Conheça as etapas do plano de negócio e o Business Model Canvas

Você tem um sonho de abrir um novo negócio? Adoraria ver a sua ideia sair do papel e alcançar o reconhecimento do seu público? Para que esse sonho se materialize e você possa atingir o seu objetivo com êxito, é fundamental elaborar um plano de negócios.

O combate à disseminação do coronavírus tornou o cenário mais complexo para inúmeras empresas. Diante das dificuldades crescentes, a solidez e perenidade de milhares de negócios está sendo colocada à prova. Mesmos empreendimentos criados com base em estudos de mercado e planejamento, não estão isentos de enfrentar provações. No entanto o alicerce de informações e alinhamento entre as pessoas (como sócios, colaboradores e fornecedores) são diferenciais para atravessar turbulências com mais otimismo e menos incertezas.

O plano de negócios é um documento que pode ajudar empreendedores de qualquer área, visto que permite antecipar possíveis erros e conhecer os pontos fracos e fortes do negócio.

O plano de negócios descreve por escrito os objetivos do empreendimento e quais passos devem ser dados para que essas metas sejam alcançadas, diminuindo riscos e incertezas, explica a cartilha do Sebrae.

Plano de negócios também serve a empresas que desejam implementar mudanças

Mesmo pequenos estabelecimentos, como um restaurante, farmácia ou padaria, também devem fazer o seu plano de negócios. “Em todas as situações em que o empresário quiser crescer e ampliar o seu mercado, porque identificou que existe potencial, será necessário investimento, recursos financeiros, melhoria dos processos de atendimento e contratação de pessoas, entre outros aspectos”, declara o consultor de negócios do Sebrae, José Venâncio Junior.

Ele explica que esse documento funciona como uma ferramenta para potenciais empreendedores  aprofundarem os seus conhecimentos em detalhes sobre a empresa que vão abrir. “Também pode ser aplicado para empresários que desejam mudar de estratégia, de mercado, de segmento de clientes ou de produtos ou serviços”, diz o consultor.

Segundo Isabella Vasconcellos, coordenadora da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing) Consultora e professora do curso de Administração da ESPM Rio, a estratégia, o modelo de construção e operação do negócio são muito importantes no plano de negócios. “Mas é a análise financeira, bem feita e sobre bases realistas que determinará se o investidor terá os recursos necessários para sustentar o negócio até que ele atinja o lucro, o que, em alguns casos, pode demandar muito tempo e capital de giro. O Uber (transporte privado por aplicativo) até hoje não deu lucro, assim como a B2W, empresa de e-commerce no Brasil”, relata a coordenadora da ESPM.

Saiba como o plano de negócios pode ajudar o seu empreendimento:

• Organiza as ideias ao iniciar um novo empreendimento.
• Orienta a expansão de empresas já em atividade.
• Apoia a administração do negócio em números e estratégias.
• Facilita a comunicação entre sócios, funcionários, clientes, investidores, fornecedores e parceiros.
• Capta recursos, sejam financeiros, humanos ou parcerias.

Imagem reprodução. Fonte: Sebrae

Conheça as principais etapas de um plano de negócios:

Análise de mercado – Permite conhecer os clientes, concorrentes e fornecedores e detalha os produtos e/ou serviços que serão oferecidos. As informações levantadas  trarão um retrato do mercado, indicando se a empresa está indo na direção do que desejam os futuros clientes.

Definição do produto ou serviço – Estabelecido o público-alvo, é importante pensar no posicionamento do produto frente ao mercado. Se a ideia será oferecer, por exemplo, um item de qualidade e com bom custo-benefício. É essencial ter clareza do valor do seu produto ou serviço, para fazer uma divulgação adequada do mesmo. Se você conhece bem o seu produto poderá falar dele com mais propriedade e assim, motivar os clientes a comprá-lo.

Plano operacional – Mostra a estrutura da empresa: localização, instalações físicas e equipamentos. Também prevê estimativas da capacidade produtiva e do número de clientes que o negócio pode atender a cada mês. Ainda, define a quantidade de funcionários que a equipe terá e as tarefas de cada um.

Plano de marketing – Descreve o produto ou o serviço ofertados, define onde ele será vendido, o público-alvo, o preço e a forma como serão realizadas as comercializações. Também deve prever os canais de distribuição, isto é, como o produtos ou serviços chegarão até o cliente e de que forma serão comercializados. O uso de ferramentas digitais como redes sociais, e-mails e newsletters para divulgação e ou vendas também têm de ser detalhados nesta etapa.

Plano financeiro – revela o valor do investimento necessário para viabilizar o projeto. Traz estimativas de custos iniciais, de despesas e receitas, capital de giro e fluxo de caixa e de lucros. Deve incluir custos pré-operacionais, como aluguel e reforma do espaço e as taxas de registro; e custos fixos, como equipamentos, ferramentas e veículos que serão utilizados no dia a dia da empresa. Também é importante calcular o capital de giro, ou seja, o montante de recursos necessários para que a empresa funcione, incluindo despesas e receitas.

Business Model Canvas antecede o plano de negócios

Outra ferramenta que pode ser muito útil no processo de criação de um novo empreendimento – e que antecede o plano de negócios – é o modelo de negócios Canvas. Trata-se de um diagrama que é dividido em nove partes, que cobrem as principais áreas de um empreendimento: clientes, oferta, infraestrutura e viabilidade financeira.

“Canvas é uma ferramenta adequada a se aplicar antes do plano de negócio e, portanto, complementar, para que o empresário ou potencial empresário possa ter um mapa da estrutura do negócio”, explica Venâncio Júnior. Ele ressalta que esse instrumento não é um substituto do plano de negócio. “Sozinho, o Canvas não identifica situações que o empresário consegue prever através do plano de negócios, como a sua viabilidade financeira.”

A professora da ESPM recorda que o Canvas é muito usado no universo das startups, durante o pitch de venda – quando é feita uma apresentação rápida de um produto ou um negócio, com a intenção de ‘vender’ a ideia para investidores, clientes, sócios ou parceiros. “Essa ferramenta define o público-alvo da empresa, como este será atingido, atividades-chave da empresa, a proposta de valor do negócio, os recursos e a estrutura de custos, os canais de vendas e a origem dos fluxos de receita que serão geradas pela empresa”, detalha Isabella.

A ferramenta foi criada pelo consultor suíço Alexander Osterwalder, fruto de suas pesquisas e testes para sua tese de doutorado, e contou com a contribuição de diversos consultores e empresários do mundo inteiro. O fato dela ser feita com textos e desenhos, dispostos em uma única página, facilita a visualização do negócio como um todo.