Uma pesquisa do Edelman Trust Barometer, divulgada em 2018, aponta que 48% dos entrevistados brasileiros acreditam nas lideranças. Ou seja, pouco mais da metade dos brasileiros não confia em seu próprio chefe. Por isso, buscar referências de executivos que sejam admirados e tenham boas histórias para compartilhar pode ser uma forma de motivar gestores a adotar melhores práticas.

A seguir, listamos cinco líderes brasileiros reconhecidamente bem sucedidos e seus principais conselhos.

1- Não busque culpados o tempo todo

Em 2019, Walter Schalka, presidente da Suzano Papel e Celulose, foi nomeado o melhor CEO da indústria de papel e celulose da América Latina pelo quinto ano consecutivo. Ocupando posições de liderança desde que tinha 31 anos, o engenheiro de formação defende que os líderes não se lamentem pelas falhas e busquem contornar cenários problemáticos o mais rápido possível, seja de quem for a tal culpa. “Não procuro culpados, procuro por soluções”, diz. Segundo ele, o papel do líder é estimular a equipe a participar do jogo. “As tentativas, ainda que falhem, são essenciais para o progresso e estão sujeitas aos erros”, defende.  Cabe ao líder, segundo ele, ser o maior motivador da equipe. “O gestor precisa mostrar que todos têm responsabilidades no resultado final. Afinal, se o barco estiver furado, independentemente de onde for o vazamento, todos vão afundar juntos”, afirma.

2- Confie na sua equipe

Viveka Kaitila, CEO da General Eletric no Brasil, está na lista das 20 mulheres mais poderosas do Brasil, feita pela revista Forbes. Comandando 11.000 pessoas no Brasil, ela diz que o líder precisa confiar na equipe. “Eu não sabia dizer não. Sempre me sobrecarreguei por que não sabia negar trabalho. Agora eu delego muito mais e acredito no trabalho das pessoas”, afirma. Em meio a uma rotina de muitas reuniões, a executiva reserva um tempo para visitar as unidades da companhia. “Quem me conhece sabe que eu adoro estar perto dos funcionários e mentorar talentos. Isso é um processo contínuo e minha principal motivação. A consequência é a divisão de responsabilidade com todos da equipe”, diz.

3- Converse – o tempo todo – com a sua equipe

Para Cesario Nakamura, CEO da Alelo, conversar com os funcionários de forma franca é um dos principais pilares de uma liderança positiva. O executivo, que já trabalhou em empresas como Bradesco e American Express, está à frente da Alelo há nove meses e afirma que a relação de confiança nasce quando ouvimos o outro. “Estar perto e falar com as pessoas é essencial”, diz. Ele afirma que o líder precisa ser facilitador e acreditar no potencial dos colaboradores. “O trabalho da liderança é ajudar o funcionário a realizar seu trabalho da melhor forma possível. E isso só acontece quando as necessidades e expectativas são conhecidas”, diz. Justamente para se aproximar da equipe, Cesario instituiu a realização de encontros periódicos com os funcionários, além de estimular o bate-papo casual. Desde que assumiu a empresa, já teve encontros presenciais com mais de um terço dos funcionários. “Costumo dizer que a carreira é como se fosse uma viagem em alto mar, tem dias de céu de brigadeiro e dias de tempestade. Só temos a capacidade de enfrentar os dias difíceis quando ouvimos uns aos outros e remamos juntos na mesma direção”, finaliza.

4- Incentive o trabalho com propósito 

Para Rony Meisler, CEO e fundador do Grupo Reserva, funcionários não são verdadeiramente engajados se não tiverem um propósito. O carioca é engenheiro de produção e antes de criar a marca de vestuário trabalhava em um emprego na área de consultoria. “Não fazia sentido pra mim acordar todos os dias e ir para aquele lugar. Acabei me formando em engenharia por osmose e só percebi meu potencial quando notei que errei na escolha da carreira”, diz. Por ter passado por isso, o executivo afirma que o líder deve ter a capacidade de ajudar a equipe a encontrar sua vocação. “As funções não devem ser engessadas com as formações acadêmicas. As pessoas são mais profundas do que isso e precisam de um propósito”, afirma. Para motivar os funcionários, a marca criou o projeto 1P5P, que assume o compromisso de viabilizar cinco pratos de comida para pessoas carentes a cada peça vendida nas lojas físicas e no e-commerce. “Convido a equipe a fazer a diferença junto comigo”, afirma.

5- Crie metas exigentes

Ana Theresa Borsari é a primeira mulher a presidir a Peugeot do Brasil. Formada em direito pela Universidade de São Paulo, ela iniciou a carreira trabalhando no Procon-SP e não entendia nada sobre carros. Mesmo sem estar em busca de emprego, aos 23 anos a executiva recebeu o telefonema de um headhunter e no dia seguinte encontrou-se com Thierry Peugeot, herdeiro da montadora francesa de mesmo nome. Foi assim que, há 24 anos,  iniciou a carreira na Peugeot com a missão de entender os clientes. “É com esse foco que eu sigo. Por isso, estimulo a equipe a ser o mais perfeita possível”, diz. Em uma campanha recente, a presidente aparece em um comercial da marca e promete que os clientes que não ficarem satisfeitos terão o dinheiro de volta. “Líderes assumem riscos, mas estimulam as equipes a acreditarem no próprio trabalho”, finaliza.

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