Diariamente, novos termos são inseridos ao vocabulário corporativo para explicar tendências e comportamentos, como o climate quitting, por exemplo. Você já ouviu falar sobre ele?

Entre as aflições contemporâneas que atingem o mundo, podemos citar preocupações relacionadas à qualidade do ar, ao impacto que causamos no planeta e o temor por desastres naturais e problemas ambientais.

E, além do impacto na vida privada, essas questões têm levado muitas pessoas a reavaliarem suas escolhas profissionais, dando origem ao fenômeno da “demissão climática”.

Vem com a gente entender melhor!

O que é climate quitting

Esse termo faz referência à decisão de alguns trabalhadores de deixarem ou não se vincularem a empresas que não demonstram um compromisso claro com práticas sustentáveis e de preservação ambiental.

O climate quitting tem ganhado força especialmente entre as gerações mais jovens, como a Geração Z e os millennials, que, por estarem inseridos desde cedo em um contexto de intensa troca de informações e discussões sobre sustentabilidade, consideram pautas ambientais extremamente relevantes na hora de tomar decisões relacionadas à carreira.

Para essas pessoas, trabalhar em uma empresa alinhada aos princípios de responsabilidade social e ambiental não é apenas um diferencial, mas uma exigência ética.

Como ele influencia os profissionais?

As preocupações climáticas pressionam as empresas a adotarem práticas sustentáveis e a demonstrarem responsabilidade com a preservação ambiental.

Segundo dados da pesquisa pública People’s Climate Vote 2024, realizada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a maior agência da Organização das Nações Unidas (ONU), focada no desenvolvimento global, em colaboração com a Universidade de Oxford, 44% da população latino americana pensa, pelo menos uma vez por dia, nas mudanças climáticas e no impacto que elas representam no dia a dia.

Além disso, 14% dos entrevistados acreditam que as empresas têm um impacto significativo no clima, o que reflete a crescente conscientização das pessoas em relação à responsabilidade corporativa em questões ambientais.

A pesquisa destaca preocupações mais amplas, como a necessidade de ações climáticas mais fortes e abrangentes e a urgência de transitar para longe dos combustíveis fósseis, principalmente quando falamos da queima de combustíveis em escala industrial.

O que as pesquisas corporativas indicam?

Segundo dados divulgados pela KPMG Internacional, os fatores Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) estão influenciando as decisões de emprego para quase metade dos trabalhadores, principalmente entre millennials e zoomers.

De cerca de 6.000 trabalhadores de escritório do Reino Unido, a KPMG UK obteve como resultado que 46% deles desejam que a empresa em que trabalham demonstre um compromisso com a ESG.

Aqueles com idades entre 18 e 44 anos são os mais propensos a valorizar compromissos de ESG de seus empregadores, e quando se trata de procurar um novo emprego, 20% disseram que já recusaram uma proposta porque os compromissos ambientais da empresa não estavam alinhados aos seus valores pessoais. Se afunilarmos esses números para o grupo de jovens entre 18 e 24 anos, o percentual é ainda maior.

O que isso significa? Que o climate quitting está sendo impulsionado por esses trabalhadores, que buscam empregos ambientalmente responsáveis e se recusam a colaborar com organizações que não trabalham com os pilares de sustentabilidade ecológica.

Comentando sobre esses resultados, John McCalla-Leacy, Chefe Global de ESG e Vice-Presidente de ESG do Reino Unido na KPMG, afirma:

São as gerações mais jovens que verão os maiores impactos se não conseguirmos alcançar as metas ambientais estabelecidas em conferências como a COP27, então não é surpreendente que isso, e outras considerações inter-relacionadas de ESG, estejam na mente de muitos ao escolher para quem vão trabalhar.”

Quais são os impactos do climate quitting nas empresas

Quais são os impactos do climate quitting nas empresas?

Do ponto de vista corporativo, é possível visualizar os reflexos do climate quitting e das preocupações ambientais a partir de alguns pilares, como:

Atração e retenção de talentos

O climate quitting impacta diretamente a capacidade de atração e retenção de talentos da empresa, porque aquelas que não demonstram compreensão ou preocupação ambiental podem perder profissionais qualificados que buscam alinhar suas carreiras aos seus valores pessoais.

