Em um mundo cada vez mais consciente sobre inclusão e acessibilidade, os estabelecimentos comerciais têm um papel essencial: tratar todos os clientes com respeito e empatia. Já reparou nos cordões de identificação com diferentes cores e desenhos? Eles são usados por pessoas com deficiências ocultas e têm um poder incrível de transformar a experiência de compra em algo mais humano e acolhedor.
Esses cordões são acessórios que representam uma forma prática de comunicação entre os clientes e os profissionais que os atendem. Saber reconhecer e entender o significado desses cordões pode transformar a experiência de compra, tornando-a mais inclusiva e humanizada.
Deficiências ocultas são aquelas que não são imediatamente visíveis, como: autismo, surdez, diabetes, asma, limitações intelectuais, entre outras condições que podem afetar significativamente a vida cotidiana das pessoas.
Só para se ter uma ideia, segundo o Ministério da Saúde, “no Brasil, ainda não há estudos sobre a prevalência do TEA na população, mas segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país pode ter mais de 2 milhões de pessoas com autismo”.
A inclusão de pessoas com deficiências ocultas é um desafio que muitos estabelecimentos enfrentam diariamente.
Bora entender melhor tudo isso?
Cordões de identificação: o que diz a lei
O uso de cordões de identificação ajuda a reconhecer essas necessidades especiais, permitindo que os profissionais ofereçam um atendimento mais personalizado e sensível.
Olha só que legal! A legislação brasileira também tem avançado nesse sentido. A Lei 14.624, sancionada em 2023, formaliza o uso do cordão de girassol como símbolo nacional para identificar pessoas com deficiências ocultas. Essa lei altera o Estatuto da Pessoa com Deficiência e visa garantir que as pessoas com deficiências ocultas tenham acesso a atendimento prioritário e serviços individualizados.
A medida tem como objetivo promover a conscientização e garantir direitos como atendimento prioritário.
No entanto, é importante lembrar que o uso desses cordões é opcional e não substitui a apresentação de documentos comprobatórios quando necessário.
Girassol: um símbolo de inclusão
O cordão de girassol é um dos símbolos mais reconhecidos atualmente para identificar pessoas com deficiências ocultas.
Criado em 2016 pela Hidden Disabilities Sunflower, inicialmente para uso no aeroporto de Gatwick, na Inglaterra, esse símbolo rapidamente se espalhou por todo o mundo como uma maneira de promover a inclusão e a acessibilidade. No Brasil, a Lei 14.624 de 2023 o formalizou como símbolo nacional para esse propósito.
O cordão de girassol representa uma ampla gama de deficiências ocultas, incluindo condições como: autismo, surdez, diabetes, asma, limitações intelectuais e deficiências cognitivas.
Ao visualizar esse cordão, os profissionais devem estar preparados para oferecer um atendimento mais sensível e personalizado, garantindo que o cliente receba o suporte necessário. Isso pode incluir atendimento prioritário ou apenas um pouco mais de tempo para realizar suas tarefas.
A utilização do cordão de girassol facilita a comunicação entre clientes e profissionais e promove uma cultura de empatia e compreensão.
Ao reconhecer esse símbolo, os estabelecimentos comerciais demonstram seu compromisso com a inclusão e acessibilidade, o que pode melhorar significativamente a experiência do cliente.
Quebra-cabeça: simbolismo do autismo
Outro símbolo importante é o cordão com o desenho de um quebra-cabeça, que é o padrão internacional para identificar pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)1. Foi usado pela primeira vez em 1963, por Gerald Gasson, pai de uma criança autista e membro da National Autistic Society (Reino Unido).
Esse símbolo foi escolhido por representar a complexidade e diversidade do autismo, que é uma condição que afeta a comunicação e interação social de maneiras variadas.
O uso do cordão do quebra-cabeça ajuda a promover a conscientização sobre o autismo e a garantir que as pessoas com TEA recebam o suporte adequado em ambientes públicos, como estabelecimentos comerciais.
Ao reconhecer esse símbolo, os profissionais podem adaptar seu atendimento para atender às necessidades específicas desses clientes, seja oferecendo um ambiente mais tranquilo ou permitindo mais tempo para respostas.
