COMO AS EMPRESAS PODEM INCENTIVAR A EMPATIA ENTRE OS COLABORADORES E A COLABORAÇÃO NAS EQUIPES?
Recentemente a Alelo convidou Tati Fukamati, bióloga e neurocientista fundadora da ‘Revolução da Empatia’, empresa especializada no assunto, para falar no tradicional Encontro Sangue Verde, evento mensal em que nossos colaboradores se reúnem (agora virtualmente) para debater temas de interesse das equipes e lideranças.
Tati preparou em primeira mão um texto aqui para o blog, confira:
Nenhuma empresa estava pronta para o que estamos vivendo hoje: escritórios absolutamente vazios, pessoas em home office integral e trabalhando em condições distantes do ideal, rotinas familiares se misturando com os compromissos da organização, colaboradores enfrentando crises emocionais, gestores com dificuldades para liderar a distância. Nenhuma empresa possuía práticas estabelecidas, estratégias de cultura ou planos emergenciais para uma situação tão atípica e sem precedentes.
Nesse cenário, alguns valores e competências têm se mostrado essenciais para manter tanto a colaboração, quanto a produtividade: criatividade, flexibilidade, capacidade de adaptação, disciplina, equilíbrio emocional, respeito às diferenças, EMPATIA… Nossa capacidade de se colocar no lugar do outro, adotar a sua perspectiva e compartilhar os seus sentimentos tem sido muito exigida e colocada à prova nesses tempos de distanciamento.
Mas como será que as empresas (especialmente os departamentos de RH, gestão de pessoas ou cultura) podem estimular a prática da empatia nesse contexto? Como incentivar que as pessoas se mantenham verdadeiramente conectadas e colaborativas? Veja aqui três dicas:
– Empatia na forma de Aceitação da Realidade do Outro
Ao chegar no escritório todos os dias, os colaboradores passam a fazer parte do mesmo ambiente, mesmo contexto de trabalho, com acesso aos mesmos recursos disponíveis. Ao trabalhar de casa, a realidade passa a ser bem diversa. Incentivar que cada colaborador reconheça e acolha a realidade de contexto e rotina dos outros pode ser importante para evitar atritos desnecessários. Sempre que possível, cabe à empresa também permitir que as equipes, em comum acordo , sejam flexíveis e estabeleçam combinados (nova divisão de tarefas, horários alternativos para reuniões etc.) que ajudem todos a adequarem as demandas de trabalho a suas realidades em casa.
– Empatia na forma de Conexão e Colaboração
Quando uma reunião começa, as pessoas se cumprimentam e logo partem para a pauta da reunião: projetos, entregas, números, resultados. Não costuma existir tempo e espaço para a conexão entre os colegas e pares. Hoje, entretanto, é normal que as pessoas estejam se sentindo ansiosas, com medo, solitárias e é normal que esses sentimentos influenciem a forma de se comunicar, a disposição em colaborar e, até mesmo, a produtividade. Um exercício simples que pode ser proposto como prática para as equipes é o “Check-in”. No começo de toda reunião, cada colaborador fala (em uma palavra ou em alguns minutos) como está se sentindo, como está, de verdade, chegando para aquela reunião. Esse exercício simples e rápido tem o poder de sintonizar a equipe, gerar conexão e empatia e aumentar os níveis de colaboração e produtividade.
– Acolhimento Emocional
Se antes as doenças emocionais já configuravam um dos principais fatores de afastamento do trabalho, imagine como as pessoas podem estar se sentindo em um cenário tão preenchido por medo, insegurança e solidão. É fundamental que as empresas abordem o tema da saúde mental de forma aberta e transparente, acolhendo os sentimentos e criando mecanismos que ajudem as pessoas a lidarem com isso. Além de fornecer acompanhamento psicológico profissional para os casos que mereçam atenção especial, as empresas também podem estimular a criação de canais de escuta empática e incentivar que os colaboradores formem grupos de apoio e acolhimento.
As opções são inúmeras e dependem do contexto e necessidade de cada empresa. As relações pessoais no âmbito de trabalho estão (e vão continuar nos próximos meses) enfrentando desafios nunca antes vividos, o que vai exigir estratégias inéditas. Cabe aos RHs não apenas confiar que os colaboradores e equipes conseguirão lidar sozinhos com esses desafios, mas também oferecer guias e possibilidades de caminhos que podem levar a condições e resultados cada vez melhores para quem mais importa: as pessoas.
Por Tati Fukamati
Tati é promotora do tema da empatia (uma das principais competências profissionais da atualidade) para dentro de organizações de todos os setores. Ela acredita que a empatia pode revolucionar a forma como nos relacionamos e ser capaz de levar as organizações a novos patamares de confiança, colaboração e resultados com qualidade.
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