E, em um cenário onde as gerações mais jovens, como a Geração Z, estão cada vez mais conscientes e exigentes em relação à sustentabilidade e ao alinhamento entre trabalho e propósito, o compromisso com o meio ambiente se torna um diferencial competitivo.

Organizações que não levam essa pauta em consideração na hora de estabelecer suas diretrizes, podem enfrentar mais obstáculos durante processos de seleção e de elaboração de planos de carreira, especialmente frente a profissionais mais qualificados ou que consideram a ética ambiental um fator decisivo em suas escolhas profissionais.

Employee branding

E quando falamos sobre a capacidade de atração e retenção de talentos, também consideramos a interseção do tema com a marca empregadora, afinal, a reputação da empresa também sofre com o impacto do climate quitting.

Hoje, muitos profissionais avaliam cuidadosamente a imagem das corporações antes de se candidatarem a uma vaga e, empresas que se comprometem com práticas financeiras, operacionais e ambientalmente sustentáveis, se posicionam como empregadoras conscientes e estáveis, o que maximiza a atração de pessoas que compartilham desses valores.

Negligenciar essa pauta pode manchar a imagem da organização, afastando não só talentos, mas também consumidores e investidores. Esse impacto negativo pode ser notado em corporações que, por exemplo, são acusadas de crimes ambientais ou falta de responsabilidade com a população local.

Competitividade

No mercado atual, a competitividade vai além de produtos ou serviços oferecidos, envolvendo a força da marca empregadora, a capacidade de retenção e o plano de carreira, o impacto social e ambiental da organização.

O índice de climate quitting pode ser compreendido como um indicador capaz de avaliar se as práticas ambientais refletem na performance empresarial e em seu posicionamento de mercado.

Empresas que não se adaptam às novas exigências de sustentabilidade do mundo contemporâneo podem ficar para trás, tanto em termos de inovação quanto de preferência dos consumidores, perdendo espaço para concorrentes que valorizam e trabalham em prol dessas questões.

Questões geracionais

As diferenças entre gerações também acentuam o impacto do climate quitting, enquanto gerações mais antigas podem ter focado em estabilidade financeira e crescimento corporativo, as gerações atuais colocam a sustentabilidade e a ética ambiental no centro de suas decisões de vida e carreira.

Essa mudança no foco geracional está intimamente ligada à capacidade das corporações de se manterem relevantes em diferentes períodos e contextos sociais e econômicos.

O resultado disso é a necessidade constante de as empresas se adaptarem à sua cultura organizacional para atender às expectativas de diferentes gerações, criando um ambiente de trabalho que priorize tanto a performance quanto o alinhamento socioambiental.

Clima organizacional

Práticas sustentáveis também impactam o clima organizacional! Funcionários que trabalham em empresas que ignoram a sustentabilidade podem sentir uma desconexão entre seus valores pessoais e os da organização, gerando insatisfação e aumentando a taxa de turnover.

Por outro lado, empresas comprometidas com a preservação ambiental e que integram essas práticas ao dia a dia tendem a promover um ambiente de trabalho mais engajado e colaborativo, reforçando a motivação dos colaboradores e o alinhamento com os objetivos corporativos.

Entre as práticas comuns de engajamento e ações de melhoria do clima interno, podemos citar programas de reciclagem, bonificações para profissionais que demonstram preocupação e trabalham para mitigar os impactos negativos da atividade corporativa e ações comunitárias.

Essas atividades internas também acabam influenciando o employer branding e a capacidade de retenção da empresa, que passa a oferecer ao profissional um trabalho com propósito e alinhado à valores pessoais de impacto positivo no mundo.

ESG

O conceito de climate quitting está intimamente relacionado ao movimento ESG, que tem ganhado destaque em empresas que buscam uma gestão mais consciente e assertiva, tanto operacional quanto financeiramente.

Corporações que integram princípios de sustentabilidade ambiental, responsabilidade social e governança transparente conseguem se posicionar de maneira mais sólida no mercado, atraindo talentos, investidores e consumidores.

Atualmente, iniciativas voltadas ao ESG têm se mostrado uma necessidade para empresas que querem se manter relevantes no longo prazo e, ao ignorar esses pilares, as empresas não só perdem oportunidades de crescimento, mas também correm o risco de serem excluídas por profissionais cada vez mais preocupados com o impacto de suas atividades no mundo.

