos, evitando a contaminação do solo e do lençol freático.
Proteção da biodiversidade
Outro cuidado ambiental é a adoção de medidas para proteger e conservar habitats naturais e a biodiversidade.
Isso pode ser feito por meio de programas de reflorestamento ou da criação de áreas protegidas, que visa ainda a preservar a fauna e a flora locais.
Sustentabilidade na cadeia de suprimentos
Mais um ponto que precisa estar inserido na boa prática ambiental é a seleção de fornecedores que adotem práticas ambientais sustentáveis e que estejam comprometidos com a redução de seu impacto.
Essa atitude surge a partir da implementação de sistemas que monitoram e divulgam o desempenho ambiental dos fornecedores, como a rastreabilidade dos materiais utilizados.
Inovação e tecnologias limpas
A inovação precisa estar presente em uma companhia com preocupações ambientais.
A consciência empresarial pode ser revelada em ações de impacto comercial, como a criação de produtos que sejam ambientalmente amigáveis, com menor impacto durante todo o seu ciclo de vida, desde a produção até o descarte.
Nesse sentido entra também o investimento em tecnologias limpas, que impactem o meio ambiente da menor forma possível, como: energia solar, eólica, biomassa e outras fontes renováveis.
Conformidade regulamentar e relatórios de transparência
Nada disso faz sentido se não houver o estrito cumprimento das normas e regulamentações ambientais aplicáveis, em âmbitos municipal, estadual e federal.
Essa aprovação pode ser conquistada por meio do ISO 14001, um roteiro que fornece orientações e os requisitos para a implementação de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA).
A conquista da certificação vem por meio de auditorias externas realizadas por organismos reconhecidos pelos seus membros associados.
Também é importante na prática ambiental do ESG a divulgação de informações ambientais, com a publicação de relatórios de sustentabilidade que detalhem o desempenho ambiental da empresa, metas atingidas e planos futuros.
A importância de investir na educação ambiental dos colaboradores
A preocupação de uma gestão com respeito ao meio ambiente passa também por implementar práticas sustentáveis na rotina dos colaboradores.
Por serem atores importantíssimos no funcionamento da companhia, suas atitudes de viés ambiental são fundamentais em meio à sociedade.
Aumentar o engajamento dos funcionários com a promoção da conscientização ambiental, por meio de planos estratégicos, com cursos e palestras, também proporciona uma imagem mais positiva da empresa junto ao público.
Veja alguns exemplos de ações de educação ambiental que devem ser feitas junto aos colaboradores:
- Uso de copos ou canecas, eliminando os descartáveis;
- Envio de e-mails entre os setores, para reduzir impressões;
- Reuso de materiais do expediente, sempre que for possível;
- Descarte correto dos resíduos;
- Disposição de coletores de resíduos diferentes, uma para orgânicos e outro para os recicláveis;
- Uso consciente da água e energia elétrica;
- Utilização da luz natural;
- Pedaladas ou caronas coletivas, para chegar ao ambiente de trabalho;
- Parcerias com fornecedores que também usam práticas sustentáveis.
