Sabe quando você explode ‘do nada’ ou não consegue se ‘conectar’ com o colega de trabalho? Seu cérebro não faz isso à toa. Tais comportamentos podem estar ligados a situações como a de estresse. “Momentos delicados ativam o Sistema Motivacional Defensivo, que provoca comportamentos de autopreservação, mais individualistas e que podem aumentar a competitividade, o julgamento entre pares e prejudicar até processos de tomada de decisão”, explica a neurocientista Ana Carolina Souza.

Para controlar e conduzir de forma consciente comportamentos como esses, muitas empresas têm investido na neurociência. Trata-se de uma área que estuda o sistema nervoso e suas funcionalidades, estruturas, processos de desenvolvimento e alterações. Por meio de técnicas desse campo da medicina, pode-se ter acesso a bases inconscientes do cérebro que norteiam o modo como agimos. Ao entender melhor seu funcionamento, as empresas esperam poder evitar certas atitudes e estimular aquelas que são mais benéficas ao bem-estar no ambiente corporativo, favorecendo assim a produtividade da organização.

Grandes empresas como Microsoft, Google e Facebook já criaram uma área de Neurociência Organizacional, dentro do RH, e estudam diariamente a reação de seus colaboradores, especialmente durante contextos que exigem decisões importantes. Com base nos resultados apurados, as corporações realizam treinamentos para tornar o cérebro mais eficiente e os comportamentos mais mensuráveis.

No Brasil, companhias como Engie, empresa de energia,  Labware Latam, líder global de sistema de gerenciamento de informações laboratoriais, e CNI (Confederação Nacional da Indústria) já usam conhecimentos de neurociência para treinar seus funcionários e ampliar a produtividade.

 Como funciona o treinamento de neurociência

 A neurocientista Thaís Gameiro, fundadora da Nêmesis, empresa que realiza o trabalho de neurociência corporativa no país, explica que nos últimos anos cada vez mais companhias se interessam pelo assunto, buscando desenvolver estratégias mais adequadas aos novos desafios da gestão de pessoas  para potencializar seus resultados e aumentar sua resiliência frente à um mercado que muda a cada dia.

Na prática, as empresas explicam para os funcionários o que é neurociência em palestras e workshops. A ideia é incentivar as pessoas a treinar o uso do cérebro (confira algumas dicas aqui). Além disso, as companhias especializadas fazem consultorias customizadas para áreas específicas, principalmente treinamento de lideranças.

“Sempre gostamos de dizer que as pessoas não são uma ciência exata, por isso é importante acompanhar o processo do começo ao fim, para realizar ajustes de rota e obter os resultados e melhorias desejados”, afirma Thaís.

Custos acessíveis para resultados relevantes

Segundo a neurocientista as ações propostas para as empresas, na maior parte das vezes, não envolvem investimentos muito elevados, pois tratam-se de atividades simples e fáceis de serem implementadas — como treinar a respiração, fazer um check list de tarefas para organizar o dia e respeitar pausas no expediente — com autonomia por parte do colaborador, basta que tenham disciplina e força de vontade.

Estimular uma pausa no expediente, onde os funcionários treinem a respiração, ajuda na oxigenação do cérebro e na produção de hormônios como ocitocina (que libera sensação de prazer). Essa simples tarefa pode ajudar o funcionário a voltar mais centrado e disposto a realizar suas atividades.

E em sua empresa, já existe algum case de sucesso relacionado com neurociência? Divida conosco sua opinião sobre o tema nos comentários abaixo.

 

 

O que você achou disso?

Clique nas estrelas

Média da classificação 0 / 5. Número de votos: 0

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.