A cultura organizacional rege o dia a dia das empresas e pode ser entendida a partir de três níveis de abordagens:
- Artefatos (que são as ações que vemos),
- Valores compartilhados (o que essas ações dizem sobre a empresa) e;
- Pressupostos (o que os funcionários acreditam e fazem).
Segundo o Dr Roberto Aylmer, professor especialista em liderança e gestão estratégica de pessoas e diretor da consultoria Aylmer Desenvolvimento Humano, os artefatos costumam traduzir a expressão da cultura organizacional de uma empresa na prática.
“Apesar de ser um tema bastante conceitual, a compreensão dele é mais facilmente observada na prática”, diz.
O Blog da Alelo também conversou com Irene Azevedo, diretora da Consultoria Global LHH, especializada em carreira e Rafael Souto, CEO da consultoria Produtive Carreira e Conexões com o Mercado, e montou uma lista com dez artefatos que podem ser aplicados nas companhias interessadas em dar mais protagonismo para seus colaboradores.
Confira as 10 ações práticas a seguir:
1-Vagas exclusivas para gestantes e PCD no estacionamento da empresa: essa forma de oferecer vagas se contrapõe ao modelo de separação por hierarquia. Reforça que a empresa não difere seus colaboradores por cargo e apenas protege o direito dos funcionários com necessidades especiais naquele momento.
2-Layout de integração: criação de ambientes flexíveis, com mobília móvel que permite que os colaboradores se reúnam de forma confortável e segura. Esse formato extingue os espaços exclusivos da diretoria e as salas de reuniões e visa mostrar uma empresa que valoriza a conexão e a transparência.
3-Adoção de benefícios flexíveis: pacotes de benefícios montados conforme o perfil e necessidades de cada colaborador. Esse posicionamento deixa claro uma cultura de liberdade, empoderamento e confiança.
4-Fim do dresscode: cada vez mais companhias apostam na liberdade de escolha e de expressão de seus funcionários. Ao não estipular trajes específicos, a mensagem transmitida é de respeito e reconhecimento dos indivíduos como seres únicos.
5-Onboarding estruturado: dizem que a primeira impressão é que fica! Por isso, realizar um ritual de integração estruturado, com conversas com as principais lideranças e explicações aprofundadas, deixa claro que a empresa está de fato interessada no funcionário e revela comprometimento com o novo associado, o que pode trazer mais engajamento.
6-Agenda flexível: ao implantar o modelo flexível de trabalho, onde o colaborador atua conforme suas demandas e não fica preso a horários rígidos de entrada e saída, a empresa deixa visível que tem uma cultura de liberdade e confiança. Neste caso, é claro, é importante observar se a função permite a adoção de horários flexíveis.
7-Reuniões para criação contínua de regras: os tradicionais murais fixados com os dizeres “missão, visão e valores” perdem espaço e a empresa passa a convidar seus colaboradores para uma construção ininterrupta de melhores práticas para aquele determinado momento. O discurso não é mais declarado, passa a ser construído. Esse convite à reflexão revela uma cultura de intenção emancipatória.
8-Trabalho multidisciplinar: provavelmente você já deve ter ouvido falar em squads. Este modelo organizacional separa os funcionários em pequenos grupos multidisciplinares com objetivos específicos e é cada vez mais utilizado. Ele indica uma cultura organizacional que valoriza a agilidade e uma intenção unificada de administração, onde todos caminham por um mesmo objetivo.
9-Política de bem-estar do indivíduo: criação de ações de apoio à saúde física e emocional, como estímulo financeiro para academias, local para descompressão durante a jornada e um canal com psicólogos e apoio jurídico reforçam uma cultura que coloca o indivíduo como centro do negócio.
10-Ambiente de protagonismo: cada vez mais companhias apostam em ambientes sem barreiras. Para isso, promovem uma cultura aberta para a livre movimentação de talentos, ou seja, apostam na filosofia que as pessoas podem construir a própria carreira de forma a favorecer a diversidade e protagonismo.