A legislação sobre deficiências ocultas também abrange o TEA, garantindo que as pessoas com autismo tenham acesso a serviços e atendimentos adaptados às suas necessidades. No entanto, é fundamental que os profissionais estejam cientes de que cada pessoa com TEA é única e pode ter necessidades diferentes, o que exige uma abordagem personalizada e flexível.
Símbolo do infinito: neurodiversidade em destaque
O cordão com o símbolo do infinito é uma representação da neurodiversidade, que abrange uma ampla gama de condições, incluindo o autismo, dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), síndrome de Tourette, discalculia e disgrafia.
Esse símbolo foi criado pela própria comunidade autista como uma alternativa ao tradicional quebra-cabeça, buscando representar a diversidade dentro do espectro autista sem reforçar estigmas.
O uso do símbolo do infinito colorido, especialmente em tons de arco-íris, destaca a diversidade e a complexidade das condições neurodivergentes. Ele é uma forma de promover a conscientização e aceitação dessas condições, incentivando uma cultura mais inclusiva e compreensiva.
No entanto, é importante notar que, embora o símbolo do infinito seja reconhecido dentro da comunidade neurodivergente, ele ainda não é amplamente conhecido pelo público em geral, o que pode limitar sua eficácia em ambientes públicos.
Cordões coloridos e símbolos
É importante saber que existem outros cordões coloridos e símbolos que são usados para indicar diferentes condições. Por exemplo:
Cordão azul: frequentemente utilizado para indicar autismo. Pode conter a palavra “Autismo” ou símbolos relacionados.
Cordão amarelo: usado para mostrar deficiência visual ou outras necessidades especiais. Pode conter inscrições ou símbolos que especificam a condição.
Cordão vermelho: pode ser utilizado para apontar uma condição médica de emergência, como epilepsia ou alergias graves e conter informações de contato de emergência e descrições da condição.
Cordão laranja: utilizado para indicar Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outras condições específicas. Pode conter a palavra “TDAH” ou símbolos associados.
Cordão branco: utilizado por pessoas com deficiência auditiva ou surdez e pode conter o símbolo da deficiência auditiva.
Esses cordões são uma forma eficaz de comunicação e podem ser usados em diversos contextos, como: transporte público, eventos públicos, locais de trabalho, escolas e universidades. Eles facilitam a identificação rápida das necessidades dos clientes e permitem que os profissionais ofereçam assistência adequada sem a necessidade de explicações detalhadas.
Uso dos cordões no dia a dia
Os cordões de identificação são utilizados em diversos contextos para facilitar a comunicação e o atendimento às pessoas com deficiências.
No transporte público, por exemplo, eles permitem a identificação rápida das necessidades de assistência ou prioridade.
Já em eventos públicos e locais de trabalho, facilitam a provisão de acomodações e suporte adequado sem a necessidade de explicações detalhadas.
Nas escolas e universidades, ajudam professores e colegas a entenderem melhor as necessidades dos alunos com deficiências específicas.
Os cordões de identificação promovem atitudes importantes para melhorar a comunicação com pessoas com deficiência, tudo com discrição e dignidade, prontidão e assistência, e conscientização e inclusão.
Eles permitem que as pessoas com deficiência indiquem suas necessidades sem chamar atenção indesejada, facilitam a identificação rápida e a provisão de assistência adequada em situações de emergência, e aumentam a conscientização sobre deficiências ocultas, promovendo um ambiente mais inclusivo e compreensivo.
O que o estabelecimento comercial pode fazer
Para garantir a inclusão e acessibilidade, os estabelecimentos comerciais devem estar preparados para oferecer atendimento prioritário e serviços adaptados às necessidades dos clientes que utilizam esses cordões.
Isso pode incluir treinamento para os funcionários sobre como reconhecer e atender às necessidades específicas desses clientes, além de garantir que os ambientes sejam acessíveis e acolhedores.
Além disso, é importante lembrar que o uso dos cordões não dispensa a apresentação de documentos comprobatórios quando necessário.
Portanto, os estabelecimentos devem estar preparados para lidar com situações em que a comprovação da deficiência seja solicitada, sempre respeitando a privacidade e a dignidade do cliente.
Viu só, como aprender tudo isso pode ajudar a melhorar o atendimento na sua empresa?
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