De uns anos para cá, produtos ‘zero lactose’ ou ‘lac free’ têm se tornado comuns nas prateleiras de supermercado. E a lactose, o açúcar natural do leite, que era pouco conhecida da população, passou a ser vista como uma vilã para saúde.
Algumas pessoas diziam sentir incômodos gastrointestinais e outras relatavam reações alérgicas. Mas será que ela faz mal mesmo?
De fato, ela pode causar danos a quem tem dificuldade de digerir esse açúcar – condição conhecida como intolerância à lactose. Segundo pesquisa Datafolha, o problema atinge 35% da população acima dos 16 anos.
Mas precisamos entender como ela se comporta caso a caso. A intolerância à lactose tem fácil diagnóstico por meio de avaliação médica e exames específicos. A doença pode ser controlada com restrição ou redução de lactose e, em alguns casos, medicamentos. Caso seja esse o seu caso, fique tranquilo pois a vida segue normalmente.
Abaixo, explicamos melhor a diferença entre alergia e intolerância e respondemos às principais dúvidas sobre lactose. Vamos lá?
O que é lactose?
A lactose é o açúcar presente em todo leite de origem animal e serve para abastecer as células de energia. Ela é responsável pelo sabor levemente adocicado da bebida.
Onde a lactose foi parar?
Ela é encontrada no leite, em seus derivados e nos alimentos que contêm leite, como os o leite fermentado, queijos, iogurte, manteiga, requeijão, leite condensado e chocolates; pães e massas e bolos feitos com leite; molhos cremosos à base de leite, como o bechamel e o quatro queijos, molhos de iogurte para salada; sobremesas e doces como pudins, bolos, tortas, sorvetes e achocolatados.
Uma opção para o consumo de bebidas sem lactose são os leites de origem vegetal, como os de coco, de soja e de arroz.
Por que a lactose pode fazer mal?
Algumas pessoas não têm capacidade de digerir esse açúcar natural do leite, a chamada intolerância à lactose. Isso normalmente acontece devido à ausência ou quantidade insuficiente da enzima digestiva chamada lactase, capaz de decompor a lactose. Nesses casos, a lactose chega intacta ao intestino grosso, fermentando e provocando gases que distendem o abdômen e geram outros desconfortos.
Qualquer pessoa pode ter intolerância à lactose?
Sim. Crianças, adolescentes ou adultos podem apresentar a intolerância de modo leve, moderado ou grave. Há também quem a adquira após algum problema intestinal. Outra possibilidade é a deficiência congênita, uma condição grave e rara que ocorre em recém-nascidos. No geral, estudos indicam que com o avançar da idade existe uma tendência natural de redução da produção da lactase nas pessoas.
O que a intolerância à lactose pode causar?
Ao consumir leite e seus derivados, a pessoa com intolerância pode apresentar dores abdominais, cólicas, diarreia, flatulência e náuseas. Crianças e bebês costumam perder peso e crescer mais lentamente. Os sintomas podem aparecer logo ou após algumas horas da ingestão de alimentos que contenham lactose.
Ih, tenho intolerância à lactose… Como posso tratar isso?
Nesse caso, o melhor é buscar orientação profissional adequada.
Mas, afinal, qual a diferença entre intolerância e alergia ao leite?
Como você já deve ter percebido, a intolerância é uma dificuldade digestiva, quando o organismo tem dificuldade de processar leite e seus derivados. Já a alergia é algo bem mais sério: uma reação do organismo a uma proteína do leite. Nesse caso, a pessoa não pode ingerir, em nenhuma quantidade, leite e seus derivados – mesmo aqueles do tipo “livres de lactose”. Ainda que em quantidades pequenas, eles podem ser suficientes para disparar as reações alérgicas, que podem ir de coceira e manchas na pele até quadros mais graves como falta de ar – o que pode colocar a vida em risco. Ou seja, se você for alérgico, é melhor passar bem longe desses alimentos!
4 dicas para quem tem intolerância à lactose
Referências:
Artigo Orientações Nutricionais Para Intolerantes À Lactose – Universidade Federal de Goiás (UFG) – Pró-Reitoria de Assuntos da Comunidade Universitária – Serviço de Nutrição
Conhecimento sobre intolerância à lactose entre nutricionistas – Revista Scientia Medica, Porto Alegre, 2013. Andreia Bauermann e Zilda de Albuquerque Santos
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