No mundo atual, praticamente tudo o que se consome chega até o consumidor final em algum tipo de embalagem, seja ela de papel, papelão, plástico, isopor, tecido, metal, entre tantos outros materiais. O aumento da preocupação com o meio ambiente tem levado consumidores e empresas a repensarem práticas, especialmente no que diz respeito ao uso de embalagens, dando preferência às chamadas embalagens ecológicas.
Dados da Abiplast, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mostram que “a reciclagem mecânica de plástico pós-consumo atingiu 25,6% em 2022. A pesquisa também destaca um crescimento expressivo desde 2018, com um aumento de 46% no volume e de 42,6% no faturamento por tonelada produzida, chegando a R$ 3,1 milhões. Além disso, a produção pós-consumo alcançou um recorde de 1,1 milhão de toneladas, um incremento de 9% em relação a 2021”.
O relatório sobre o Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos, realizado pela consultoria MaxiQuim e encomendado pelo Movimento Plástico Transforma, divulgado pela Abiplast, mostra que só em 2023, 1,4 milhão de toneladas de resíduos plásticos foram encaminhadas para a reciclagem no Brasil. 984 mil toneladas eram embalagens.
Mas o que são exatamente as embalagens ecológicas e por que é tão importante adotá-las?
A gente vai te explicar tintim por tintim neste texto. Bora lá descobrir?
O que são embalagens ecológicas?
A Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) define uma embalagem ecológica como aquela que protege o seu conteúdo (afinal, para isso ela foi fabricada); é desenvolvida otimizando o uso de recursos naturais, como matérias-primas, energia e água; e por fim, possibilita o fechamento do seu ciclo de vida e reciclagem ou reúso de sua matéria-prima.
Entre as funções principais de uma embalagem estão itens, como: sustentabilidade, porcionamento, logística, informação, proteção e promoção.
A ABRE diz que é preciso levar em conta o chamado ecodesign, que pode ser traduzido de duas formas: lógica e projeto.
O design de embalagens é o projeto estratégico que leva em consideração todas as vertentes de um produto, do mercado, do consumidor e da sociedade.
E o que chamamos de ecodesign faz isso a partir da ótica da sustentabilidade, pensando na sustentabilidade do sistema, ou seja, do ciclo de vida do produto e da embalagem em nossa sociedade. Viu só que legal?
Critérios de uma ecoembalagem
A ABRE pontua alguns critérios que devem ser observados em uma ecoembalagem, para que ela cumpra a sua função. Veja!
- Comportamento do consumidor e dinâmica da sociedade;
- Infraestrutura fabril e custos;
- Ciclo de vida do produto;
- Mercado;
- Distribuição, forma e ocasião de consumo;
- As funcionalidades* da embalagem desejada;
- Infraestrutura pós-consumo;
- Tecnologias de reciclagem, revalorização ou destinação final;
- Consumidores.
Também foram pontuadas algumas funcionalidades:
- Conservação;
- Usabilidade;
- Manuseio;
- Dosagem e porcionamento;
- Refechamento;
- Segurança;
- Informação;
- Reutilização;
- Antiviolação;
- Rastreabilidade;
- Valorização da Marca: branding;
- Informações sobre o descarte;
- Separação dos componentes.
A funcionalidade da embalagem é fundamental para a experiência de uso e sustentabilidade.
![Embalagens ecológicas:](https://blog.alelo.com.br/wp-content/uploads/2025/02/iStock-1206404417-1024x683.jpg)
Tipos de embalagens ecológicas
Existem diferentes tipos de embalagens ecológicas, que utilizam materiais e tecnologias distintas. Bora entender cada uma delas!
Material reciclado
Como o próprio nome diz, são feitas com a reutilização de materiais que podem ser reciclados, como papéis, alumínio ou plásticos.
O ideal é que, após o uso, essas embalagens sejam descartadas corretamente para que possam ser recicladas novamente, prolongando sua vida útil e reduzindo a necessidade de novos recursos.
Você sabia? O papelão pode ser reaproveitado diversas vezes. Já quando falamos de vidro, ele pode ser reciclado infinitamente sem perder a qualidade.
Biodegradável
As embalagens biodegradáveis são feitas com materiais que se decompõem naturalmente no meio ambiente, sendo processadas por microrganismos como bactérias e fungos. Alguns exemplos incluem embalagens produzidas a partir de fibras de coco, fécula de mandioca e até cogumelos.
Por se desintegrarem mais rapidamente, essas embalagens ajudam a reduzir a poluição e os impactos negativos à natureza. Elas também não deixam resíduos tóxicos no solo ou na água, tornando-se uma excelente escolha para marcas que desejam reduzir sua pegada ambiental.
Embalagens que podem ser plantadas
Já imaginou uma embalagem que, depois de usada, pode se transformar em uma planta? As embalagens plantáveis, também chamadas de papel semente, são feitas de papel reciclado e contêm sementes incorporadas em sua composição.
Basta umedecer o material e enterrá-lo no solo para que as sementes germinem. Além de reduzir o descarte de resíduos, essa inovação incentiva práticas sustentáveis e traz um toque especial para o consumidor, que pode transformar a embalagem em flores, hortaliças ou ervas aromáticas.
Embalagens para comer
Calma que a gente não tá falando bobagem não. Algumas embalagens vão além da função de proteção e podem ser consumidas junto com o produto! Legal, né?
