Uma empresa é feita, principalmente, pelas pessoas que nela trabalham. Logo, o chamado capital humano, que é a reunião das aptidões e habilidades dos colaboradores, influi diretamente na capacidade produtiva e potencializa o valor de mercado.
Por isso, investir no desenvolvimento de competências e conhecimento do trabalhador é um indicativo de sucesso para uma empresa e carrega o poder de potencializar a marca dentro do mercado.
Bora lá saber mais sobre como estimular o capital humano do seu time?
O que é o capital humano para as organizações?
Uma empresa é composta por diversos elementos. Além do capital financeiro propriamente dito, edifícios, instalações, maquinários, equipamentos, estoques e muitos outros itens são realmente necessários para que a roda funcione.
Mas a real funcionalidade desses elementos é potencializada ao máximo se forem colocadas nas mãos de pessoas aptas.
Assim, a lucratividade e a produtividade de uma empresa dependem (e muito) das qualidades dos colaboradores, o tal capital humano, o ativo mais importante de uma organização.
Os componentes do capital humano são:
- Educação e formação: nível de escolaridade, qualificações, cursos de especialização e treinamento;
- Experiência de trabalho: anos de experiência, habilidades adquiridas no emprego, conhecimento prático;
- Saúde e bem-estar: estado físico e mental dos indivíduos, que afeta a capacidade de trabalho e a produtividade;
- Habilidades interpessoais e sociais: capacidade de comunicação, trabalho em equipe, liderança e outras competências sociais.
Ao criar a teoria do capital humano na década de 1960, o professor Theodore W. Schultz, do departamento de Economia da Universidade de Chicago, buscava explicar como a produtividade das empresas alcança outro patamar quando há investimento na capacitação dos profissionais envolvidos nos processos de trabalho.
Essa proposta rendeu a Schultz o Prêmio Nobel de Economia de 1979, além de inspirar várias gerações de teóricos da área.
O que é capital intelectual?
O capital intelectual de uma organização é uma consequência da valorização gerada dentro dos elementos do capital humano.
Diferentemente do capital humano, que pode ser mensurado a partir de métodos e indicadores, o capital intelectual de uma empresa é considerado intangível, uma vez que são consideradas inúmeras variáveis que não têm impacto imediato nos resultados da corporação.
O termo surgiu das ideias de outro teórico, o estadunidense Thomas A. Stewart, na década de 1990, e está presente no livro “Capital Intelectual: A Nova Vantagem Competitiva das Empresas”.
Ele representa a junção de três tipos de capital:
- Interno: são os processos de gerenciamento, organização e modelos de negócio adotados pela empresa;
- Externo: relação com fornecedores, clientes e mercado em geral;
- Humano: é o conjunto das habilidades e conhecimentos de cada profissional.
Como as skills se relacionam com o capital humano?
As skills, palavra que em português quer dizer “habilidades”, são condições cada vez mais valorizadas dentro das companhias, tanto durante o processo de seleção quanto no escalonamento para cargos de grande responsabilidade.
A relação delas é direta com aquilo que se entende como capital humano, pois são virtudes que influenciam a produtividade, inovação, satisfação dos funcionários e a competitividade da empresa.
Veja a seguir quais são as skills mais valorizadas pelo mercado de trabalho:
Soft skills
O termo soft skills está relacionado às habilidades interpessoais, relativo ao comportamento e ao modo como as pessoas interagem, especialmente no trabalho.
Diferentemente do que muitos pensam, mesmo relacionadas às características e aos traços de personalidade, as soft skills podem ser refinadas e desenvolvidas ao longo do tempo.
Envolvem questões como:
- Habilidades sociais;
- Inteligência emocional;
- Fluência na comunicação;
- Empatia;
- Resiliência;
- Responsabilidade;
- Ética;
- Liderança;
- Pensamento crítico.
Hard skills
As hard skills, ou “habilidades técnicas”, são os conhecimentos técnicos de um campo de atuação específico.
Esse conjunto de capacidades são, em geral, obtidas por meio de: treinamento, educação formal, cursos e experiência prática.
Por serem questões objetivas, as hard skills são facilmente definidas e avaliadas. Exemplos comuns são:
- Competências técnicas em áreas, como: programação, engenharia, contabilidade, design gráfico, marketing digital, etc.;
- Conhecimentos específicos em softwares e ferramentas, como: Microsoft Excel, Photoshop, AutoCAD, Salesforce etc.;
- Habilidades linguísticas, como fluência em um determinado idioma;
- Certificações profissionais adquiridas por meio de exames ou treinamentos específicos;
- Conhecimento em: matemática, estatística, ciências, entre outras disciplinas acadêmicas.
As hard skills nada mais são que as atividades na prática, aquelas que o indivíduo sabe fazer ou não, como, por exemplo: programar um software, construir edifícios ou escrever textos em outro idioma.
Power skills
De maneira clara, as power skills (habilidades poderosas) combinam as habilidades comportamentais das soft skills com as competências técnicas das hard skills.
A valorização dos profissionais que conseguem combinar e equilibrar todas essas aptidões é imensa.
Algumas das power skills mais importantes são:
- Proatividade;
- Comunicação;
- Autogestão;
- Capacidade de influenciar pessoas;
- Facilidade para trabalhar em equipe.
