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Talvez você, leitor aqui do Blog da Alelo, já tenha escutado esse termo dentro do conceito de empreendedorismo: pivotar. Mas, é importante entender entenda o que é a pivotagem e como realizar ela de uma forma segura.
A Acesso Digital surgiu em 2007 como uma consultoria para digitalizar, consultar e armazenar documentos para empresas. A oferta de um serviço pouco comum no Brasil fez com que o negócio tivesse uma carreira ascendente, crescendo em média 60% ao ano.
“Em 2015, ainda estávamos em um bom momento, mas nosso crescimento foi de 20%. Sentia que alguma coisa estava errada, mas não conseguia enxergar o que era e nem como resolver”, lembra Diego Martins, 36 anos, CEO da Acesso Digital. Em 2016 viajou com sua equipe – 15 pessoas – para uma imersão no Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Lá, eles conheceram outros modelos de negócio e empresas disruptivas, como o Airbnb. Ao voltar, chegaram a receber propostas para vender o empreendimento, mas decidiram dar uma guinada no negócio, mudando a área de atuação. “Fizemos a pivotagem em 2017 e o resultado foi a criação das nossas duas soluções: o AcessoRH, que permite a contratação digital de um funcionário sem que ele tenha que sair de casa, e o AcessoBio, que utiliza tecnologia de reconhecimento facial para confirmação da identidade das pessoas em transações presenciais e online”, explica o CEO.
Pivotar vem do verbo em inglês ‘to pivot’, que significa mudar ou girar, e se refere a uma virada radical no rumo de um negócio. Muito usada por startups, que costumam investir em novas ideias com frequência – que podem ou não dar certo – a prática é inspirada no pivô, peça que gira em torno do próprio eixo, utilizada em sistemas de irrigação de alimentos. Também tem a ver com a posição de um jogador de basquete, em que ele para a jogada, mantém as pernas fixas e observa ao redor para explorar as diversas opções de passe da bola. Traduzindo para o mundo empreendedor, consiste em girar em outra direção e testar novas hipóteses, mas sem perder a posição já conquistada.
“Desde então, o posicionamento da Acesso tem sido pautado na construção de tecnologia de alto nível e que simplifique a relação entre pessoas e empresas”, relata Martins. Com a mudança, 80% dos funcionários saíram – alguns pediram demissão, outros foram demitidos. Mas, a decisão parece ter sido acertada. Após três anos do reposicionamento, a startup hoje conta com 230 funcionários e prevê para 2019 um faturamento de R$ 100 milhões – o dobro do que eles conseguiram nos primeiros onze anos de existência. “Nossas soluções estão consolidadas no mercado. Temos mais de 400 clientes em segmentos como bancos, varejo e telecomunicações, entre outros”, diz Martins.
Fabian Salum, professor da área de estratégia da Fundação Dom Cabral (FDC), explica que realizar mudanças como essa é sinal de coragem e desapego do empreendedor e prova o valor que o empreendimento tem. “É a forma mais concreta de busca da longevidade empresarial. Afinal, não há quem se sustente no tempo com uma solução, produto e ainda modelo de negócio estáticos. O professor explica que diante dos desafios dinâmicos presentes, a empresa que não se propõe a mudar, pode ter sinais claros e evidentes de que algo não deu certo – e aí já pode ser tarde demais.
A situação da empresa pode dar alguns sinais que mostram se é preciso fazer um reposicionamento. Entre eles: volume de compras abaixo das expectativas com frequência; custo de aquisição de cliente (CAC) maior que o faturamento que a empresa tem; resultados estagnados pelo negócio ter crescido muito rápido e ou pelo fato de o mercado não comportar mais sua expansão.
“Esses são alguns indicadores que contribuem com a decisão de mudança. Mas é necessário entender o que, de fato, pode estar influenciando cada um deles”, avalia Diogo Diniz, jornalista que passou por uma transição de carreira e há onze anos trabalha com treinamento e desenvolvimento de pessoas e é coach de carreira.
Para Diniz, é fundamental ter um plano de negócios e um planejamento estratégico que direcione a empresa e, consequentemente, as tomadas de decisões. “Talvez, o empreendedor entenda que não há a necessidade de uma grande mudança, mas, sim, de alguns ajustes para que o negócio volte a ter os resultados esperados.”
Caso a decisão seja pela pivotagem, buscar capacitações e oxigenar o cérebro, não necessariamente em sala de aula, podem ajudar. “Ao conviver com diferentes atores (stakeholders) na sua própria cadeia produtiva e em outras, o empreendedor poderá ter insights valiosos que reduzem o tempo na curva de aprendizado e compreensão”, recomenda o professor da Fundação Dom Cabral.
Por não querer mudar o rumo de seus negócios, muitos empreendedores correm o risco de insistir no erro, ou seja, continuar fazendo algo que não está mais dando certo. “Pivotar é algo muito comum de acontecer quando se empreende. Afinal, o dia a dia de quem está no ‘campo de batalha’ pode ser diferente do que se pensava”, relata Diogo Diniz. Daí a importância de o empreendedor testar suas hipóteses o quanto antes, aprender com os erros, ajustar o que for necessário e mudar para continuar fazendo o seu negócio crescer, finaliza.
O seu negócio já passou por uma pivotagem? Conte aqui pra gente! E, aproveite para ler outros conteúdos por aqui.
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