O climate quitting é um reflexo das novas exigências éticas e ambientais que estão moldando o mercado de trabalho. E, as empresas que querem manter o destaque frente ao mercado e garantir a retenção de talentos, precisam incorporar práticas sustentáveis em sua cultura e operações, demonstrando um compromisso genuíno com o futuro do planeta.

O RH perante as exigências relacionadas ao climate quitting

O RH possui um papel estratégico em todas as decisões da corporação, atuando na formação de lideranças conscientes, no alinhamento da empresa em relação às expectativas dos colaboradores e na atenção às demandas do mercado.

Em um cenário onde o climate quitting e as preocupações ambientais estão em destaque, trabalhar todas as estruturas que movem a organização se torna fundamental para fortalecer práticas mais sustentáveis e éticas.

Corporações com líderes, equipes e uma estrutura adequada para integrar a performance e interesses comerciais a valores organizacionais de impacto positivo têm mais chances de se manterem relevantes competitivamente e estáveis financeiramente.

E o papel do RH, nesse contexto, vai além da gestão de talentos: ele deve atuar como facilitador de uma cultura corporativa que valorize a sustentabilidade, a responsabilidade social, a ética e todos os pilares influenciados pelo climate quitting.

Isso significa garantir que as políticas internas reflitam o compromisso com o meio ambiente, desde a contratação de colaboradores que compartilham desses valores até o desenvolvimento de programas que engajem as equipes em práticas sustentáveis no dia a dia.

Além disso, o RH deve atuar diretamente na formação de lideranças que compreendam a importância de equilibrar os interesses comerciais da empresa com o impacto social e ambiental de suas operações. As lideranças são fundamentais para promover um ambiente de trabalho em que os colaboradores se sintam parte de algo maior, contribuindo ativamente para a preservação do meio ambiente e para a construção de uma sociedade mais justa e responsável.

Conversamos com a Coordenadora de Comunicação Interna, Eventos e ASG da Alelo, Mariana Bonsignori, que, frente às novas preocupações dos profissionais inseridos no mercado de trabalho, destacou:

“Estamos vendo que os impactos ambientais são cada vez mais constantes na nossa vida, impactam de fato o nosso dia a dia e a nossa rotina. Então, preocupações relacionadas ao impacto que causamos vão ir além da nossa casa e farão parte do trabalho. A população mais jovem, em especial a Geração Z, está, cada vez mais, olhando para isso. Eles já nasceram com esse mindset. Essa não é uma preocupação momentânea e empresas que não tiverem esse direcionamento, um roadmap voltado para a sustentabilidade, vão acabar perdendo talentos e espaço no mercado também.”

A transparência nas práticas e no compromisso com a sustentabilidade cria um ambiente de confiança e engajamento, tanto entre os colaboradores quanto com os clientes e investidores, assegurando que a organização permaneça relevante e preparada para os desafios futuros.

Conheça as ações de impacto ambiental da Alelo

Demonstrando alinhamento às necessidades contemporâneas relacionadas àdiminuição de emissões de carbono na atmosfera, a Alelo, em conjunto com a Veloe, Elo e Livelo, que compõem o Grupo EloPar, possuem algumas iniciativas de mitigação de impacto ambiental.

Mariana Bonsignori, explicou em detalhes algumas das ações do grupo:

Além dos cartões com materiais reciclados, as empresas do grupo disponibilizam um relatório de sustentabilidade, que pode ser acessado aqui, onde há metas de compensação de carbono, práticas de reciclagem em eventos, operações e promoção de produtos sustentáveis.

Conforme Mariana explicou, as empresas do grupo EloPar também possuem um inventário de gases de efeito estufa e seguem certificações ambientais, como a ISO 14001, e investem em programas de economia circular, doação de materiais e redução de resíduos, visando melhorar continuamente a gestão ambiental e o impacto positivo nas comunidades onde atuam.

“Na Alelo, também temos coleta de lixo orgânico, papel, metal, plástico, usamos copos biodegradáveis feitos a partir da mandioca e, quando não usamos o de plástico ou papel, a reciclagem deles é feita separadamente”, ela finaliza.

Continue navegando pela Alelo e veja outros conteúdos que podem te ajuda-lo a diminuir o impacto ambiental e consumir com mais consciência, como esse aqui, que vai ajudar a entender como a sustentabilidade pode ajudar a sua empresa.

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