Diferente do que muitos pensam, reeducação alimentar não é a mesma coisa que dieta para emagrecimento. Mas um processo de mudança de hábitos alimentares, através de escolhas mais conscientes que levem a uma rotina mais saudável.

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Como consequência, pode ser que essa prática leve à alguma perda de peso, mas seu principal foco é fazer com que as pessoas tenham mais qualidade de vida.

E já que estamos naquela época do ano propícia para mudanças de hábito, que tal revolucionar sua forma de encarar a alimentação?

Se isto está na sua listinha de resoluções para 2023, vem que a gente te ajuda.

Afinal, o que é a reeducação alimentar?

A reeducação alimentar é um processo ligado às ações do dia a dia e que tem como principal objetivo promover mudanças nos hábitos alimentares. Essa prática tem três grandes propósitos:

  1. melhoria da saúde;
  2. maior qualidade de vida;
  3. e prevenção de doenças a longo prazo.

Para essa mudança de rotina, é preciso fazer uma avaliação da dieta atual. Identificando os hábitos alimentares prejudiciais é possível pensar nos possíveis ajustes para alcançar uma alimentação mais saudável. 

Além de seus principais objetivos, a reeducação também pode incluir a aprendizagem de novos conceitos nutricionais, o aprimoramento de habilidades culinárias e a motivação para a manutenção de novos hábitos.

Como fazer a reeducação alimentar?

O acompanhamento de um profissional da saúde é imprescindível para que a reeducação alimentar seja feita de modo seguro e eficaz.

Para o nutricionista Leonardo Recena Aydos, inclusive, “em um mundo ideal, toda consulta com um profissional [dessa área] implicaria intrinsecamente em uma reeducação alimentar. Independentemente do tipo de dieta utilizada, um profissional de qualidade vai reeducar seu paciente baseado no que a ciência sabe sobre alimentação saudável”.

Segundo o profissional, a prática tem crescido por conta das reações negativas em relação às dietas restritivas – em alimentos ou calorias.

“Várias pesquisas atuais têm demonstrado que a restrição de grupos específicos de alimentos aumenta a vontade de consumi-los. […] Dietas que restringem alimentos ou grupos alimentares tendem a aumentar os episódios de binging eating (compulsão alimentar) em indivíduos pré-dispostos”, fala.

O nutricionista acrescenta: “Por outro lado, dietas sem restrições a alimentos específicos, mas com restrição de calorias, estão correlacionadas a uma redução nos episódios de binging eating [transtorno da compulsão alimentar periódica]. E é justamente aqui que entram os profissionais que se denominam com o slogan ‘reeducação alimentar’”.

De acordo com Leonardo Recena Aydos, essa vertente defende um estilo de dieta que não acredita nessas determinadas restrições: “Uma abordagem que muitas vezes dá maior atenção ao lado emocional, social e psicológico da alimentação”.

Por que fazer a reeducação alimentar?

Realizado por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), da Fiocruz, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Universidad de Santiago de Chile, publicado no American Journal of Preventive Medicine, um estudo com dados de 2019 mostrou que aproximadamente 57 mil mortes prematuras (de 30 a 69 anos), no Brasil, estão associadas ao consumo de ultraprocessados.

Na verdade, há diversas pesquisas recentes que evidenciam como o consumo desse tipo de alimento está relacionado ao aumento de peso e ao risco de várias doenças, como: diabetes, problemas cardiovasculares e câncer.

Portanto, são muitas as razões para apostar na reeducação alimentar, incluindo:

  • melhora da saúde: uma alimentação equilibrada ajuda a prevenir e tratar doenças como diabetes e hipertensão, além de outras condições de saúde;
  • aumento da energia e vitalidade: ao adotar uma dieta equilibrada, as pessoas terão mais energia, vitalidade e, consequentemente, mais qualidade de vida;
  • redução do estresse: a alimentação saudável pode ajudar a reduzir o estresse, aumentando o bem-estar mental;
  • prevenção de doenças a longo prazo: uma dieta equilibrada pode ajudar a prevenir doenças crônicas e a preservar a saúde a longo prazo;
  • melhora da autoestima: a reeducação alimentar pode ajudar a melhorar a autoestima, especialmente em relação ao corpo.

Lembre-se que a reeducação alimentar é um processo individual e pode levar tempo para produzir resultados efetivos. É importante ter paciência e dedicação para alcançar uma alimentação equilibrada e saudável.

Reeducação alimentar vs dieta para emagrecer

A reeducação alimentar é um processo gradual e equilibrado, buscando um estilo de vida saudável a longo prazo. Ela envolve o aprendizado sobre alimentos nutritivos e a importância da alimentação, levando em consideração as necessidades individuais de cada pessoa.

