Apesar de ser uma tendência cada vez mais real, a prática do home office ainda desagrada muitos empregadores. Não é difícil encontrar chefes que imaginam os funcionários jogados no sofá, de pijama, e relutando para responder os e-mails e ligações enquanto assistem o filme da sessão da tarde. Mas a verdade é que incentivar a política de trabalho remoto tem se mostrado uma solução estratégica para aumentar o engajamento nas companhias — além de reduzir custos.

Um estudo recente, com duração de dois anos, feito por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, investigou a fundo a ligação entre produtividade e home office. Os dados foram coletados a partir de um caso real: a Ctrip, maior agência de viagens da China, com 16.000 funcionários. O CEO da empresa estava interessado em dar aos funcionários a opção de trabalhar em casa porque o espaço de escritório em Xangai é extremamente caro e eles precisavam suportar longos deslocamentos até o trabalho.

Para testar a eficácia do trabalho remoto, 500 funcionários foram divididos em dois núcleos: um grupo de controle (que continuou a trabalhar na sede) e o grupo que trabalhava de casa e visitava a sede seis dias por mês. Lembrando que a empresa garantiu acesso à internet e forneceu equipamentos de qualidade.

Em dois anos, os resultados foram os seguintes: o número de afastamentos por saúde diminuiu 50% e a produtividade aumentou em 12%. Isso sem mencionar a redução das emissões de carbono com menos gente usando transporte. Além disso, a empresa economizou quase US$ 2.000 por empregado em aluguel e despesas com material de escritório.

Outros estudos sobre Home Office

Segundo um estudo da Harvard Business Review há uma alta de 13,5% na produtividade do trabalhador após adesão do home office. Fatores como o desgaste menor com a mobilidade, mais tempo com os familiares, silêncio no ambiente e alimentação em casa foram elencados como as principais alavancas do índice de produtividade.

Aqui no Brasil, a questão da mobilidade é um problema a ser considerado pela empresas. Para se ter uma ideia, o morador de São Paulo fica em média 45 dias por ano parado no trânsito, segundo uma pesquisa do Ibope. Mais trânsito, menos disposição — e consequentemente, menos engajamento.

A retenção de talentos também está ligada a esse fator. Uma pesquisa realizada pela Alelo, com cerca de 5 000 trabalhadores, apontou que 60% dos respondentes aceitariam mudar de emprego ganhando menos caso a necessidade de deslocamento fosse menor.

Em contrapartida, algumas questões devem ser levadas em conta pelas companhias antes de apostar no home office. Lucas Oggiam, gerente sênior da Page Personnel, consultoria global de recrutamento, fala que a implantação do home office deve dar atenção aos detalhes. “O colaborador precisa ser orientado de forma adequada, pois isso está diretamente relacionado à segurança de dados da companhia (compliance), à preocupação com excelência em serviços e relacionamento, performance e até na dedicação ao negócio”, afirma.

A verdade é que não dá mais para fugir dessa tendência. Um estudo recente da Aberje (Associação Brasileira de Comunicação Empresarial), com participação de 155 empresas de São Paulo, apontou que 85% delas já têm alguma iniciativa voltada para a mobilidade, incluindo o home office. E você, está lendo esse conteúdo sentado na sala de casa ou no escritório? Conta pra gente como funciona na sua empresa!

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