Mad skills
Na tradução livre do inglês, mad skills são habilidades excepcionais, ou “fora do comum”.
Mas o que seria esse incomum?
Sabe aquele candidato que toca bateria, pratica polo aquático ou fala chinês? Ele tem ganhado a preferência no recrutamento para vagas em muitas empresas.
À primeira vista, fazer essas coisas não apresenta uma relação direta com o trabalho, mas não é bem assim. Muitas dessas atividades, que são consideradas hobbies, tornam cada profissional especial à sua maneira.
Algumas das atividades do espectro mad skills citadas pelo artigo de Müller Gomes, publicado no site da Robert Half, maior empresa de recrutamento especializado no mundo, são:
- Tocar um instrumento musical: criatividade, disciplina e habilidades motoras finas;
- Praticar esportes coletivos: trabalho em equipe, liderança e habilidades de comunicação;
- Fotografia: habilidades de observação, criatividade e atenção aos detalhes;
- Falar outros idiomas: adaptabilidade, habilidades de comunicação e abertura para novas culturas;
- Artesanato: habilidades manuais, criatividade e atenção aos detalhes;
- Voluntariado: empatia, habilidades de liderança e trabalho em equipe;
- Programação de computadores: habilidades técnicas, pensamento lógico e resolução de problemas;
- Jardinagem: habilidades práticas, paciência e perseverança;
- Escrita criativa: habilidades de comunicação, criatividade e pensamento crítico;
- Dança: disciplina, trabalho em equipe e habilidades motoras.
Por que potencializar o capital humano nas empresas é importante?
Esse é um momento do mercado mundial chamado de Indústria 4.0 (a quarta Revolução Industrial), no qual a integração das novas tecnologias (inteligência artificial, internet das coisas, big data, etc.) aos processos mais tradicionais tem feito mudanças substanciais na força de trabalho.
Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial, mais de 80 milhões de postos de trabalho devem ser perdidos em cinco anos com o avanço das tecnologias de inteligência artificial e automação.
A mesma pesquisa, no entanto, avalia que 70 milhões de novas vagas devem ser criadas, visando especialistas em inteligência artificial para áreas de sustentabilidade, tecnologia e engenharia.
Por isso, nunca foi tão necessário potencializar o capital humano, uma vez que treinar habilidades e capacitar aptidões será mais que um diferencial, mas questão de sobrevivência no mercado, para empresas e trabalhadores.
Como potencializar o capital humano?
Há algumas maneiras efetivas para aprimorar o capital humano dentro das organizações. Veja a seguir o que o RH deve colocar em prática para abastecer a equipe de habilidades:
Invista em capacitação
O investimento na capacitação dos profissionais resulta em diversos benefícios que contribuem para o crescimento e sucesso organizacional.
Criar uma filosofia de educação corporativa, com cursos, treinamentos, palestras, workshops e até mesmo patrocinar cursos universitários aos colaboradores, é uma maneira de colocá-los por dentro das tecnologias, processos e metodologias revolucionárias.
Faça avaliação de desempenho
Uma ferramenta de RH que vai além da análise da performance individual e coletiva dos colaboradores, a avaliação de desempenho é responsável por mensurar e dar feedbacks sobre resultados, entre outras ações, como:
- Avaliar o nível de efetividade no trabalho;
- Identificar talentos;
- Averiguar a produtividade dos funcionários;
- Alinhar metas.
Feito por meio de vários métodos, a avaliação de desempenho consegue guiar medidas e programas de treinamento.
Melhore a comunicação interna
A comunicação eficaz entre os diferentes setores e departamentos de uma empresa impacta profundamente e contribui no engajamento do time.
Uma boa comunicação interna promove uma cultura organizacional positiva, o que cria um senso de pertencimento e alinhamento entre os funcionários, além de facilitar a colaboração entre diferentes equipes, gerando inovação, soluções e compartilhamento de ideias.
Foque na saúde mental do time
Problemas de saúde mental, como: depressão e ansiedade, estão cada vez mais presentes na vida das pessoas.
Uma doença ocupacional totalmente relacionada ao estresse, a síndrome de burnout, por exemplo, acomete 30% dos trabalhadores brasileiros, de acordo com dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Esse relacionamento estressante com o trabalho, de sobrecarga e muita pressão por rendimento, geralmente em um ambiente tóxico, podem causar diversos problemas como:
- Baixo rendimento;
- Desmotivação;
- Comunicação falha;
- Apatia;
- Pedidos de demissão;
- Problemas físicos.
Algumas iniciativas que a empresa pode colocar em prática para a saúde e bem-estar dos colaboradores são:
- Incentivo à atividade física;
- Apoio psicológico;
- Educação nutricional;
- Flexibilidade de horários;
- Eventos e celebrações;
- Exames médicos regulares;
- Ambiente inclusivo;
- Política de férias.
Quais os benefícios de uma boa gestão do capital humano?
Ao cuidar do capital humano, uma empresa consegue resultados em várias frentes, que com certeza vão elevar o patamar de qualidade de produção da equipe.
Veja os benefícios de uma boa gestão do capital humano:
- Aumento da produtividade;
- Maior engajamento;
- Redução do absenteísmo e do turnover;
- Ambiente aberto à inovação e à criatividade;
- Eficiência operacional;
- Atração e retenção de talentos;
- Conformidade com a lei e mitigação de riscos.