Já a dieta que visa emagrecimento é um conjunto de regras alimentares restritivas a fim de atingir uma meta, geralmente, a curto prazo. Ela pode ser temporária, e, uma vez que a meta é alcançada, as pessoas costumam retornar aos antigos hábitos alimentares.

“Muitos tentam emagrecer por conta própria. E, com certeza, qualquer um que já tentou fazer isso conseguiu. No início, a pessoa passa a comer menos comida do que costumeiramente come, e o peso na balança, consequentemente, cai. Porém, emagrecer de forma efetiva não é simplesmente parar de comer. É preciso comer uma quantidade adequada de calorias, proteínas, vitaminas e minerais, além de levar em conta várias outras variáveis”, explica o nutricionista Leonardo Recena Aydos.

Sobre a reeducação alimentar alinhada ao emagrecimento, o nutricionista fala: “Quando se trata de emagrecer, essa abordagem não foge da […] restrição calórica. A diferença é a forma como ela será atingida. Enquanto alguns profissionais vão calcular uma dieta, a vertente da reeducação alimentar, muitas vezes, tem uma abordagem mais qualitativa”.

Vale lembrar, porém, que a “dieta nada mais é do que aquilo que costumeiramente alguém come”, alerta o nutricionista. Ele completa: “Muitas pessoas, quando escutam a palavra ‘dieta’, automaticamente pensam em algum tipo de restrição a determinado alimento ou em uma redução de calorias”. 

Leonardo Recena Aydos ressalta sobre o déficit calórico, que é responsável pela diminuição do peso. “Só acontecerá redução de peso/gordura se houver déficit calórico. O grande ‘x’ da questão é: como atingi-lo de forma saudável e sustentável a longo prazo. […] Mesmo que você tenha a alimentação mais saudável do mundo, se consumir 3.000 calorias, você vai ganhar peso”, fala.

Mas o nutricionista pontua que, “na prática, você facilmente come mais calorias do que gasta ao consumir alimentos ultraprocessados e/ou com alta densidade calórica”. Ao fazer uma reeducação alimentar, porém, você passa a ingerir mais arroz, feijão, carnes magras, frutas, legumes, verduras, etc. Assim, há “grande chance de se manter em déficit calórico, mesmo sem calcular uma dieta”.

Body positivity: a alimentação pelo seu bem

Impossível falar sobre reeducação alimentar e não mencionar a importância de estar de bem consigo mesmo. E é isso que o termo “body positivity” propõe.

A positividade corporal, na tradução livre, é um movimento social focado na aceitação de todos os corpos, independentemente do tamanho, forma, tom de pele, gênero e habilidades físicas.

Isso porque existe uma pressão social por um tipo de corpo padrão. Mas vale a reflexão de até onde esta busca é saudável, tanto fisicamente, quanto emocionalmente.

Portanto, ao pensar em fazer uma dieta, vale se perguntar qual sua principal motivação e sempre respeitar sua condição biológica individual, ao invés de ter em vista um padrão de beleza único (pode acreditar, você já é uma pessoa linda S2).

Existe dieta ideal?

Segundo Aydos, “a ciência nos mostra que não existe melhor dieta, nem jejum, nem low carb, nem low fat. No fim das contas, a longo prazo, todas as dietas emagrecem igual. O mais importante é buscar a dieta que você tem maior facilidade em seguir”.

O nutricionista também alerta: “Não busque uma vertente, mas, sim, um profissional qualificado com quem você se identifique. E lembre-se: não existe milagre. Qualquer um que venda o caminho fácil está, provavelmente, tentando te enganar”.

Como praticar a reeducação alimentar?

Para praticar a reeducação alimentar, é necessário:

  • consultar um profissional da saúde: para que suas necessidades nutricionais sejam atendidas e você tenha orientações personalizadas para a sua dieta. É fundamental consultar um nutricionista ou outro profissional qualificado;
  • analisar a dieta atual: registre o que você come, incluindo quando e quanto, para identificar hábitos alimentares prejudiciais;
  • optar por uma dieta equilibrada: a reeducação alimentar envolve a introdução de alimentos saudáveis e a redução do consumo de alimentos prejudiciais;
  • criar novos hábitos: é essencial incorporar novos hábitos alimentares saudáveis na rotina diária, como cozinhar mais em casa, evitar comidas processadas e incluir mais frutas, verduras e proteínas no dia a dia;
  • ser paciente: é importante fazer mudanças alimentares graduais e mantê-las ao longo do tempo para que sejam efetivas e sustentáveis.

O tempo é a resposta!

Os resultados podem ser lentos quando falamos em reeducação alimentar. Afinal, novos hábitos são construídos a partir da repetição.

Por isso, é importante ter paciência e compreender que é um processo de desenvolvimento a longo prazo.

Enquanto isso, curta a jornada. Acesse o seu app Meu Alelo ou entre na página Onde Aceita para encontrar os estabelecimentos comerciais mais próximos para expandir o seu paladar. 🙂

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