Algumas marcas já apostam nesse conceito, como a rede de fast-food KFC, que criou um copo comestível. Essa tendência combina sustentabilidade com praticidade e ainda pode agregar um diferencial ao produto.
Para reutilizar
Aqui entram as nossas queridinhas ecobags. Sim, existem embalagens que podem ser reutilizadas inúmeras vezes e para finalidades diferentes.
Além das ecobags, sacos de tecido e de papel também são exemplos bem populares deste tipo de embalagem.
![Embalagens ecológicas:](https://blog.alelo.com.br/wp-content/uploads/2025/02/iStock-1478307941-681x1024.jpg)
Como escolher a embalagem ideal?
A ABRE diz que não podemos dizer que há um material melhor ou pior para embalagens. Impactos ambientais, características do produto, durabilidade desejada, os custos envolvidos, o processo de transporte e a conformidade com regulamentações para evitar contaminação (no caso de embalagens para alimentos), devem ser considerados ao escolher a melhor embalagem para proteger o produto. Quando se encontra um ponto de equilíbrio entre todos esses itens, nasce uma embalagem ideal.
Ao falarmos de embalagens sustentáveis para alimentos lembre-se de que ela deve ter uma fonte sustentável, ou seja, ser composta por materiais que possam ser reciclados. Também deve-se utilizar apenas a quantidade necessária para proteger o item ou comida. Excedentes geram mais lixo e gastos de matérias-primas na sua confecção.
Vale mesmo a pena ter embalagem ecológica?
Um dos principais benefícios do ponto de vista do empresário, é a redução na geração de resíduos, o que diminui custos com descarte e contribui para uma operação mais eficiente. Além disso, a recuperação de materiais reaproveitáveis dentro da cadeia produtiva permite um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, otimizando processos e reduzindo desperdícios. Olha só você ajudando o meio ambiente!
A adoção de embalagens sustentáveis também melhora a eficiência no uso de água e energia, tornando a produção mais econômica e menos dependente de insumos naturais. Esse modelo de negócio sustentável contribui para um crescimento econômico mais equilibrado, permitindo que a empresa se adapte a novas demandas do mercado sem comprometer o meio ambiente. Ao mesmo tempo, evita passivos ambientais que poderiam gerar custos futuros com adequação a regulamentações cada vez mais rígidas.
Saindo um pouco da questão financeira, o empresário precisa saber que investir em embalagens ecológicas fortalece a imagem da marca e cria um diferencial competitivo. É isso mesmo! Seu consumidor vai valorizar mais o seu negócio, pois sua empresa demonstra preocupação com a sustentabilidade. Sabe por que isso é bom? Porque ajuda a fidelizar e atrair novos clientes. Quer motivo melhor que esse? Então vem ver, porque tem.
A reciclagem e o reaproveitamento de materiais também geram novas oportunidades de emprego, impulsionando a profissionalização da cadeia produtiva e proporcionando melhores condições de trabalho para quem atua no setor.
Olhar para o processo de embalagens de forma sistêmica, considerando desde a produção até o descarte, é uma relação de ganha-ganha. Mas por quê? Porque ganha o meio ambiente, uma vez que se polui menos e gasta-se menos recursos naturais para produção de embalagens, e ganha também toda a estrutura empresarial. As empresas que se antecipam às tendências sustentáveis se destacam no mercado, reduzem custos operacionais e garantem um posicionamento mais estratégico para o futuro.
É muito motivo para você investir em embalagens sustentáveis para o seu negócio. Claro que as adaptações devem ser feitas de acordo com aquilo que você comercializa. Mas, quando cada um faz a sua parte (por menor que possa parecer), o efeito “bola de neve” acontece. De pouquinho em pouquinho é possível transformar a realidade das embalagens.
Curiosidade: entenda a diferença entre bioplástico, oxibiodegradável e biodegradável?
Com tantas inovações no mundo das embalagens sustentáveis, é comum surgir aquela dúvida: afinal, qual a diferença entre bioplástico, plástico oxibiodegradável e plástico biodegradável? Embora os três pareçam alternativas ecológicas, cada um tem características específicas que impactam seu uso e descarte.
O bioplástico é produzido a partir de fontes renováveis, como cana-de-açúcar, milho e batata. Sua grande vantagem é a origem sustentável, pois reduz a dependência de combustíveis fósseis. No entanto, nem todo bioplástico é biodegradável. Muitos deles ainda precisam ser reciclados corretamente, pois podem demorar tanto quanto um plástico comum para se decompor.
Já o plástico oxibiodegradável é um plástico convencional que recebe aditivos para acelerar sua degradação quando exposto ao oxigênio e à luz solar. Isso faz com que ele se fragmente mais rapidamente, mas isso não significa que ele desapareça completamente. Muitas vezes, ele se transforma em microplásticos, que continuam prejudicando o meio ambiente.
Por fim, o plástico biodegradável é projetado para se decompor naturalmente em um tempo relativamente curto, transformando-se em água, gás carbônico e biomassa. Para que isso aconteça de forma eficiente, ele precisa ser descartado corretamente em condições controladas, como em composteiras industriais.
Agora que você já conhece a diferença entre esses materiais, vale lembrar que, mais importante do que o tipo de plástico utilizado, é garantir o descarte correto. Assim, conseguimos reduzir impactos ambientais e contribuir para um futuro mais sustentável!
E aí, gostou do conteúdo? Ah, então continue navegando aqui na Alelo para descobrir outras dicas superlegais para o seu negócio.